26 junho 2006

Que alma!



Histórico!
Este Portugal versus Holanda, ficará para sempre na história do nosso Futebol, pela forma dramática, electrizante e emocionante como foi jogado e vivido.

Á partida para este jogo, acreditava piamente na vitória Portuguesa, pois depois de assistir aos 3 jogos Holandeses, encontrei lacunas defensivas e alguma ansiedade, devido á sua juventude.
Acreditava que Portugal se dominasse a posse de bola, com maior ou menor dificuldade enervaria a equipa Holandesa e conseguiria marcar.
E conseguimos!!
Entramos receosos e algo precipitados, principalmente até acertar as marcações (notou-se bem…que Portugal necessitou de 10 minutos para os jogadores acertarem marcações), no entanto, mais uma vez demonstramos um pragmatismo muito pouco habitual nas nossas selecções.
Atacamos menos, mas quando chegamos á baliza adversário criamos perigo e até marcamos, em mais uma movimentação colectiva de laboratório e 100% eficaz.
Depois da expulsão “infantil” de Costinha o jogou alterou-se, e foi Scolari que brilhou no banco.
Mexeu bem, re-organizou bem e contou com uma força e disponibilidade dos jogadores, fabulosa e assinalável.

Acabávamos por vencer com dificuldade, mas com justiça. E mais justiça ainda, quando vimos a atitude inicial teatral dos holandeses e a forma como desrespeitaram o Futebol com uma atitude de falta de fair-play a roçar a estupidez e o mau carácter. Refiro-me, pois claro, a Heitinga, que enquanto futebolista deixou de merecer o meu respeito.

Táctica

Portugal apresentou-se no tradicional 4x2x3x1.
Miguel e Nuno Valente como polícias dos extremos Holandeses, com Kuyt entregue a um misto de Costinha com os centrais, de forma a existir sempre um elemento para dobrar os laterais quando Portugal se deparava com diagonais interiores dos extremos..aparecendo um lateral ou um dos 3 médios ,holandeses, a abrirem numa das alas.
É certo que estas marcações demoraram a aparecer, mas acabaram por aparecer e foram eficazes.
Depois no meio campo, se Costinha tinha missões apenas e só defensivas, Maniche tinha como missão equilibrar a equipa, fazer as transições e depois fazer movimentações ,em profundidade, sem bola, como forma de criar superioridade e situações de finalização (caso prático: o golo). Deco seria o criativo, com os 2 alas a alargar a frente de ataque, e Pauleta a tentar jogar no limite do fora de jogo (não esteve bem).


Em termos Individuais

Ricardo exibiu-se em grande plano, com uma ou outra “fífia” que passou despercebida. Não pode, no entanto, entrar na ansiedade e ter as saídas dos postes que teve nos minutos finais.
Nuno Valente foi incapaz de parar Van Persie, e foi batido inapelavelmente em alguns lances. Jogo menos conseguido.
Miguel foi monstruoso. Se é certo que entrou algo nervoso, acabou por acertar a sua marcação a Robben (que pouco se viu..tal como no Euro2004) e na 2ª parte foi notável a sua frescura física e sobretudo a inteligência que demonstrou ao fazer trocas posicionais com Petit, para tentar ,com a sua velocidade, aproveitar o balanceamento ofensivo da Holanda.. criando desiquilibrios.
Meira voltou a tremer um pouco, mas desta vez mais confiante e “líder”. R Carvalho teve um jogo de grande nível e de grande sobriedade…tendo intercepções de bola decisivas.
Costinha entrou nervoso e saiu de forma infantil. Arriscou o amarelo por 2 vezes, e depois acaba por ser admoestado pela 2ª vez num erro que em nada abona a favor da experiência que tem e da tranquilidade que costuma incutir á equipa.
Maniche foi mais uma vez decisivo. Forte a defender, sacrificou-se em nome da equipa, aparecendo em todo o lado, fazendo transições rápidas e aparecendo sobretudo nas tais movimentações em profundidade para aparecer á entrada da área para finalizar. Golo merecido.
Deco foi de certa forma vítima das ocorrências do jogo. Entrou bem, enervando o adversário com pormenores deliciosos. Faz o passe para o golo, mas na 2ª parte já com 10, acabou por se apagar um pouco individualmente, para aparecer em tarefas colectivas. De qualquer forma, merecia ter acabado o jogo e merecia puder jogar no próximo.
Ronaldo. Foi emotiva a forma como o vimos chorar quando foi obrigado a abandonar por lesão. Mas relembro que em 30 minutos conseguiu arrancar 2 amarelos (um deles seria vermelho claro) e esteve na jogada do golo. Será que a crítica não se consciencializa da sua importância na equipa?
Figo foi um jogador de colectivo, mas voltou a demonstrar estar um pouco fatigado. De qualquer forma esteve a um nível aceitável.
Pauleta. O Pauleta apareceu apagado, pouco pressionante nos primeiros 20 minutos, e com dificuldades para se libertar dos centrais. Valeu o passe para o golo e um remate perigoso. Portugal precisa de mais!

Petit entrou mal vendo logo um amarelo. Mas depois foi um poço de entrega e de querer. Nem sempre “lúcido” mas com uma disponibilidade de combate notável. Boa exibição
Tiago, jogou pouco mas jogou bem. Fez aquilo que lhe foi pedido…posse de bola e preenchimento dos espaços no meio campo. Quase marcava
Simão entrou perdido e andou a deriva durante 10 minutos, entanto, quando acertou a marcação e interiorizou a necessidade de um jogo sobretudo colectivo, mostrou-se decisivo a defender e importante nos contra-golpes. Acaba em grande…


Substituições

Com a lesão de Ronaldo, Scolari fez o óbvio, não encurtando a equipa nem alterando o esquema, fazendo entrar Simão para cumprir as mesmas funções que o seu colega.
Com a expulsão de Costinha era possível manter os 10 atletas que tínhamos em campo, se o Maniche não tivesse já, visto o amarelo.
Ao intervalo, tinha dúvidas do que fazer e como organizar a equipa, mas Scolari “iluminou-me” mostrando inteligência e coerência.

Retirou Pauleta (apagado e pouco pressionante), mas nem por isso encolheu a equipa, pois colocou um rápido Simão a procurar as diagonais para os contra-ataques que acabava por prender pelo menos 3 defensores holandeses atrás. A Petit (jogador que entrou) colocou-o na função de tampão defensivo do meio campo.

A verdade é que os 10 primeiros minutos da 2ª parte foram difíceis, principalmente porque Figo não estava a encaixar bem no posicionamento defensivo, tal como ,em parte, também Simão.
Isto porque era extremamente importante, ter Figo e Simão a defender atrás do meio campo..fechando as alas por dentro, com Deco no centro a fechar linhas de passe centrais, com Maniche nas dobras e Petit como pivot defensivo. Este esquema era essencial.
No entanto, Figo estava a movimentar-se muito para o centro, criando brechas e descompensações defensivas. Valeu Scolari que se levantou do banco e corrigiu esse pormenor, e a partir daí conseguimos travar o ímpeto Holandês.

Por fim, retirou o fatigado e “marcado” Figo, colocando Tiago como forma de conseguir maior posse de bola e ao mesmo tempo maior capacidade de preenchimento de espaços no meio campo Português, ficando Simão para as despesas ofensivas.


Conclusão

Apesar da exibição não ter sido brilhante, e da Holanda até se ter mostrado mais perigosa e confiante, a verdade é que Portugal fez uma exibição heróica, pois foi superando todas as contrariedades com que se foi deparando ao longo dos 90 minutos e soube aguentar a pressão Holandesa quando se encontrava em desvantagem numérica (2xs).
Scolari foi inteligente na forma como mexeu e foi re-organizando a equipa, portanto deixo aqui um forte elogio ao seleccionador nacional.

