29 novembro 2007

De volta

De volta.

Fiéis leitores e amigos, infelizmente e por questões profissionais e pessoais fiquei com menos tempo para actualizar o meu blog.
Prometi que iria sempre conseguir um tempinho para este espaço que funcionou como recta de lançamento para alguns projectos, mas de facto quando o tempo aperta é difícil conseguir tempo para escrever.

De qualquer forma, e mais uma vez, cá estou eu de volta.
Procurarei actualizar o espaço sempre que possível e sempre que algum assunto me pareça pertinente.

Voltarei muito em breve para vos falar de dois atletas que quanto a mim têm tudo para dar o salto já em Janeiro.

Um forte abraço a todos!

12 setembro 2007

Á imagem de Rui Caçador...



A selecção Sub21 recuperou o espírito vencedor.
Para quem acompanha os meus textos da Futebolista, saberá que já defendia á muito uma restruturação nos escalões de formação da Federação Portuguesa de Futebol de forma a dotar a mesma com seleccionadores que apresentem o perfil certo para o nível qualitativo das mesmas.

E qual seria esse perfil?
Acima de tudo um treinador ambicioso, forte em termos de liderança e que responsabilize da forma correcta os seus jogadores.
Fui assistindo á passagem de alguns seleccionadores e todos eles me pareceram frágeis em termos de discurso e em termos de imagem de liderança.
Por todo o trabalho desenvolvido na Federação Portuguesa de Futebol, pela conduta que sempre apresentou e pela forma corajosa como assume os desafios, Rui Caçador foi a escolha certa para o lugar certo.
Não poderemos ter dúvidas que em termos individuais temos uma das mais fortes selecções jovens da Europa. Poderemos questionar ,isso sim, a forma como esses atletas são dirigidos e sobretudo responsabilizados pelos resultados que conquistam.

No mês de Agosto li uma longa entrevista a Rui Caçador, e se já era uma figura que reunia a minha simpatia, a forma directa, sem rodeios e frontal como abordou todos os assuntos deixou-me com a convicção que iriamos ter uma selecção Sub21 motivada, com espírito de conquista.
Posteriormente em mais algumas declarações de Caçador o mesmo referiu e bem que pela qualidade dos jogadores nacionais nos teriamos que assumir como claros pretendentes á conquista do Euro 2009. Referiu também que os jogadores teriam finalmente que perceber as ambições de Portugal e a responsabilidade que têm em conseguir esses objectivos.

É este tipo de liderança que faltava aos Sub21.
O talento está lá mas precisavamos sobretudo de um verdadeiro líder que saiba trabalhar psicologicamente os talentos nacionais, a quem lhes é reconhecida qualidade mas a quem falta uma maior consistência psicologica, uma maior ambição e sobretudo uma maior responsabilidade!

Apenas posso dizer que estamos a caminhar no caminho certo.....


Portugal 4 – 0 Montenegro

Portugal apresentou uma equipa que prima sobretudo pela qualidade e segurança na posse de bola, pela paciência que demonstra em atacar apenas nos momentos certos e pela facilidade que demonstra em se reorganizar defensivamente rapida e eficazmente no momento da perda da posse.

É verdade que estivemos longe de uma exibição brilhante, contudo este poderá ser um figurino optimizado, fazendo dos Sub21 uma equipa mais pragmatica e segura, menos exuberante mas também menos frágil defensivamente.

Se é verdade que , sobretudo na 1ª parte, ficou sempre a ideia de faltar largura e profundidade ao Futebol da nossa selecção, sobretudo pelas adaptações na lateral direita (um central a lateral) e na extrema direita onde Paulo Machado se sacrificou em nome do colectivo, não será menos verdade que verificamos uma selecção mais adulta e coesa tacticamente.
Deixamos a espaços o “sexy football” para apresentar um certo pragmatismo bem ao jeito de selecções como a Italiana. Uma maior posse de bola, mais circulação, mais paciência e no momento certo movimentações de ruptura e bola no espaço.

Na 2ª parte, Montenegro quebrou fisicamente e Portugal apareceu mais motivado (na 1ª parte notou-se um excessivo relaxe por parte de alguns jogadores) e com um maior pendor ofensivo.
4-0 acaba por ser um resultado muito positivo embora tenha sido conseguido sem grande esforço ou dificuldade, ficando claramente a ideia que eramos capazes de mais e melhor.

Em conclusão, fico com a ideia que Portugal começa a revelar um cunho pessoal de Rui Caçador.
Mais “adulta”, mais “manhosa”, mais inteligente e mais paciente...penso serem estes os predicados da selecção á imagem de Rui Caçador.
Estamos no caminho certo.

A rever...

Penso que Miguel Veloso revela dificuldades quando actua como interior esquerdo. Menos tempo para receber e construir..levam o Miguel a registar mais perdas de bola e a denotar alguma dificuldade em termos de movimentação ofensiva.

Vasco Fernandes como lateral direito terá que ser vista como uma situação de recurso, uma vez que Vieirinha fica muito desapoiado. Se a isto juntarmos um P Machado a sair da esquerda para procurar espaços mais centrais e um Antunes que demora em impor-se, terá que ser equacionado uma nova formula para as alas nacionais.


Como nota final deixo-vos um nome: Jovetic.
O avançado, número 8, do Montenegro é um atleta com características muito interessantes.
Mais interessante se torna quando olhamos para os seus dados biográficos e constatamos que apenas tem 17 anos e já se impos e de que maneira no Partizan de Belgrado. Falarei dele na próxima edição da Futebolista!

11 setembro 2007

Regresso


Estou de regresso!
Depois de uma férias bem saborosas mas nunca deixando de estar a par das notícias do futebol em geral, estou de volta pleno de energia para continuar a dar-vos opiniões sobre tudo aquilo que rodeia o futebol de formação cá dentro e lá fora.

Ao longo do tempo de existência deste blog fiz questão de vos ir "relatando", numa espécie de diário espontâneo, a minha experiência pelo mundo da bola.
Como tal, e estando nós no pontapé de saída de mais uma temporada desportiva, é tempo de vos colocar a par do que tem sido a minha vida nesta área.

Estou certo que já são conhecedores da minha colaboração com um grande clube Português no que á prospecção diz respeito. Também já conhecem, certamente, a minha rubríca mensal na revista Futebolista - Olheiro.
Como tal, a única novidade que vos posso dar é o início da minha colaboração com a revista mensal Futebol Português, onde irei falar de tudo um pouco, no que diz respeito á formação.
Serão 2 páginas dedicadas ao que de melhor se faz em Portugal, formar jovens futebolistas de qualidade.
A estreia está marcada para a edição de Outubro.

É sem dúvida um projecto aliciante numa revista modesta mas "corajosa". E digo corajosa pois vivemos num País "viciado" em jornais desportivos, mercado esse muito curto para revistas que se queiram impor, sobretudo aquelas que com poucos recursos tentam a sua sorte.
A Futebol Portugues marca pela originalidade. Não será certamente a revista mais apelativa, mas é plena de conteúdo e é fiel ao futebol nacional.

Peço-vos como sempre que acompanhem mais este meu desafio!

Em relação ao blog,
Bem sei que de certa forma tenho dispendido menos tempo na sua actualização, contudo prometi a mim mesmo que a partir de agora tentarei actualizar o blog pelo menos duas vezes por semana, deixando-vos algumas rubrícas que irão conhecer com o tempo.
E como "tempo é dinheiro", deixo-vos já algumas considerações...como forma de abrir a temporada 07/08 :


A imprensa de hoje faz referência a algumas "mexidas" no mercado.

A primeira prende-se com o atleta Kaby, Sub16 do Boavista.
Aliu Djaló, mais conhecido por Kaby estará em Londres a prestar testes no Chelsea. Tenho que vos ser sincero, não é uma notícia que me surpreenda. As movimentações do Mister Fleming (responsável pela prospecção do Chelsea na Península Ibérica) foram mais do que muitas e já o vi a acompanhar alguns jogos do Boavista. Por outro lado, a qualidade técnica do atleta em questão e a sua margem de progressão, aguçaram nos últimos tempos o apetite de grandes equipas europeias.

De qualquer forma e por ainda não ter passaporte Europeu, creio que ainda não será agora que a jovem pérola axadrezada deixe o clube.

Deixo-vos a minha análise ao jogador em questão (revista Futebolista - Agosto 2007):
"Natural da Guiné Bissau, Kaby, como é conhecido, é uma das grandes figuras do futebol de formação axadrezado.
De baixa estatura é portador ,todavia, de uma potência muscular assinalável característica que lhe permite ocupar posições mais centrais no meio campo. É dotado de uma capacidade de um para um muito forte. Usa e abusa do seu potente e colocado pontapé e é bastante eficaz no passe curto e longo.
Por vezes excede-se em preciosismos, contudo com a evolução que tem registado, hoje em dia é mais objectivo e preponderante na construção de jogo. Defensivamente é um elemento activo e participante.
É certamente um dos jogadores mais cativantes do futebol de formação nacional e existem rumores que já é cobiçado por grandes clubes internacionais. "

A 2ª notícia do dia refere-se ao possível empréstimo do Sub18 Coelho (Inter de Milão) ao SL Benfica.
Segundo o JN de hoje, o jovem Coelho estava a sentir algumas dificuldades de adaptação ao futebol italiano (mais musculado e táctico), e como tal estará a tentar regressar a Portugal onde poderá explorar mais facilmente a sua qualidade técnica ou por outras palavras, o seu "sexy football".
A confirmar-se será um grande reforço para o SL Benfica e o regresso de um atleta que tem tudo para vingar no futebol nacional.
Extremo ou ponta de lança num esquema de 2 avançados, Coelho é um jogador veloz e extremamente criativo. Ainda recentemente fez um Mundial de Clubes na Malásia de grande nível (jogava com o nome Barbosa).
Também segundo o mesmo diário, o Benfica ficaria com o direito de adquirir metade do passe do atleta. Será uma forma do Benfica ver como se integra o jovem atleta e uma forma do Inter salvaguardar um futuro encaixe financeiro, pois estou certo que o atleta em questão ainda vai dar que falar.

Aqui fica a minha análise ao Coelho (revista Futebolista - Maio 2007):

14 julho 2007

Jovens á procura de uma oportunidade



A bola já rola e a nova temporada encaminha-se para o seu início.
Muito ainda se especula em relação a entradas e saídas, as caracterizações dos reforços vindos do estrangeiro vão sendo feitas, mas pouco se fala dos jovens que têm nesta pré-temporada uma hipótese de se impor nos planteis dos grandes.
Á excepção de Dabao, o qual tem impressionando, todos os outros jovens elementos á procura de um lugar ao sol no Futebol Nacional têm sido algo marginalizados pela comunicação social, como tal penso que está na hora de fazer uma breve caracterização de cada um deles.


FC Porto

Hugo Ventura
Ainda não se juntou aos trabalhos do FC Porto pois a partir de 2ª feira jogará o Europeu de Sub19.
O Hugo é o melhor guarda-redes a sair da “cantera” azul e branca desde o mítico Baía. Não muito alto mas elástico e com muita técnica de baliza, é um guarda-redes que transmite segurança á defesa.
Posicionalmente muito inteligente, rápido a movimentar-se entre os postes e a sair dos mesmos, é seguro nas bolas aéreas (apesar de não ser muito alto). Pelas camadas jovens do Porto impressionou pelos seus nervos de aço e pela sua permanente tranquilidade.
Terá apenas que melhorar em termos de comunicação uma vez que denota alguma timidez.
Ventura chega ao plantel Portista no ano que Baía se despediu, terá sido uma passagem de testemunho?