Futuro

Os objectivos estão cumpridos!
Sempre disse, tal como o disse o seleccionador, que os quartos de final era o patamar exigido. Não nos poderíamos contentar com uma passagem de grupo contra 3 selecções menores, teríamos que conseguir algo mais.
E felizmente já o conseguimos. A partir de agora tudo o que vier a mais é “bónus”.

No entanto, creio termos valor para vencer os Ingleses que serão bem mais difíceis de bater que os Holandeses, pois todos sabemos que Portugal tem mais dificuldade com selecções mais defensivas e pragmáticas.
A Inglaterra tem um futebol algo musculado, pouco “inventivo” mas eficaz. É uma das equipas mais complicadas para lhes conseguirmos fazer um golo, mas em termos gerais estão ao nosso alcance.
No entanto, creio que as ausências de Costinha, Deco e a incógnita da condição física de Ronaldo…puderam acabar por ser decisivas.
Mas vamos acreditar!


Ontem foi escrita mais uma bonita página da história do Futebol Nacional.

Parabéns Portugal!!

21 junho 2006

Missão Cumprida!




Dedo de Nossa Senhora do Caravaggio!

Portugal venceu o México, mas os Deus estiveram connosco, caso contrário a pálida imagem portuguesa teria-nos valido o 2º lugar do grupo.
No entanto, friamente temos que dizer: MISSÃO CUMPRIDA!


Portugal defrontou o México neste 3º jogo, fazendo uma clara gestão do seu plantel, não fazendo alinhar 5 habituais titulares para não correrem o risco de verem o amarelo e não jogarem nos oitavos de final.
E mesmo com estas ausências, Portugal conseguiu os 3 pontos, que por um lado demonstram as fragilidades dos adversários do grupo e a clara sensação que Portugal não fez mais do que cumprir a obrigação vencendo os 3 jogos, e por outro, demonstrou que a sorte protege os campeões, e Portugal foi claramente protegido pela sorte.

Em termos muito genéricos, ao contrário dos dois primeiros jogos, Portugal entrou algo retraído e nervoso, permitindo ao México dominar as operações e pressionar bem alto.
Mas como os grandes campeões, têm que ter uma certa dose de pragmatismo, foi contra a corrente do jogo que numa excelente jogada entre Simão e Maniche, este ultimo conclui da melhor forma e aponta o 1º golo.
O golo baralhou o México, e num canto Rafael Marquez, o líder dos Mexicanos, comete uma grande penalidade de forma ingénua, que Simão se encarregou de converter no 2-0. Poucos momentos depois, foi Postiga que teve nos pés o 3º golo.

Portugal que parecia nervoso e retraído em poucos momentos, consegue uma vantagem confortável, e parecia ter o jogo controlado. Grande engano!
O México foi em busca do golo e até final da partida dominou as operações tendo criado inúmeras oportunidades, valendo a qualidade de Ricardo e a falta de pontaria de Omar Bravo que até um penalty falhou.

Portugal venceu sem brilho, mas assegurou o1º lugar no grupo assim como a 3ª vitória consecutiva, conseguindo até gerir castigos e cansaço.

Análise táctica

Com 5 elementos de fora, Portugal apresentou-se num claro 4x4x2 com um losango bem desenhado no meio campo.
Coube a Petit a tarefa mais defensiva, com Maniche (sobre o lado esquerdo) e Tiago (sobre o direito) nos equilíbrios e nas transições e Figo como vértice ofensivo.
Postiga apareceu solto na frente, com Simão a jogar descaído no flanco esquerdo, sempre tentando as diagonais para o meio.


Penso que foi uma escolha inteligente de Scolari.
A verdade é que, sabendo á partida que o empate serviria a Portugal, e a necessidade do México ganhar a partida para ficar em 1º (e até assegurar a passagem sem sobressaltos), Portugal ,com a equipa desfalcada, poderia jogar na expectativa “chamando” os Mexicanos para depois aplicar rápidos contra-ataques tentando matar a partida.
Tiago e Maniche eram bons suportes para fechar as alas, impedindo superioridades númericas nas alas por parte dos mexicanos.
Se em termos colectivos, Portugal até pareceu rotinado, em termos individuais algumas prestações menos felizes colocaram em risco o sucesso português neste jogo.
E assim entramos desde já nos pontos negativos:
Tiago dá a clara sensação de estar desgastado e fora de forma neste Mundial. Lento a pensar jogo, sempre muito retraído tacticamente..vai fazendo o mínimo indispensável.
Petit não é Costinha, nem perto disso. Em termos posicionais denota algumas lacunas precisando de recorrer bastantes vezes á falta para travar os adversários.
Meira é um central inconstante, e hoje até Ricardo Carvalho denotou alguma distância do jogo e alguma tremideira.
Por fim, Caneira não é uma opção credível. Em termos defensivos treme, e em termos ofensivos a falta de pé esquerdo impede-o de grandes aventuras.
Em termos colectivos duas lacunas graves: A primeira é a fragilidade nas bolas paradas defensivas e a ineficácia nas bolas paradas ofensivas. A segunda é sem dúvida as lacunas que Portugal tem em termos de opções, ou seja, se faltarem alguns jogadores nesta selecção, a mesma perde muita qualidade e consistência, ao contrário de outras equipas deste Mundial.


Assim, parece-me que Portugal até utilizou um esquema credível e inteligente, mas algumas exibições menos conseguidas, em parte por mérito Mexicano em parte por demérito dos jogadores, foram a causa para uma exibição sofrível Portuguesa.
Aliado a isso, penso que a vantagem de 2 golos “adormeceu” os atletas que começaram a pensar nos oitavos demasiado cedo.


Em termos positivos, realço o jogo positivo de Maniche que mais uma vez foi o pêndulo da equipa, demonstrando velocidade na leitura e construção, e muita garra em tarefas defensivas e ofensivas.
Miguel apesar da grande penalidade cometida, fez mais uma vez um jogo enorme e está num momento de forma extraordinário.
Simão fez uma primeira parte de grande nível, gozando das liberdades que teve na faixa esquerda, desaparecendo um pouco na 2ª parte, muito por culpa da pouca solicitação que lhe foi feita por parte dos companheiros de equipa.
E destaco ainda a fantástica exibição de Ricardo, que foi sempre muito seguro e ágil.

As substituições

As substituições foram claramente para gerir esforços.
Figo e Miguel tiveram minutos de descanso, bem merecidos diga-se. Já Hélder Postiga acusou bastante o desgaste da grande mobilidade que demonstrou, tendo sido substituído e bem por Nuno Gomes.
Penso que Scolari mais 1 vez, esteve bem nesse aspecto.

Conclusão

Portugal faz 9 pontos em outros tantos possíveis. Consegue gerir castigos e esforço, passa sem sobressaltos e sem máquinas de calcular.
Razões? Qualidade, organização e fragilidade dos adversários.

Agora que venha o diabo e escolha o próximo adversário. Não sou apologista de “fugir” de uns, porque se estamos numa grande competição deve haver confiança qualquer que seja o adversário, até porque me parece que a avaliação de qual é o melhor adversário possível, num lote de 2 selecções fortes, é subjectiva.
Uma coisa é certa, chegamos aos oitavos de final com uma excelente gestão do grupo, o que nos pudera trazer frutos.


Força Portugal!!!

17 junho 2006

Vencemos e convencemos!


Convencemos!
Esta é a palavra que encontro para “ilustrar” este 2º jogo de Portugal no Mundial.