André Castro
Na minha opinião é um dos melhores talentos de Portugal. Também presente no Europeu de Sub19 e ,como tal, impedido de efectuar parte da pré-temporada com o FC Porto, o Castro tem as características ideais para a concepção de futebol de Jesualdo Ferreira, á excepção da altura.
Com um pulmão tremendo prefere quebrar a torcer. Tem uma intensidade impressionante, não pára um minuto. A sua personalidade forte e profissional permitem-lhe encher o meio campo, pois é muito inteligente posicionalmente e defende e ataca com a mesma qualidade.
Lê bem e rápido o jogo, entregando a bola sem grandes floreados ou preciosismos. Por outro lado é dotado de um forte pontapé tornando-o perigoso nas imediações da área adversária.
No fundo, o Castro é um box to box moderno, um jogador que recupera para entregar ou construir de forma simples e eficaz.
Se apostarem nele será certamente um jogador bem á imagem do FC Porto.

Rui Pedro
O Rui foi subindo escalão a escalão, quase sempre rotulado como o menino bonito da cantera azul e branca.
Conquistando o título de melhor marcador da equipa em quase todos os anos, começou a ganhar maior versatilidade posicional. De ponta de lança, hoje pode actuar como médio ofensivo ou jogar solto nas costas de um ponta de lança mais fixo.
Com um bom domínio de bola e uma capacidade técnica acima da média, é nos movimentos de ruptura e na capacidade de se antecipar aos defesas que acaba por se destacar.
Fisicamente não é imponente, algo frágil até.
Terá que se tornar mais agressivo nas disputas de bola, simplificar processos e sobretudo decidir mais rápido, um vez que me parece ainda algo lento para o futebol de alta competição.
Para sonhar em jogar pelo FC Porto terá que rodar para se habituar a um futebol mais exigente, rápido e combativo.
Falhou o Euro Sub19 por problemas disciplinares e como tal tem efectuado a pré-temporada com o FCP.


Benfica

Miguel Vitor
Este jovem Sub18 foi uma agradável surpresa na ultima temporada. Se antes o via como um jovem com algum talento, na temporada passada deu um salto qualitativo significativo e hoje é talvez um dos 2 melhores centrais Sub18 do País.
Embora não sendo um central alto, tem uma boa capacidade de impulsão e um bom timing de salto, características que lhe permitem um bom domínio do jogo aéreo (este ano marcou alguns golos de cabeça...em bolas paradas). Pelo chão é rápido qb, necessitando de melhorar um pouco em termos de flexibilidade (ás vezes parece algo duro de rins). É forte no tackle e tem características de líder.
Tem também capacidade técnica algo que lhe possibilita sair a jogar com segurança e qualidade.
Tem que progredir ainda mais.

Romeu Ribeiro
Um dos maiores talentos Sub18 nacionais. Natural do Norte, destacou-se nos juniores encarnados, por uma maior agressividade e combatividade no seu jogo.
Trinco, é um jogador com classe, pois joga de cabeça levantada, possui fortes argumentos técnicos e entrega a bola sempre “redonda”, evitando o chutão para a frente.
Apesar de lhe faltar ainda um maior vigor físico, maior massa muscular, denota uma maturidade dentro de campo que lhe permitirá sonhar alto, ou não tivesse sido ele chamado para a selecção europeia de Sub18.
É um diamante por lapidar, ainda longe de tudo aquilo que pode render, e se tiver a possibilidade de treinar frequentemente com o plantel sénior (para ganhar maior velocidade e objectividade no seu jogo) e for bem acompanhado neste último ano de juniores, em 2008/09 poderá ser uma grande surpresa.

Yu Dabao
Muito mediatizado pelos valores da sua transferência e pelo facto de ser Chinês, Dabao cedo destruiu o argumento de muitos os que tentaram afirmar que a contratação do atleta seria apenas uma questão de marketing (algo que naturalmente também influenciou).
O Dabao é um Sub19 com muito boa constituição física, uma capacidade de trabalho e de aprendizagem muito acima da média e dotado das caracteristicas típicas dos orientais: sempre em busca da optimização.
Dentro da área movimenta-se bem, sabe jogar de costas para a baliza..funcionando como uma especie de pivot. No jogo aéreo não só ganha muitos despiques individuais como ainda tem o cuidado de entregar a bola em condições aos seus companheiros.
Mas a sua grande qualidade é a facilidade de rodar e rematar. Tem um remate “fácil”, espontâneo, qualidade essa que rareia cada vez mais em Portugal.
Tem sido amplamente falado pelos golos que tem marcado na pré-temporada encarnada. Na minha opinião e olhando para as soluções que o Benfica tem no ataque, Dabao teria lugar no plantel, mas a possível contratação de um novo avançado retirará o espaço para o jovem chinês se manter na Luz. De qualquer forma penso que poderá ser mais benéfico para ele rodar noutro clube do que enfrentar o receio de Fernando Santos em apostar em jovens.


Sporting

Rui Patrício
O Marrazes, como é conhecido na família leonina, é a par de Ventura uma grande promessa das balizas nacionais (logo agora que Ricardo e Quim caminham para o fim das suas carreiras e Baía ja partiu).
Imponente fisicamente cobre a baliza com relativa facilidade. Chega mesmo a assustar quando sai dos postes em duelos individuais com os avançados, tamanha é a mancha que “produz”.
Dotado de bons reflexos e daquele “6º sentido” que os grandes guarda-redes têm, consegue aliar eficácia e tranquilidade.
Forte no jogo pelo chão e no jogo aéreo, terá um futuro risonho, embora conte agora com a concorrência de Stojkovic, também ele um jovem gigante que denota muita qualidade.