Se é verdade que contra a Angola, Portugal venceu mas fez uma exibição pouco colorida e consistente, em parte por culpa do onze e da dinâmica que o seleccionador incutiu, a verdade é que neste 2º jogo acabaram as experiências, regresssou o “criativo”, e Portugal de forma natural venceu e convenceu.

A equipa portuguesa mostrou objectividade nas transições ofensivas, contou sempre com laterais ofensivos, Maniche ,fruto da maior “cobertura” defensiva de Costinha, foi um elemento chave, Deco deu “criatividade” e mesmo com Figo alguns furos abaixo do que fez no 1º jogo (apesar da assistência e do penalty ganho), Portugal demonstrou alma, lucidez e qualidade colectiva.


Análise Táctica

Portugal apareceu em campo num 4x3x3, que no entanto, foi apresentado um Figo mais móvel a procurar espaços interiores obrigando Deco quer a flectir um pouco á direita, quer a defender um pouco mais recuado. De qualquer forma, parece-me que foi uma “estratégia” de pouco dura, pois passados alguns minutos, Portugal assentou mesmo no 4x3x3.

Com a defesa inalterável, Costinha apareceu como pivot defensivo do meio campo, funcionando como apoio “fulcral” aos centrais.
A Maniche coube as trasições ofensivas e o equilíbrio defensivo, com Deco a funcionar como criativo, mas sempre com alguma atenção ás tarefas defensivas (na ausência de posse de bola), Figo e Cristiano Ronaldo nas alas, com Figo a procurar por algumas vezes movimentos interiores, e Pauleta a procurar uma contínua movimentação sem bola..jogando como elemento central do ataque.


Ao contrário do jogo inaugural, a inclusão de Costinha, Maniche e Deco permitiram a Portugal cobrir mais espaço, e estender mais o seu futebol no relvado, alargando o bloco, facilitando assim as transições e por outro lado o pressing.
Houve uma clara inter-ligação entre sectores
, muito devido á excelente exibição de Maniche (para mim o melhor em campo).
Costinha esteve posicionalmente irrepreensível protegendo a rectaguarda do futebol Português, permitindo o adiantamento de Maniche, e a maior despreocupação defensiva de Deco (que no entanto cumpriu sempre exemplarmente tarefas defensivas..e de apoio ao meio campo defensivo).

Creio que a dupla Maniche-Deco foi mesmo a chave da boa exibição nacional, pois Maniche incutiu muita velocidade e precisão nas transições ofensivas, variando diversas vezes os flancos e optando por passes ao primeiro e segundo toque o que deu uma velocidade assinálavel á construção ofensiva do jogo português e ,por outro lado, dificultou os re-posicionamentos dos jogadores Iranianos.

Deco, fruto da sua mobilidade, versatilidade e criatividade, foi sempre um elemento desiquilibrador, mas ao mesmo tempo, de interligação entre o sector intermédio e atacante.
Esteve fantástico e o golo é merecido.

Por outro lado, assistiu-se a 2 fantásticas exibições nas laterais portuguesas, pois quer Miguel (especialmente) quer Nuno Valente, foram seguros defensivamente (Miguel chegou a fazer dobras no lado esquerdo !?!), como foram também preponderantes em termos ofensivos (especialmente na 2ª parte) com constantes subidas pela faixa, criando superioridades numéricas.

Ronaldo incutiu sempre muita velocidade e dinâmica, quer em raides individuais, quer nas tentativas de finalização (foram 5 ou 6), constituindo-se como o jogador mais perigoso do ataque portugues, á semelhança dos minutos que jogou frente a Angola.

Como notas negativas, destaco a exibição algo lenta de Figo, que denotou cansaço e falta de criatividade, acabando por não conseguir criar desiquilibrios nas alas, procurando em espaços interiores a sua sorte. Valeu pela participação nas jogadas dos golos.
Pauleta, foi a 2ª nota negativa do jogo, pois foi uma autêntica nulidade.
Se é verdade que até apareceu mexido em termos de movimentação na 1ª parte, a verdade é que nunca encontrou espaço para finalizar, nem nunca foi capaz de jogar de costas para a baliza (a sua grande lacuna). No futebol aéreo também não apareceu. Jogo não para o açoreano.
Sem querer parecer injusto saliento a “tremideira” de Meira. Se é verdade que não fez um mau jogo, a verdade é que denota alguma ansiedade e alguma falta de entrosamento com o companheiro do centro da defesa. Por vezes parece complicar algo que aparentemente é fácil.
E queria ainda salientar uma nota negativa colectiva. Para que a capacidade de pressing de Maniche, Deco e companhia resulte, é necessário que os 3 da frente também pressionem e pressionem alto. Figo, Ronaldo e Pauleta nunca me pareceram verdadeiramente pressionantes.

Substituições

A 1ª substituição de Scolari é bastante controversa, no entanto, pode ter 2 ou 3 explicações viáveis.
Em 1º lugar, pode ter optado por substituir Maniche devido ao cartão amarelo que o jogador tinha, e face ao facto de Portugal ter marcad,o o Irão teria que arriscar e poderia ser perigoso manter Maniche.
Em 2º, pode ter sido uma substituição para preservar a condição física de um atleta, de quem se diz não estar na sua melhor forma (eu discordo totalmente).
Em 3º e apostaria nesta, Petit entra..pois Scolari quis manter a sua filosofia realista, fechando as portas da defensiva portuguesa optando por um segundo trinco.
Terá Scolari receado a reacção Iraniana? Terá jogado a pensar nos 3 pontos?

A verdade é que a substituição foi algo injusta, e “amputou” velocidade e precisão nas transições ofensivas portuguesas.
Petit apareceu bastante recuado e com missões de “destruir” jogo. Missão que cumpriu de forma natural.


A 2ª e 3ª substituição surgiram única e exclusivamente como forma de gerir o esforço e a condição física de alguns jogadores chave.
Deco, vindo de uma lesão, foi preservado entrando Tiago, e Figo, bastante cansado, foi também preservado, com Scolari a dar minutos de jogo a Simão, como forma de manter o jogador com algum ritmo competitivo, pois pode vir a ser preciso em jogos futuros.


Conclusão


Scolari apostou finalmente na equipa que me parece mais consistente e coerente.
Portugal saiu a vencer com esta aposta, pois denotou mais velocidade, criatividade e sobretudo mais objectividade, principalmente devido á forma como Maniche executa as transições ofensivas.

As substituições entendem-se, ficando no entanto a sensação de injustiça na substituição de Maniche.
Penso ainda que face á pouca produtividade quer de Figo quer de Pauleta, justificava-se as entradas de Nuno Gomes e de Boa Morte (se estes tiverem em condições de jogar). No entanto, compreendo a utilização das substituições como forma de gerir a condição física de elementos chave.

Portugal vence, convence, mesmo tendo que suar bastante para conseguir o 1º golo.

Costinha e Maniche justificaram por completo a titularidade na selecção portuguesa, e Cristiano Ronaldo, após algumas críticas dos adeptos, demonstra mais uma vez que apesar do feitio difícil, é ,sem dúvida alguma, o jogador mais perigoso da selecção Portuguesa.


Parabéns Portugal!

16 junho 2006

Jornada final do Campeonato Nacional de Juvenis




Chegavamos á ultima ronda, com o Sporting a liderar o campeonato com mais 2 pontos que o Benfica e vantagem em confronto directo.
Assim sendo, o Sporting deslocava-se ao Centro de Estágio do Olival, sabendo á priori que um empate frente ao FC Porto seria suficiente, e sabendo também que o Benfica estava obrigado a vencer o seu jogo em casa frente ao Boavista.