Paulo Renato
O Paulo é um bom exemplo de versatilidade. Central, já actuou no meio campo..uma contribuição positiva para melhorar a sua capacidade técnica.
Joga de cabeça levantada, procura sair em apoio ás transiçoes ofensivas (sempre que tem espaço para tal), tem qualidade de recepção e passe (curto e longo), mas defensivamente está longe de ser um garante.
Ainda verde, perde demasiados lances e provoca faltas desnecessárias (no Mundial de Sub20 foi notório).
Paulo Bento quererá retirar proveita da invulgar relação com bola que este central tem melhorando a vertente defensiva do jogador, mas creio que mais um ano a rodar só lhe faria bem.
Tenho algumas dúvidas que se imponha no plantel verde e branco.

Adrien Silva
É uma, se não a, grande pérola nacional. Ainda muito novo teve a possibilidade de conviver com Zidane no Bordeus.
Já no Sporting teve uma ascensão meteórica e melhora a cada dia que passa. Posicionalmente maduro e inteligente, preenche o meio campo, dobra os companheiros, parte para as vantagens númericas, etc..etc...etc.
Com a bola nos pés tem uma invulgar frieza para a guardar e entregar com quase 100% de eficácia. Fisicamente é dotado muscularmente mas não é um jogador muito imponente, demonstrando agilidade.
Um daqueles atletas que equilibra uma equipa, que a tranquiliza e a faz jogar com inteligencia.
Adrien tem como referência João Moutinho e se é verdade que ambos têm algumas semelhanças, creio que o Adrien tem capacidade e margem para chegar ainda mais longe do que a sua referência.

Yannick Pupo
Confesso que não é um jogador do qual tenha muitas referências, pois vi poucos jogos do mesmo.
Como interior ou mais á frente como número 10, o Pupo tem uma relação com bola típica dos brasileiros ou seja, bom domínio de bola, fino recorte técnico e alguma técnica individual. No passe é algo lento, denotando uma vez mais uma característica dos brasileiros, falta de intensidade e falta de velocidade nos processos.
É inegável que tem qualidades interessantes mas dificilmente se conseguirá impor no Sporting.


Estes são os atletas que tentam convencer Jesualdo, Bento e Santos neste início de temporada.
Uns mais do que outros têm argumentos para surpreender e para se impor, contudo tudo dependerá das necessidades de cada equipa e da “coragem” dos treinadores para os lançar.

De qualquer forma não são apenas os grandes que apostam nas camadas jovens, e jogadores como Ivan (Boavista), Stelvio e Orlando (Braga), Rabiola e Tiago Ronaldo (Guimarães), entre outros..poderão vir a dar que falar.

07/08 está aí e a concretização do sonho dos jovens futebolistas em se tornarem jogadores de “top” entra agora numa fase decisiva.

04 julho 2007

Mundial Sub20


Entrada com o pé direito.
Portugal estreou-se com o pé direito frente a uma selecção Neozelandesa bastante frágil.

Couceiro apostou no onze esperado, e se é verdade que em termos colectivos teremos que esperar por um confronto mais equilibrado para tirar algumas ilações, em relação a alguns atletas que já vinham demonstrando qualidade nas suas equipas e mais recentemente no Torneio de Toulon podemos já fazer breves e simples análises.

Começo por destacar Pelé.
Este jovem atleta do Guimarães que passou pelos escalões de formação do Salgueiros e numa fase mais avançada..Benfica, demonstrou uma dimensão física assinalável.
Acompanhei esta temporada cerca de 5,6 jogos do Guimarães, jogos em que Pele foi utilizado, e tinha ficado com a sensação de estar perante um jogador com boa capacidade de choque, resistência e agressividade qb. Contudo e porque quando falamos de 2ª Liga falamos de um futebol mais fechado e físico, poucas foram as vezes em que o Pelé se conseguiu destacar pelos seus argumentos ténicos, excepção feita á capacidade de passe curto.
Em Toulon e já no Mundial de Sub20 fiquei surpreendido pela capacidade de posse de bola, pela componente psicológica que lhe permite assumir o jogo com tranquilidade e cabeça levantada e ainda com alguns pormenores técnicos no que se refer a recepção orientada que me deixaram agradado.
O Pelé tem características e capacidades que bem exploradas e potenciadas o podem levar a ser um jogador de bom nível para qualquer equipa nacional. O PSV já anda de olho nele...

Gostaria também de falar de Zequinha.
O Zequinha, para quem não conhece, chegou já como junior ao FC Porto numa transferência de valor algo elevado. Depois de uma passagem low profile pelo clube azul e branco tem sido cedido (penso que nesta época actuará no Penafiel) e a verdade é que vem demonstrando boa margem de progressão.
Fisicamente é um jogador interessante (apesar de estar longe de ser imponente), denota uma grande mobilidade e boa capacidade para jogar no risco de fora de jogo. Tem capacidade técnica para partir de um para um e apenas terá que apurar os seus índices de finalização que ainda não são os melhores.

O Fábio Coentrão é um atleta que me é familiar, uma vez que já sigo o seu percurso desde os juvenis, altura em que lhe reconheci amplas capacidades para se tornar profissional de futebol.
De personalidade e feitio complicado (o que dificulta de certa forma a sua margem de progressão), o Fábio é um atleta excentrico que gosta de dar nas vistas.
Possuidor de um rol de atributos técnicos assinalável, perde lucidez e objectividade.. pois procura sempre mais este pormenor ou aquela finta.
Tem velocidade, agilidade, elasticidade e capacidade técnica para se tornar um jogador de qualidade, mas terá forçosamente que ser trabalho em termos físicos e terá que ser trabalho em termos psicológicos.
Terá um belo desafio no Benfica.


Por fim, o “famoso” Bruno Gama.
Aos 15 anos já era uma grande promessa do futebol nacional e já dispontava ao vencer o Campeonato Europeu de Sub17 em Viseu.
A transferência para o FC Porto foi avultada, e o Bruno começou por sentir logo alguma pressão.
Tem recursos técnicos “finos” e “mágicos”, tem velocidade, tem visão quando entende jogar para a equipa, mas falta-lhe um salto em termos físicos.
A sua estatura, a falta de resistência e a dificuldade no choque têm impedido um salto mais rápido e “certo” para outro patamar. De qualquer forma Scolari anda de olho nele.