O jogo começou bem equilibrado, com o Sporting e o FC Porto a apostarem nuns claros 4x3x3, no entanto o Porto pretendia desde logo assumir a posse de bola no seu meio campo, enquanto que a equipa do Sporting aparecia mais talhada para o contra-ataque.

Aos 20 minutos, o Sporting num contra-ataque veloz falha de baliza aberta, o aviso estava dado.
De Lisboa chegavam notícias que o Benfica já vencia folgadamente, mas não chegava para os encarnados se sagrarem campeões.

Eis que o Porto marca golo, e de um momento para o outro o Sporting precisava de assumir a partida.
Intervalo, 1-0 vencia o Porto, em Odivelas o Benfica vencia 3-0.

Chegados á 2ª parte, e com o passar dos minutos o Sporting foi obrigado a reforçar o ataque, algo que mais tarde viria a ser decisivo.

Vivaldo brilhava com pormenores técnicos brilhantes e uma velocidade relâmpago nos seus dribles, no entanto isolado peranta o guardião do Porto falha isolado.

E é já a caminhar para o fim do jogo (faltavam cerca de 10 minutos), que o Porto tem 2 jogadas claríssimas de golo, e no contra-ataque da ultima…Helmut num pique potentíssimo consegue levar a melhor em velocidade aos centrais do Porto e encosta para dentro da baliza, era o golo tão ansiado pelos jogadores.
Apesar do 6-0 do Benfica, o Sporting estava a um pequeno passo de ser campeão.

Até final, muito anti-jogo e algum nervosismo.
Apito final, o Sporting sagrou-se pelo 3º ano consecutivo campeão nacional de juvenis.
Parabéns ao Sporting.


Como destaques individuais, tenho que frisar a excelente partida de Vivaldo,
do inevitável estratega Adrien e ainda de Diogo Amado por parte do Sporting, enquanto que no FC Porto a classe de André Pinto foi uma constante, excelente central o capitão.




Conclusão

Parece-me a mim, que vence o campeonato a equipa que melhores individualidades tem, e que mais desiquilibrios consegue provocar no 1 para 1.
Uma palavra especial para a equipa do Benfica, que alinhou durante toda a época num 4x4x2 em losango muito bem trabalho e com mecanismos e rotinas bem visíveis. Talvez, pela organização colectiva merecessem um lugar diferente.

Porto e Boavista, desiludiram.
O Porto viveu sempre da “magia” de Coelho, e demonstrou graves lacunas colectivas, tais como a concentração de jogadores em curtos espaços de terreno, a clara fragilidade quando os adversários apostavam em variar rapidamente a bola de flanco, e uma clara fragilidade defensiva.
No lado do Boavista, uma equipa competitiva, aguerrida, mas sem grandes valores individuais (muito dependente de Benvindo) e sem processos ofensivos bem trabalhados.


Sporting Campeão!

Papel da prospecção no Futebol Internacional (d. de observador)





Cada vez mais FIFA e UEFA, consideram essencial e prioritário criar “regras” que fomentem a aposta na formação de jovens talentos.
Assim, recentemente tem sido discutido ,e várias vezes proposto, a obrigatoriedade dos clubes apresentarem nos seus planteis um certo número de jogadores das suas “canteras”.
Á primeira vista parece/parecia ser uma óptima ideia e uma forma de promover mais a aposta nas chamadas “academias”
No entanto, e como é natural, os clubes “milionários” estão agora preocupados em conseguir soluções para contornar este problema, pois muitos dos grandes clubes Europeus não têm até hoje grandes academias, ou Know How para as ter.
Existe ainda a preocupação em conseguir rentabilizar em termos de talento, as vagas no plantel que serão ocupadas por jovens da cantera.
Para não verem “x” vagas ocupadas apenas para fazer número e para cumprirem as regras, tornou-se necessário pensar em formas de conseguir cumprir a regulação através do preenchimento do plantel com jovens de qualidade.

Assim, a resposta encontra-se na prospecção, mais especificamente numa prospecção de jovens talentos a uma escala mundial ,e não apenas regional ou nacional como já existe á vários anos.
Cada vez mais, os grandes clubes recrutam “olheiros” experientes, alargam o número de elementos do seu departamento de prospecção, modernizam-no e vão á caça do próximo Ronaldinho ou Zidane.

E se é verdade que a FIFA instituiu regras para este autêntico “tráfico” de jovens talentos, também é verdade que existem formas de contornar ,também, essas regras…justificando a transferência de um miúdo de 12 ou 13 anos do Brasil para a Europa, com o motivo dos pais virem para cá trabalhar (obviamente razões de “fachada”).

Bom, digo-vos tudo isto porque temos assistido recentemente a uma autêntica agitação do mercado de jovens talentos, miúdos de 10,12,14 anos que trocam os clubes das suas cidades por alguns dos melhores clubes do Mundo, onde irão tentar ser “maturados” e “trabalhados” para serem as estrelas de amanha.
Como tal, vou deixar-vos alguns exemplos dessas movimentações de mercado e algumas pequenas histórias para perceberem até que ponto o futuro do Futebol vai passar pela detecção de talento precoce a uma escala planetária:

Em Portugal tivemos o caso do pequeno Ponde, jogador do Olhanense extremamente cobiçado e pressionado pelo Chelsea, que acabou “inocentemente” por se decidir pelo clube do seu coração o Sporting Clube de Portugal.

Em Espanha um novo talento precoce anda nas bocas do mundo, Nikon Jevtic.
De nacionalidade Inglesa este jovem talento de 13 anos, já passou por Inglaterra,Áustria e agora ingressou no Valência, mesmo com propostas tentadoras de outros clubes da Europa.
Ainda em Espanha o Barcelona tentou “pescar” Erik Lamelas, talento de 13 anos do River Plate, que se sentiu tentado a viajar para Espanha até porque correm rumores que lhe foi prometido um salário anual a rondar os 25 mil contos (imaginem!!), no entanto os pais com medo da segurança do filho e tentando zelar pelo seu crescimento num ambiente mais familiar, resistiram á tentação. Milão e Arsenal também tentaram a contratação do jovem prodígio.

No Brasil é Chera quem é comentado.
Encanta toda uma nação futebolística desde os seus 5 anos e depois da cobiça de Manchester, Sporting e muitos outros clubes Europeus, os seus pais consideraram ser de máxima importância manter o miúdo no seu país transferindo-o para o Santos, que pagará todas as despesas do jovem atleta incluindo as despesas relacionadas com os estudos.

Na Alemanha, Denis Krol (13 anos) mudou-se do Leverkusen para Barcelona aliciado pelas promessas dos dirigentes catalães.
O Barça, num torneio em Espanha, acabou por “tentar” outros jogadores do mesmo clube, o que provocou a ira dos dirigentes do Leverkusen, rejeitando desde então participarem em provas Internacionais.



Como se pode ver por estes exemplos, as alterações das leis da FIFA, que prevêm para 2008 a obrigatoriedade de cada clube ter 8 jogadores com 3 ou mais anos de formação no próprio clube, no plantel profissional, obriga a esta busca incessante pelos talentos emergentes no Futebol Internacional.
O Presidente do River Plate definiu esta novo “fenómeno” no panorama Futebolístico, como pirataria, aludindo ao “rapto” de jovens talentos aliciados por dinheiro ou fama..numa idade onde ainda estão a desenvolver a sua personalidade.
O Jornal As (espanhol) por seu lado, apelidou este fenómeno de “pedofilia futebolística”.


Após este relato, tenho obrigatoriamente que deixar esta pergunta no ar:
A FIFA e UEFA, ao criarem estas regras como forma de incentivar o trabalho de formação nos diversos panoramas nacionais, não estarão a ter como resultado o desenvolvimento do processo inverso?
Ou seja com a criação destas medidas não se estará cada vez mais a fumentar o “rapto” de talentos por parte dos grandes clubes Europeus aos de menor expressão?

Prestem atenção a esta história. É sobre o já citado Nikon Jevtic, a quem já o apelidaram de “rato de laboratório”.


O pai de Jevtic, radicado na Grã-Bretanha descobriu á cerca de 6 anos o talento precoce do seu filho.
Desde então decidiu fazer todos os esforços para fazer do seu filho uma grande estrela de futebol.
O irmão mais velho assumiu o treino do prodígio, acompanhando-o em 2 treinos diários, cabendo á irmã mais velha a tarefa de ser a professora do “menino”. Sim, é verdade, este menino nunca foi á escola.
O pai decidiu então mudar a família para a Áustria, passando Jevtic a treinar-se ,após passagens pelo West Ham e Arsenal, na Academia do Áustria de Viena.
Hoje em dia Jevtic joga no Valência, e o seu pai prevê que o menino se estreia pela sua selecção com 16 anos.
Jevtic assume agora a personagem de “el maestro”, nome que foi designado pelo seu próprio pai para substituir o nome Jevtic, algo difícil de pronunciar.

A pergunta que fica é: Será que cada vez mais se justifica apostar no talento precoce, trabalhando-o intensamente para se conseguir um “atleta perfeito” ?

José Carrascosa, psicólogo do desporto considera que é extremamente perigoso este tipo de experiências, e que toda esta pressão em Jevtic pode ter consequências graves no desenvolvimento psicológico do miúdo.
Já Jurgen Bauschmann, Sociólogo do desporto, considera que o treino de desempenho começa apenas aos 15 anos e que portanto a personalidade terá essa sim um peso fundamental no sucesso futuro do atleta. Com isto Bauschmann quer dizer que o desenvolvimento “forçado”,, antes da idade correcta , é pouco importante para o desenvolvimento posterior, ou seja, após os 15 anos de idade.
Conclui portanto, desaconselhando o investimento de dinheiro na contratação de “crianças”.

A verdade é que mesmo após estas opiniões, a caça ao talento tornou-se numa guerra feroz e constante, e cada vez mais os clubes procurarão “abastecer-se” com os maiores talentos precoces do globo.
Este fenómeno leva-me a concluir, que apesar de todos os esforços de FIFA e UEFA será cada vez mais difícil “controlar” esta competitividade agressiva e constante entre clubes, que fica bem patente na contratação ,cada vez mais constante, de jovens talentos futebolísticos.

A prospecção toma agora, mais do que nunca, um papel de destaque no Futebol Internacional.

15 junho 2006

Arrogancia



Scolari voltou a “atacar”.

Quando questionado sobre as críticas que os comentadores fizeram á exibição da selecção (quanto a mim críticas legítimas, pois Portugal teve vários furos abaixo daquilo que era esperado), Scolari volta, de forma arrogante e pouco humilde, a visar esses mesmos comentadores: “Não sabem o que é bola. Não sabem quantos gomos tem. Não sabem quanto pesa. Não sabem nada. Ficam dizendo montes de asneiras. Há dois anos perdemos primeiro jogo, há quatro anos perdemos o primeiro, há seis anos também. Ganhar 1-0 é ruim e perder é bom. Os comentaristas que acham que é preciso jogar lindamente continuam a ser comentaristas. Nunca vão ser treinadores".

Em termos realistas teremos que concordar que foi excelente vencermos o primeiro jogo, e que foi sem dúvida um passo importante para a qualificação.
Mas sem demagogias, teremos também que ser realistas ao ponto de considerarmos que a vitória impunha-se, quer pela valia da selecção nacional quer pela menor valia da selecção angolana.
É certo que no passado perdemos o 1º jogo, mas será que isso desculparia um desaire contra Angola? Ou por outro lado, serve de exaltação de uma vitória natural, frente a uma selecção de nível bem inferior ao nosso? Acho que a resposta é óbvia…


A verdade é que a arrogância de Scolari continua a imperar, diz o que quer, faz o que quer, e a Federação pouco ou nada se impõe.
Parece-me que estes comentários vindos de uma pessoa com a responsabilidade que tem uma seleccionador nacional, têm muito pouco nível, são perfeitamente escusadas e esses sim criam instabilidade em redor da selecção. Mas Madaíl continua a pactuar com tudo isto e até a cair no mesmo erro, que tem caído o seleccionador.
No Mundo do Futebol as críticas são constantes, a pressão é diária, será que Scolari não conhece o mediatismo do Futebol??

Se esta arrogância já é conhecida no seleccionador mais mediático que temos (até aparece a vender relógios na televisão…será que posso fazer como o próprio e considera-lo um vendedor frustrado? Hehehe), se pegarmos numa sondagem do Jornal Record, poderemos perceber ainda mais a magnitude da arrogância do Homem.
Numa sondagem feita aos internautas do Record, acerca da exibição da selecção nacional frente a Angola, 5.900 leitores consideraram a exibição negativa (75%) e apenas 1.900 consideraram a exibição positiva (25%).

Ora se para o Senhor Scolari, seleccionador Nacional (e vendedor de relógios), bastou algumas críticas á exibição da selecção, para apelidar estes mesmos comentadores de "burros e iletrados" em Futebol, então fazendo uma leitura á sondagem do Jornal Record, presumo que o mesmo Senhor Scolari, seleccionador Nacional (e vendedor de relógios) considera que 75% dos Portugueses pouco ou nada percebem de Futebol.

Admito que é uma conclusão que em nada me surpreende, face ás declarações deste Senhor a um jornal brasileiro onde faz considerações graves sobre o povo Português, acusando-nos até de xenofobia, quando é ele que acusa os Portugueses de raiva e inveja do povo brasileiro.
Enfim, num dia os portugueses são os melhores do mundo no outro são xenófobos e invejosos…a mesma convicção de sempre de Scolari (eu não me esqueço da forma como apostou num 11 durante 2 anos de preparação e no primeiro resultado negativo oficial, remodelou o 11 para a equipa que todos os portugueses exigiam).


Bom, parece que esta arrogância é para se manter, pois Madaíl já fala numa renovação por mais 2 anos, deixando ,apenas, a mesma dependente dos resultados deste Mundial.
Mas como já percebemos que se Portugal fizer o “mínimo”, que é passar o grupo, já é um resultado que permite a Madaíl não considerar a prestação portuguesa um insucesso (apesar de colocar a fasquia nos quartos de final), teremos o brasileiro cá por mais 2 anos.

O Senhor seleccionador tem um salário modesto, é somente o terceiro seleccionador mais bem pago do Mundo, com um ordenado a rondar os 2,15 milhões de euros, apenas ultrapassado pelo salário de Erickson e Lippi.
400 e tal mil contos que puderão ser justificados ,apenas e só, com uma passagem de grupo contra selecções como México, Irão e Angola.

Enfim…

12 junho 2006

Breve análise ao Portugal-Angola




Pontapé de saída de Portugal no Mundial!




Confesso que aguardava com alguma curiosidade e cepticismo esta estreia de Portugal. Não por não acreditar no valor dos nossos jogadores, ou na superior qualidade da selecção das quinas em relação aos palancas, mas sim pela discórdia que tenho em relação a opções do seleccionador, e principalmente discórdia em relação a aspectos de índole de personalidade que Scolari foi vincando, gravemente, nas insinuações que foi fazendo na imprensa.