Os adversários
Nos jogos que tenho a possibilidade de acompanhar vi um Giovani dos Santos ao seu nível, um Carlos Vela mais evoluído e maduro (em relação ao que vi no Mundial de Sub17), um Freddy Adu mais potente e forte fisicamente sem contudo ter perdido toda a sua dinâmica (belo primeiro golo frente á Polonia), um Diego Capel com um pé esquerdo fantástico, um Renato Augusto a demonstrar que tem qualidade e características que mais do que os seus companheiros puderão facilitar a sua integração ao futebol Europeu.

Deixo-vos alguns nomes que fui referenciado ao longo dos tempos, para terem em atenção.
Na Argentina Matias Cahais (grande SulAmericano Sub20), Zarate e Maximiliano Moralez. Quanto a Aguero e Insua não nem precisam de apresentações.
No Brasil Amaral e Willian. Pato, David Luiz e Leandro Lima já são vossos conhecidos, certamente.
No Uruguai o possante avançado Cavani (excelente SulAmericano Sub20 também), jogador com 1 metro e 88 centimetros.
Nos Estados Unidos..Adu não precisa de apresentações.
Na Espanha actuam alguns atletas que disputaram o Euro Sub19, chamo a vossa atenção para Mata, Bueno e Toni Calvo. Barragan e Piqué são dois defensores de qualidade.
Steven Fletcher, avançado escoces.
Na Polonia o avançado e exímio marcador de livres, Janckyk
Na Rep. Checa o guardião Petr Radek.
E por fim na Coreia do Sul o número 14 Lee.

Força Portugal!

03 julho 2007

Euro Sub21 2007



O Euro Sub21 terminou, com a Holanda pela segunda vez consecutiva a conquistar o ceptro, embora desta vez com mais sabor pois actuavam perante o seu público.
Numa breve retrospectiva, Portugal enfrentava no seu grupo Belgica, Holanda e Israel.
Sabendo-se da qualidade individual dos jogadores Holandeses, antevendo-se a mestria e a mecanização do seu jogo colectivo, Portugal tinha a obrigação de assegurar bons resultados contra equipas de um nível mais baixo, Bélgica e Israel.

Portugal - Belgica
Muito se falou na pretensa qualidade Belga por terem 5,6 jogadores a actuarem pela selecção principal, mas muitos esqueceram-se de referir que a selecção Belga não é a mesma de outros tempos e apresenta até níveis qualitativos algo baixos.
Como tal e olhando á qualidade dos atletas Portugueses só poderiamos exigir uma vitória, mas desde cedo se percebeu que o jogo ia ser complicado, pois até o discurso de Couceiro soou a derrotista aliviando ainda antes do jogo... uma lógica responsabilidade que os atletas Portugueses tinham de vencer á congénere Belga.
A verdade é que a equipa de Portugal apareceu sem chama, extremamente desorganizada. O ponto conquistado acabou por parecer um mal menor, uma vez que a Bélgica foi superior durante grande parte da partida.

Portugal – Holanda
Na 2ª partida defrontamos aquela que para mim seria á partida a favorita, pela qualidade dos seus jogadores, pelo facto de serem os detentores do título e pelo factor casa.
Foi mais um jogo em que durante 45 minutos fomos uma selecção perdida em campo, esbarrando em erros tácticos básicos.
Durante os 25 minutos finais, depois de corrigidas o posicionamento dos jogadores Portugueses finalmente conseguimos mostrar algum futebol, mas não chegou...
Culpar o árbitro? Sim, o arbitro errou, mas mais uma vez Portugal caiu porque foi inferior.

Portugal – Israel
Contra Israel e já num figurino táctico mais coerente, Portugal apresentou-se num registo de bom nível, jogando com organização e alma.
Foi uma vitória categórica, mas nunca uma exibição que desculpe todos os erros dos jogos passados, pois quer se queira quer não..Portugal defrontou uma selecção já afastada.


As razões do desaire
São já 2 Europeus em anos consecutivos que acabam em desilusão.
Nas duas competições Portugal ,face ao nível individual dos jogadores que convocou, apresentou-se como candidato. Em ambos saiu vergado.
Eu encontro algumas explicações que podem explicar pelo menos parcialmente estes desaires.
Portugal tem aparecido com claras fragilidades colectivas. Em termos comparativos até com selecções de pior nível individual, a selecção Portuguesa de Sub21 apresenta um vazio colectivo preocupante.
Não obstante os erros claros de José Couceiro que sobretudo não soube tirar proveito do “esqueleto” do Sporting, (algo que Scolari acabou ,depois de muita teimosia, por fazer com o FC Porto, campeão Europeu, de José Mourinho) procurando utilizar uma espécie trivot (Amorim, Veloso e M Fernandes) que castrava a largura do jogo de Veloso e M Fernandes e por outro lado criava enormes dificuldades posicionais aos atletas da selecção e optando ainda por distanciar em demasia Moutinho e Nani provocando falta de ligação entre sectores, o denominador comum nos 2 Europeus de Sub21 foi mesmo a falta de rotinas colectivas que numa Holanda, Italia, Servia, Ucrania..etc não verifiquei.

É necessário portanto um trabalho de base e continuidade, assente num único modelo de jogo com algumas adaptações face aos jogadores disponíveis na altura.
Esta trabalho de continuidade permitirá aliar a boa qualidade dos atletas a uma maior cultura táctica, algo essencial para quem quer vencer competições.
No fundo se este trabalho já existe(e acredito que sim) na prática não aparece..como tal é necessário rever todo o planeamento.