Mas vamos ao que interessa, Futebol.
Pessoalmente mantinha e esperança de Portugal actuar com a selecção que muito bem representou Portugal no Euro2004, á excepção da ausência de vulto (e que no futuro da competição nos puderá vir a ser fatal) de Jorge Andrade.
É verdade que há dúvidas em relação á forma física de Costinha e Maniche, e também é verdade que ,se de facto, existir falta de ritmo destes 2 atletas, Portugal, que não tem um lote alargado de escolhas para a selecção, terá imensas dificuldades em manter a competitividade que patentiou no Euro, pois na minha opinião não há substitutos á altura para estes dois grandes jogadores.
Será que a ausência de Jorge Andrade e as dúvidas em relação a Costinha e Maniche não serão ,por si só, factores que nos possam arredar de mais altos voos?

A verdade é que Scolari, decidiu abdicar de Deco (então Scolari diz q se o jogo fosse 6ª Deco tinha hipóteses de jogar, e ontem coloca-o no banco? Estranho, no entanto penso que até foi melhor assim, como forma de preservar o luso-brasileiro), colocando Figo como organizador.
Opção correcta como mais tarde, com o desenrolar do jogo, se veio a verificar, fazendo Simão actuar na faixa esquerda. Conclusão desta opção? Hugo Viana é claramente um jogador excedentário e uma terceira opção em qualquer posição que seja utilizado.

No entanto a grande surpresa surge na titularidade de Petit e Tiago.
Scolari testou várias duplas para o meio campo e talvez a que tenha insistido menos é a que aparece como titular.
A mim surpreendeu-me e de que maneira a aposta nestes 2 elementos, que pouca rotina tinham ganho entre os dois (face á pouca utilização dos dois em simultâneo nos jogos da selecção).
A base de sucesso do Euro 2004 começava assim o Mundial 2006 de fora, as rotinas criadas no FC Porto não era utilizadas, a mecanização e harmonia do meio campo eram preteridas. Conclusão: Scolari voltava a cair no mesmo erro que cometera no jogo de abertura do Euro 2004.


O jogo começou e Portugal entrou de forma avassaladora e fantástica, marcando um golo numa excelente iniciativa individual de Figo e com um excelente trabalho de movimentação de Pauleta que concluiu sem dificuldades (Pauleta que aos 20 segundos falha uma oportunidade clara de golo).
Percebia-se a lentidão dos centrais Angolanos e aos jogadores nacionais caberia explorar essa lacuna bem patente nos palancas.

Se é verdade que Portugal dominou a 1ª parte, e até teve ocasiões para dilatar a vantagem, não é menos verdade que o meio campo de Portugal foi inexistente.
Mateus, Figueiredo e André tiveram metros de espaços quer em comprimento quer em largura para construir e organizar o futebol ofensivo Angolano.
Seria tudo fruto da qualidade dos Angolanos?
Creio que não. Petit e Tiago apareceram excessivamente perto um do outro, pois Tiago na primeira parte jogou bastante recuado e descoordenado de Petit. Não está em causa o esforço e empenho dos dois, mas as rotinas não apareciam, o pressing também não e a verdade é que Angola começou a ganhar o duelo de meio campo.
Figo, um 10 adaptado..aparecia bem no ataque e nas movimentações para as laterais como forma de fugir ás marcações, mas cavava um fosso entre meio campo defensivo e meio campo ofensivo, o que, como já citado, permitiu a Angola ganhar confiança e partir com a bola controlada para o ataque, tentando sem grandes dificuldades a meia distância.
A opção de Scolari abria “falência”, e embora Petit e Tiago sejam dois jogadores de elevado nível, denotaram em Colónia falta de entendimento (apesar de no Benfica terem jogado juntos) e sobretudo falta de inteligência posicional, que com Costinha e Maniche seriam “ganhos” evidentes.

No que toca a transições ofensivas, Angola com Zé Kalanga e Mendonça (embora ineficazes ofensivamente) prenderam e bem os laterais Portugueses, que poucas vezes conseguiram subir de forma confiante e decisiva.
E sem Tiago para coordenar as transições, pois jogava muito recuado, Portugal viu-se obrigado a abusar do recuo dos extremos para virem buscar jogo e através das alas canalizarem todo o processo ofensivo Português, não aproveitando portanto a lentidão dos centrais angolanos.
Figo fez uma primeira parte gigante, pois apercebendo-se da necessidade de apoiar as faixas laterais, insistiu diversas vezes no apoio quer a Simão quer a Ronaldo como forma de criar 2 x 1 ou 2 x 2.


Scolari precisava de atenuar os erros causados, quiçá, pelas suas opções iniciais.
E depois do intervalo, terá pedido a Tiago para se soltar mais e para controlar mais a posse de bola.
A verdade é que Tiago apareceu mais confiante e ofensivo, e Portugal começou a mostrar algum atrevimento.
E não é que, devido á entrada de Mantorras, Scolari decide “amputar” de velocidade e largura o ataque Português abdicando de Ronaldo?
É verdade que Ronaldo não estava bem, mas também não é menos verdade que saíram dos seus pés e cabeça as duas melhores oportunidades de Portugal após o 1º golo.
Entrava o ministro Costinha, funcionando como apoio aos centrais e como primeira “muralha” defensiva, de forma a proteger a defensiva Portuguesa.
Petit é reposicionado, mas nunca foi o chamado “número 8”, pois nunca foi capaz de assumir as transições ofensivas.
Tiago passou a jogar na posição 10, com alguma qualidade, e Figo apareceu nas alas embora sempre com tendência para procurar diagonais interiores.

Os problemas diagnosticados ao longo da partida mantinham-se: dificuldade na posse de bola, transições lentas e excessivamente dependentes dos alas, e falta de conexão entre defesa e ataque.
Scolari no banco denotou algum receio dos Angolanos
, e só assim se explica a aposta em 2 trincos em simultâneo.


Já com alguns assobios e falta de imaginação patente, eis que Scolari coloca Maniche no lugar de Petit(Angola apesar da entrada de Mantorras nunca se soltou de alguma “inferioridade psicológica” com que encarou esta partida, e Scolari apercebendo-se disso lança Maniche).
A entrada do ex jogador do Chelsea teve resultados imediatos. Maior preenchimento dos espaços, incutimento de velocidade, futebol ao primeiro toque no meio campo Português e ainda maior pressing ofensivo, com Tiago em alguma evidência.
Portugal voltava a dominar o jogo, e é o próprio Maniche que testa o remate de meia distância quase atraiçoando o guardião João Ricardo.

A partir daqui o jogo foi caminhando para o fim, e a entrada de Hugo Viana para o lugar de Tiago, explica-se com a necessidade de Portugal manter a posse de bola e também devido ao evidente cansaço de Tiago.


Portugal vence justamente, mas apresenta várias lacunas.



Conclusões sucintas

*Scolari, ao abdicar totalmente do meio campo que tanta qualidade demontrou no Euro 2004, amputou Portugal de rotinas e mecanizações quer no processo ofensivo, quer nas transições, quer até no pressing alto.

*Petit e Tiago “atropelaram-se”, jogando ambos muito recuados (especialmente na 1ª parte), originando espaço e tempo para os Angolanos pensarem todo o seu jogo ofensivo.

*O “bloco” Português pareceu partido, e foi necessário recorrer excessivamente aos alas para se conseguirem transições ofensivas com a bola no pé.

*Ronaldo, abusou mais uma vez do jogo individual e dos “bonitos”. Não foi exactamente isso que apontaram a Quaresma para não fazer parte da selecção?

*A defesa portuguesa pareceu segura, mas Meira denota ainda dificuldades em termos de rotinas com R Carvalho.

*Pauleta e Figo, 2 símbolos da Selecção..apareceram em grande e com muita vontade e frescura física.

*Deco é insubstituível e que falta fez no jogo frente a Angola.

*Scolari falhou nas substituições, criando apenas impacto positivo com a entrada de Maniche.

*Hugo Viana, parece-me ser um jogador excedentário e fica-me dúvidas quanto a uma futura utilização de Boa Morte.

*3 pontos muito importante. Portugal cumpriu e já não está muito longe de cumprir o objectivo obrigatório..passar de grupo.



Espero que o Futebol da selecção das Quinas melhore e se torne mais fiável, e espero que Scolari mostre mais convicção nas suas escolhas.
Fazer experiências durante o Mundial pode ser fatal.

Força Portugal!!

08 junho 2006

O Mundial é dos jovens!


O Mundial 2006 está á porta.
O nervosismo cresce, as selecções fazem os últimos preparativos e a bola prepara-se para rolar.

Muito talento vai passar durante um mês nos relvados da Alemanha, e se é verdade que os adeptos e sobretudo os profissionais de futebol já conhecem quase na totalidade os jogadores que vão actuar, a verdade é que há sempre espaço para revelações e surpresas.

Os críticos de Futebol dizem e bem, que hoje em dia já não há surpresas individuais nos Mundiais, pois os clubes já têm um vastíssimo conhecimento dos jogadores, fruto da inovação tecnológica, aposta crescente na prospecção, etc.
No entanto, temos que salientar que alguns jovens que aparecem no Mundial têm a oportunidade de apresentar ao “grande público” um “cartão de visita” partindo definitivamente para o estrelato.
Assim sendo, passo a falar de alguns jovens talentos deste Mundial.

Se é verdade que temos neste Mundial a presença de jovens que são já grandes estrelas internacionais: Cristiano Ronaldo, Podolski, Rooney, Tevez, Messi, Robben, Gillardino, Káká, Robinho, Adebayor, Torres, Iniesta, Cesc, Reyes e Sérgio Ramos.
Também é verdade que outros são menos conhecidos, mas têm igualmente qualidade para se virem a afirmar no Panorama Internacional do Futebol.

México
Nesta selecção surgem 2 nomes que podem muito bem serem duas boas surpresas neste Mundial.
Ochoa, Guardião do México e ainda Andrés Guardado defesa do Atlas de apenas 19 anos.

Alemanha
Na Alemanha se descartarmos nomes já famosos, teremos que aguardar com algum interesse uma oportunidade a Marcell Jansen.
Lateral esquerdo, jogador do Borussia Monchengladbach. Salienta-se a altura deste atleta, 1, 90cm.

Inglaterra
A Inglaterra aparece com claras ambições a campeão Mundial, mas sem deixar de apostar na juventude.
Aaron Lennon extremo do Tottenham, é um jovem atleta de grande nível e com um futuro imenso na selecção Inglesa.
Por outro lado, aparece a grande surpresa Theo Walcott, jovem de 17 anos avançado do Arsenal. Se tiver hipóteses de jogar, surpreenderá pela sua velocidade e mobilidade na frente de ataque.

Argentina
Na selecção alvi-celeste aparecem 2 “famosos”.
O trinco do Corinthians Mascherano e ainda o talentoso avançado do Boca Palácios, que puderá surpreender o Mundo Futebolístico com golos.

Costa do Marfim


Na Costa do Marfim, aparece o poderosíssimo trinco Yaya Touré, um “sósia” futebolístico de Patrick Vieira. Actua no Olympiakos.
Um jogador bastanta alto, elegante, muito forte fisicamente e extremamente inteligente.





Holanda
A laranja mecânica para além do já conhecido médio Sneidjer do Ajax, tem nas suas fileiras outro produto das escolas da equipa de Amesterdão, Maduro. Um trinco que também pode actuar como central de grande qualidade e bastante maduro.

Gana
No Gana, aparece o já conhecido dos Portugues (jogou pela Udinese frente ao Sporting) Ali Muntari, um médio muito combativo e muito forte em termos posicionais.

U.S.A
Os americanos deixaram Adu de fora, mas apresentam Bobby Convey um jogador de enorme talento. Jogador do Reading, este centrocampista de 22 anos pode dar que falar.

Croácia
Os croatas contam com 2 jogadores bastante interessantes.
Modric e o talentoso Kranjcar.
Modric, tem 20 anos e é um centrocampista do Dínamo Zagreb.
Kranjcar, chegou á selecção pela mão do seu pai, e é um talentoso criativo Hajduk Split.

França


Os Bleu têm em Ribery o expoente máximo da qualidade das suas escolas de formação.
O scarface, como é conhecido, lutará arduamente por uma posição com Zidane, pois também ele é um numero 10 com imensos recursos técnicos e classe.
O render do lendário Zidane pudera ser já neste Mundial.




Suiça
A Suiça, que tem apostado muito forte num planeamento da sector da formação apresenta no Mundial alguns dos primeiros craques a sair desta nova aposta: Senderos o central dominador do Arsenal, Djourou, também do Ajax..um trinco de imensos recursos e por fim Barnetta uma grande figura da selecção Helvética…médio polivalente.

Ucrânia
Milevsky
, avançado da Ucrânia depois de impressionar no Euro Sub21 puderá ter uma palavra a dizer no ataque dos ucranianos.
Muito forte fisicamente, com boa qualidade técnica..pode vir a ser uma surpresa.


Aqui ficam alguns dos nomes que puderão afirmar-se no Mundial 2006, aguçando o apetite dos clubes de todo o Mundo e cimentando definitivamente a sua posição na sua selecção e no Futebol Internacional.

Aqui estaremos, para avaliar a prestação de cada um.

06 junho 2006

Balanço do Euro Sub21




Um sucesso!
Podemos afirmar que a organização portuguesa do Euro 2006 foi um sucesso.

Assistências médias batidas, ambientes fantásticos, emoção e muito colorido nos Estádios.
O público português compareceu em massa, os preços dos bilhetes foram a acessíveis ás carteiras de todos e os momentos de espera antes dos jogos puderam ser ocupados com vários jogos aliciantes, onde até bilhetes se podiam ganhar.

Depois do Euro 2004 e de toda um ambiente e euforia pouco visto ,até em termos Internacionais, Portugal mostra mais uma vez ser um país do Futebol.


Com o findar de mais uma competição de relevo em Portugal torna-se ,então, pertinente fazer um balanço desportivo do mesmo.
E nada mais justo que começar pelo Campeão.

Holanda
A laranja mecânica fez um campeonato sempre em crescendo.
Começou tímida, algo receosa e lenta mas acabou por se soltar á medida que o torneio foi avançando.
Após o jogo visionar “in loco” o jogo com a Dinamarca fui invadido por sérias dúvidas em relação ao valor desta selecção, apesar de nela constarem nomes bem conhecos do Futebol Holandês.
A verdade é que o jogo citado marca uma viragem no Futebol Holandês, e depois de eliminarem no grupo um sério candidato, deixaram para trás a temível e favorita França, vencendo na final com números esclarecedores.
São campeões, e no fundo até podemos afirmar que são uns justos campeões.
Em termos individuais convém salientar alguns nomes:
Huntelaar é a figura de proa, melhor marcador do campeonato Holandês e melhor marcador do Euro Sub21 2006. Excelente nas movimentações, felino no remate deixou como imagem de marca a “chapelada” frente á França.
Hofs, um jogador de estatura baixa, extremamente rápido, com dotes técnicos assinaláveis e uma inteligência notável. O ultimo golo seu frente á Ucrânia na final fica como cartão de visita.
Depois também a salientar De Zeeuw, Castelen (jogador já com andança pela selecção principal), Emanuelson e ainda o lateral direito Tiendalli.
Bastantes nomes, o que significa qualidade e futuro.