Por outro lado aquilo que se viu nas duas ultimas competições europeias de Sub21 foi um Portugal menos competitivo, mais “preguiçoso”.
Jogadores com menor índice de agressividade, em claras dificuldades físicas e com jogadores em claro subrendimento.
É verdade que alguns destes atletas estiveram expostos a uma época desgastante, recheada de jogos e competições, no entanto relembro que nas outras selecções os jogadores estão expostos á mesma exigência conseguindo chegar a esta fase da temporada mais frescos e determinados.
Nesse sentido também terá que ser pensado numa outra abordagem.

Os mais do Euro (Portugal)
Começo por falar de 3 elementos que para mim são futuros jogadores chave na selecção Nacional (e aqui não me interessa se é daqui a 2,4 ou 5 anos):

Manuel da Costa. Jovem talento que actuou no Nancy antes de rumar ao PSV (com 18 anos esteve a um passo de ingressar no FC Porto), é um central moderno e exprime já em campo uma vertente de treino muito explorada na Holanda..a componente da técnica individual.
Depois de um Torneio de Toulon onde demonstrou muita qualidade e margem de progressão e depois de algumas chamadas á selecção Nacional, neste Europeu Manuel da Costa deixou claro que tem um potencial enorme.
Sentido posicional de bom nível, timing de tackle fora do comum, boa capacidade física, velocidade qb, forte mentalmente e uma capacidade técnica fora do comum para um central..fazem de Manuel da Costa um dos mais promissores centrais Europeus. Talvez lhe fizesse bem mais um ano na Holanda antes de rumar a outras paragens.

Miguel Veloso. É um pivot defensivo moderno. Forte qb fisicamente, tem um sentido posicional e colectivo bastante forte. É forte no desarme mas deslumbra mais na primeira fase de construção e na capcidade de posse de bola. Tem uns pés requintados, a capacidade de passe é de elevado nível e tem uma personalidade que lhe permitirá certamente atingir os píncaros do Futebol Internacional.
Está encontrado o 6 de futuro da selecção nacional.

Manuel Fernandes. Que bem lhe fez a passagem por Inglaterra. O Manélélé do Benfica era um jogador voluntarioso, com pulmão, boa qualidade de passe e um remate de meia distância maravilhoso. Com a sua natural maturação é hoje um jogador com uma dimensão física fora do comum. Capaz de segurar a bola mesmo pressionado por um ou mais atletas, capacidade de choque poderosa, forte a defender e a atacar.
Está um box to box completíssimo e é neste momento um jovem capaz de fazer furor em qualquer equipa.

Estes são os 3 atletas que em termos de características, qualidade e margem de progressão parecem ter um futuro risonho á sua frente.
Jogadores extremamente completos, jogadores de colectivo e que incutem muita segurança defensiva e capacidade de construção de jogo a qualquer equipa onde joguem.
Serão bem vindos na selecção principal.

Obviamente que não me esqueci de Moutinho e Nani.
Moutinho é um excelente jogador mas dá a sensação que a dimensão do seu jogo não pode crescer muito mais, pois tudo aquilo que faz...é conseguido com alma e raça. Tem tudo para se afirmar no futebol nacional mas dificilmente atingirá uma dimensão internacional muito elevada.
Quanto a Nani, um olheiro do Chelsea disse algo com algum sentido. Embora sendo um jogador com atributos físicos fora do comuns (agilidade, elasticidade) e com uma velocidade típica de um extremo, Nani tem registado uma evolução algo lenta no seu jogo. O Nani da temporada passada é o mesmo Nani desta temporada, quando se esperaria uma explosão. A sua transferência para o Manchester poderá ser a oportunidade e o tónico para explodir definitivamente.

Queria também salientar alguns pormenores de Vaz Té que embora limitado mostrou uma mobilidade muito inteligente e eficaz.
Nota ainda para as prestações de Varela e João Pereira, pois embora apresentem lacunas que dificultarão a ascensão a um patamar elevado, demonstraram raça e vontade.


Os mais do Euro
A Holanda voltou mais uma vez a dar a conhecer jogadores com muito boa qualidade.
Vlaar é um central promissor, Maduro uma certeza no meio campo defensivo e Babel confirmou a sua qualidade.
Rigters maravilhou pela velocidade e pela capacidade de finalização que demonstrou, mas foi outro atleta que me encheu as medidas.
Falo-vos de Drenthe. Depois de um Torneio de Toulon (época passada) de grande nível como defesa esquerdo, Drenthe maravilhou o Mundo do Futebol pelo seu jogo rápido, inteligente, eficaz e vistoso.
Com uma raça assombrosa, é extremamente rápido e forte no choque. Tecnicamente é capaz de levantar uma plateia, aplicando posteriormente o seu cruzamento teleguiado de pé esquerdo. Creio que Drenthe acaba por potenciar o seu jogo mais como médio ala esquerdo do que como defesa esquerdo,

Reo Cooker, Nugent e Lita foram 3 jogadores em destaque na Inglaterra.
Reo Cooker é um box to box “electrico”, Nugent um avançado completo mas foi Lita a grande figura.
Lita é um avançado muito veloz e potente, com uma mobilidade e uma capacidade de desmarcação muito acima da média. Terá que melhorar a eficácia em frente á baliza.

Na Italia, para além dos já conhecidos Aquilani e Montolivo (este ultimo pouco exuberante nas suas exibições) destaco Chiellini um defesa bastante polivalente, forte fisicamente e com grande personalidade.
Pazzini, um excelente ponta de lança, esteve vários furos abaixo.

E termino falando de um avançado que me impressionou. Falo-vos de Mirallas da Bélgica. Forte fisicamente (não muito alto), é muito móvel, dá a sensação de estar em todo o lado, é forte na finalização e tem capacidade para desequilibrar de um para um. Belo avançado.

Segue-se o Mundial de Sub20, onde Portugal entrou com o pé direito..mas falarei mais tarde.

08 junho 2007

Debate sobre formação de atletas

Como avaliar a formaçao de atletas


O trabalho desempenhado pela Áreas de formação de um clube, é vulgarmente avaliado pela presença ou não de atletas na equipa profissional.
Contudo pergunto: Será que o trabalho desempenhado, a capacidade e qualidade profissional dos formadores de atletas deve ser avaliada unicamente pela premissa anteriormente citada? É obvio que não.
O objectivo de qualquer Área de formação é apetrechar a equipa profissional com atletas de bom nível, no entanto a subida dos atletas ao escalão sénior depende de imensas variáveis, muitas delas independentes daquilo que se faz na formação.
Obviamente que a promoção dos atletas dependerá muito da existência ou não de qualidade nos escalões de formação, no entanto muitas são as variáveis que não são nem podem ser controlados pelos profissionais da formação.
A política desportiva do clube, a sua situação financeira, a exigência que é feita em termos de resultados a esse mesmo clube, as características do treinador da equipa profissional e sua equipa técnica, a qualidade do plantel da equipa profissional.
Todas estas questões influenciam de forma decisiva na hora de apostar nos atletas oriundos da formação e no caso específico Português todas estas variáveis acabam por ser determinantes na visibilidade das Áreas de formação, sobretudo dos “três grandes”.
Como tal é frequente ouvir-mos e ler-mos que a Área de formação do Sporting é a única competente, que os seus responsáveis são os únicos realmente especializados na formação de jogadores.
Se é óbvio constatar que o Sporting realmente trabalha bem na sua àrea de formação e se tornou uma referência, também me parece que é de inteira justiça realçar que actualmente em Portugal os outros rivais trabalham de forma profissional e eficaz, no entanto ,e pelas questões destacadas anteriormente, nem sempre esse trabalho é “visível” ao adepto comum o que acaba por ser decisivo na forma como posteriormente é avaliado o trabalho que cada àrea de formação desempenha.


Existirá escalões etários mais importantes que outros?

É vulgar, e de certa forma até se entende, ouvir-se dizer que o importante é o trabalho que é feito a partir dos Iniciados, pois os escolas e infantis dificilmente chegarão a juniores ou séniores dos clubes.
Se nos concentrarmos no trabalho que é suposto uma àrea de formação fazer, e se tivermos em conta as formas existentes para se conseguir qualidade e talento no final da etapa de formação, rapidamente percebemos que é uma ideia totalmente errada.
É possível comparar-mos a formação a uma pirâmide ou seja, de um lote alargado de jogadores na fase de pre-escolas e escolas, partimos para um encurtamento em termos de quantidade e para um rigor e exigência cada vez maior á medida que se sobe de escalão em escalão.
Pelo caminho ou por outras palavras, pela “viagem” do futebol de iniciação para o futebol de especialização muitos são os atletas que vão ficando pelo caminho e alguns serão os atletas que vão sendo integrados e contratados, muito por influência do bom ou mau trabalho desempenhado pelos departamentos de prospecção dos clubes, assim como das carências que as equipas de competição vão evidenciando.
Para que a pirâmide possa encurtar ,á medida que as etapas de formação vão sendo ultrapassadas, com base em qualidade, então é necessário criar uma base alargada (daí nos escalões de escolas e infantis existirem equipas b,c e até d), é necessário um trabalho de qualidade e consciente para que a base da pirâmide seja forte e para que á medida que se vai subindo os patamares de rigor e exigência, sejam vários os atletas a denotar qualidade para “aguentarem” a sua posição no clube.
Só assim se chegará aos juniores com equipas competitivas e recheadas de talento, só assim se conseguirá economizar dinheiro em transferências que vão “encarecendo” á medida que a idade dos atletas sobem e só assim se conseguirá ser melhor em termos de comparação com os rivais.

É obvio e indesmentível que ao escalão de juniores chegarão poucos dos atletas que passaram pelas escolas e infantis do clube, mas o objectivo acaba por ser esse.
De uma base com qualidade em quantidade se começa um processo de selecção natural (á medida que os jogadores vão crescendo e evoluindo), selecção essa que é baseada na avaliação contínua á evolução e capacidade dos atletas.
Por outro lado, se tivermos em conta o objectivo primordial dos departamentos de prospecção..este é encontrar talento de forma célere e precoce. Só dessa forma os clubes conseguirão, sem dispender muito dinheiro, ser mais rápidos que os rivais e assegurar os talentos de forma imediata.

O papel da prospecção

Como é natural nunca se deve fechar a porta a possíveis incrementos de qualidade, uma vez que todos os anos aparecem atletas novos, todos anos a prospecção dos clubes identifica possíveis talentos que só no momento se revelaram, só no momento tiveram hipotese de “aparecer”, que só no momento explodiram em termos físicos e técnicos, que vinham sido seguidos e deixaram de ser uma dúvida passando a ser uma certeza em termos qualitativos
Para se formar com qualidade não podemos dissociar o trabalho dito de “formação” e aquele que é desempenhado pelos departamentos de prospecção (no âmbito da àrea de formação) uma vez que ambos contribuem para o objectivo final: colocar á disposição do futebol profissional..jovens com talento e qualidade para serem opção na equipa principal.
Como tal, mais do que se pensar que o talento nos escalões de escolas ou infantis será irrelevante no futuro, deverá pensar-se que a detecção do talento precoce (função onde os dep. de prospecção têm um papel decisivo) permitirá aos clubes garantir os atletas com mais capacidade (superando a concorrência) e por outro lado dará a possibilidade de trabalhar esse talento em bruto de forma mais profissional, mais indicada do que o que seria feito num clube de menor expressão e com menores condições.