Ucrânia
A Ucrânia foi sem dúvida a grande surpresa da prova.
Baseada numa coesão defensiva assinalável, disferiu contra-ataques mortíferos.
O seu futebol não foi deslumbrante, mas a capacidade física e a coesão da equipa levaram-nos até a uma inesperada final.
A derrota na final surge por números exagerados.
Em termos individuais destacam-se:
o avançado Milevsky, fantástico jogador, muito forte fisicamente mas que alia força á técnica. Este jogador está a caminho do Mundial.
Também Fomin o companheiro de ataque, demonstrou “veneno” nos contra-ataques e conseguiu resolver alguns jogos.
Por fim saliento o guardião Pyatov. Típico guardião “russo”, capaz de manter a calma nos momentos de maior pressão e muito forte no posicionamento entre postes.

França
A França começou o Euro, batendo justamente o favorito Portugal.
Desde logo convenceram os adeptos, e assentes num futebol maduro e colectivo, não dependente de grandes individualidades, ganharam á custa do esforço e qualidade o estatuto de favoritos da prova, já no decorrer da mesma.
No entanto, o que parecia ser um favorito pré-anunciado, acabou por ser eliminado por uma supreendente Holanda.
Penso que a quebra física foi a razão que levou ao “flop” Francês na meia-final.
Em termos individuais destacam-se:
Mavuba
, médio do Bórdeus é já um nome sonante no Futebol francês (5 internacionalizações). Alia força, a uma visão de jogo e a uma inteligêcia táctica consideráveis.
Por outro lado, Toulalan é o chamado médio posicional. Aparece sempre no sítio certo, recupera imensas bolas e sai a jogar com simplicidade e eficácia. Está a caminho do Lyon.
Saliento ainda o guardião Mandanda. Excelentes exibições, fantásticos reflexos e uma segurança pouco comum para um guardião tão jovem. Actua no Le Havre

Sérvia
Os Sérvios são a outra surpresa da competição.
Relegaram nos grupos Portugal e Alemanha para os derradeiros lugares, apresentando uma cultura táctica madura e eficaz.
Também assentes numa excelente coesão defensiva, demonstraram qualidade nas transições rápidas para o contra-ataque.
A “roleta” das grandes penalidades, impediram-nos de chegar á final, mesmo não contando com alguns jogadores de grande nível como Vucinic (lesionado) ou Slobodan Rajkovic (a caminho do Chelsea em 2007).
Em termos individuais salientam-se:
Stojkovic
, fantástico guarda-redes. Ágil, eficaz e muito sóbrio, mais uma prova da boa escola de guarda redes dos países da ex Jugoslávia.
Milen Stepanov, um central dominadora, implacável no jogo aéreo e com um sentido posicional assombroso. Encantou-me a forma madura como disputou cada lance e como sozinho conseguia parar os contra-ataques adversários. Grande craque, este atleta do Trabzonspor.
Por fim saliento a irreverência ofensiva de Krasic, jogador muito móvel e sempre á procura das diagonais para aparecer em frente á baliza.

Portugal
Portugal foi uma das grandes desilusões da prova.
Uma selecção que pareceu bastante fatigada, e sobretudo sem um modelo de jogo bem solidificado. Esta falta de “Sentido táctico e colectivo”, poderá dever-se a uma falta de política de base nas selecções nacionais mais jovens, fruto da ausência da aplicação de um modelo de jogo único nas selecções jovens, como forma de criar bons colectivos e sobretudo rotinas colectivas nos jogadores.
Portugal, apontado como favorito á vitória, não conseguiu passar o grupo e só almejou marcar um golo já aos 93 minutos do ultimo jogo.
Em termos individuais:
Bruno Vale
guardião do FC Porto esteve sempre impecável, e Raul Meireles do FC Porto mostrou ser um jogador de grande alma, garra e bastante polivalente. Saiu do Euro de cabeça erguida.

Não poderia deixar de falar no público Português.
Mesmo após a fasquia ter sido colocada bem alta, e a desilusão ter sido grande, o povo Português apoiou a selecção no momento difícil do Adeus.
Foi uma grande prova de amor á selecção e á bandeira, e uma prova que os portugueses acreditam no valor dos jovens talentos da selecção das quinas.
Arrepiante o apoio no final do jogo frente á Alemanha e fantástico o sentimento nacional expresso na Final do Euro.

Itália
A Itália chegava com o rotulo de favorita e de defensora do ceptro Europeu.
Mas desde o primeiro jogo que desiludiu e demonstrou grandes fragilidades defensivas, algo pouco normal no futebol Azzurri.
Ficou uma imagem de um futebol pobre, com algum desprezo pelo valor dos adversários e com grandes descompensações a nível de meio campo, com claras culpas do técnico ao parte a equipa num 4-2-4 (bem patente em várias situações de jogo).
Em termos individuais:
É difícil destacar alguma individualidade da Itália, visto terem mostrado tão pouco, mas o lateral direito Potenza fez um Euro marcado pela razoabilidade e Rosina a espaços conseguiu desiquilibrar (fazendo lembrar em termos de estilo..Miccolli).

Dinamarca
A Dinamarca mostrou nível na 1ª parte do primeiro jogo frente á Itália.
Meio campo sólido e inteligente, com um ponta de lança a abrir espaços para a penetração dos extremos e do médio criativo.
No entanto, com o decorrer da competição ficaram bem patentes algumas fragilidades que lhes foram fatais e lhes custaram o apuramento para as meias finais.
Em termos individuais:
Wurz
médio de transição, capitão da equipa e jogador do Aalborg encantou pela maturidade que demonstrou em campo. Um verdadeiro líder.
Kahlenberg, chegou a Portugal rotulado de estrela, e a verdade é que apontou 3 golos. Não é um criativo puro ou um prodígio técnico, mas é muito inteligente no jogo colectivo e tem um faro assinalável pelo golo. Actua no Auxerre.
Por fim, saliento Bendtner, um avançado “poste”, que apesar da altura demonstrou boa qualidade com os pés e muita inteligência em termos tácticos. Actual no Arsenal.

Alemanha
A Alemanha foi uma grande desilusão.
Ausência de grandes valores individuais, acabou por pagar o preço do seu anti-jogo com a eliminação da prova já em descontos.
Em termos individuais é difícil destacar algum elemento:
Rensing, demonstrou qualidades e o porqué de ser o futuro numero 1 na baliza do Bayern.
Excelente guardião, mais 1 da mítica escola Alemã.



Conclusão

Tivemos um Euro cheio de emoções e surpresas, sem vencedores á priori e com jogos disputados até ao ultimo segundo.
Muito talento passou pelos relvados portugueses, e a moldura humana abrilhantou ainda mais o espectáculo.
É certo que deu para notar a falta de algum trabalho de base em termos tácticos em algumas das selecções presentes nesta competição, e quando chegadas a uma prova onde as 8 melhores da Europa estavam presentes, as individualidades não foram capazes de desiquilibrar.
E como grande mensagem deste Euro, podemos retirar mesmo isso. As individualidades por si só dificilmente resolvem um jogo ou até empurram a equipa para a vitória num torneio, este tipo de escalão, e aquelas selecções que demonstraram mais coesão e solidez táctica acabaram por surpreender.
De qualquer forma, fica uma nota para os amantes do Futebol mais técnico, a Holanda venceu o Campeonato. Terá sido valor individual ou muita versatilidade táctica? Deixo á vossa consideração…….

Segue-se o Mundial e em Agosto o Euro Sub19, o Futebol não pára!!