Conclusão

Os escalões mais baixos, os escalões ditos de iniciação, têm portanto um papel importantíssimo naquilo que é a formação de atletas.
São a base da pirâmide, a fonte de onde se extrairá qualidade e se adicionará aqui e ali mais alguns elementos de forma a criar equipas de competição com talento e capacidade.E que fique claro: o objectivo de qualquer equipa é detectar precocemente e trabalhar desde os escalões mais baixos da melhor forma possível para que cada vez menos seja necessário acrescentar novos atletas em escalões mais alto, pois isso traduzir-se-á em inúmeras vantagens desportivas, financeiras e até em termos de concorrência com os rivais, pois no futebol a concorrência é feroz.

18 maio 2007

Euro Sub17 2007


A Espanha é a nova Campeã Europeia de Sub17, sucedendo á Russia que havia ganho o ceptro em 2006.

Terminou na Bélgica mais uma fase final do Europeu de Sub17 onde a Espanha confirmou todo o seu favoritismo dominando a prova do princípio ao fim.
Muitas foram as selecções de qualidade que marcaram presença na prova, mas desde o início que a Espanha partia na “pole” para a vitória final.



A Espanha venceu o seu grupo sem dificuldade. No 2º posto a luta entre França e Alemanha foi enorme, mas na recta final os Franceses conseguiram superiorizar-se, de forma algum injusta diga-se.



No grupo B a grande surpresa foi a equipa da casa, a Bélgica. A fazer um magnífico trabalho na formação (esperem para ver os Sub21 no Europeu), os Belgas conseguiram o surpreendente apuramento para as meias finais deixando Holanda e Islândia (como é possível esta última ter eliminado Portugal) de fora. A Inglaterra passeou classe até ás meias finais.



Nas meias finais, a Espanha sentiu inesperadas dificuldades para bater a organizada equipa Belga.
Contudo e a jogar com 10, os espanhois acabaram por vencer nas grandes penalidades.
Na outra meia final, jogo equilibrado entre Inglaterra e França que acabou com a vitória dos Ingleses.
Nota: Pelo caminho ficavam Bélgica e França. Contudo o 3º e 4º lugares valeu-lhes a qualificação para o Mundial da categoria ás quais se juntou naturalmente as duas finalistas e ainda a Alemanha que venceu ,no playoff de 5º e 6º classificados, a Holanda.



Na final pudemos assistir a um jogo dominado a espaços pela Espanha.
No final o herói foi a estrela do momento, Krkic. Depois de se sagrar melhor marcador da prova em 2006 com 5 golos (com 15 anos e a actuar como suplente na maioria dos jogos), o Espano-Sérvio acabou por ser decisivo apontando o único golo da partida, assistido por outra das grandes figuras do Euro, Fran Mérida.





A Espanha venceu assim mais um Europeu da categoria, alargando o seu domínio no futebol de formação Europeu e o seu técnico ,Santisteban, viu o seu número de conquistas de Europeus da categoria passar para 6, notável!!!




Olho Global

Muitos foram os atletas que se deram a conhecer ao Mundo, cativando a atenção de dezenas e dezenas de scouts dos melhores clubes Europeus.
Aqui ficam alguns destaques:

Na Bélgica destacaria o número 10 Hazard Eden. Um criativo muito rápido é ágil, com uma capacidade de um para um invulgar.
Na França uma confirmação – Henri Saivet. Um avançado (extremo direito) muito veloz e capaz de belos serpenteados em frente aos defesas contrários. Também Damien Le Tallec demonstrou dotes de bom ponta de lança.
Na Alemanha Toni Kroos mostrou pelo 2º ano consecutivo toda a sua qualidade, confirmando que terá um futuro risonho pela frente. Sascha Bigalke cotou-se como um ponta de lança com uma tremenda mobilidade e com um remate venenoso.
Na Holanda Daley Blind (filho de Blind ex atleta do Ajax) foi o atleta que mais se destacou numa selecção que desiludiu.
Na Inglaterra Jason Steele mostrou mesmo mãos de ferro ao fazer defesas de grande nível, cotando-se como uma das grandes estrelas da sua selecção. Jordan Spence é um central muito interessante, Victor Moses um box to box de grande nível e que poderá estar a caminho do Chelsea e Rhys Murphy ponta de lança ao bom estilo britânico.
Na Espanha Ignacio Camacho voltou a encantar liderando o meio campo Espanhol. Fran Mérida maravilhou com a qualidade de passe do seu pé esquerdo, Falqué deixou os responsáveis do Real Madrid a pensar se realmente o deveriam ter deixado sair para o Barcelona e por fim De Egea mostrou-se sempre muito seguro na baliza espanhola.

Contudo e quanto a mim, a figura voltou a ser o fantástico KRKIC

17 maio 2007

Futebol de formação - revisão da semana





O Campeonato Nacional de Juniores A está ao rubro.
De tal maneira que o actual campeão em título encontra-se no 3º posto da tabela e tem no dia 7 de Junho um jogo decisivo, pois se perder fica praticamente arredado da luta pelo título.


Boavista FC – SL Benfica

O Benfica viajou ao Porto para defrontar um Boavista, que muito boas indicações deixou frente ao Sporting, depois de um desastroso jogo frente ao FC Porto no jogo de abertura.



Mario Moinhos promoveu alterações, sobretudo devido á ausência de Brun por castigo.
No Benfica, Bruno Lage por impendimento do australiano Patafta promoveu a entrada de Sami. Miguel Rosa passou para interior esquerdo, Carvalhas posicionou-se no vértice ofensivo do meio campo e Sami fez companhia a Dabao na frente de ataque.

O jogo começou equilibrado. O Benfica num futebol mais de pé para pé, procurando organizar com serenidade mas sempre sem grande velocidade.
O Boavista jogava mais fechado, mas sempre a espreitar um contra-ataque venenoso.
Nos primeiros 25 minutos as oportunidades repartiram-se. O Boavista criava calafrios nas bolas paradas ofensivas e o Benfica apostava em Dabao para alvejar a baliza de Trigueira.
Até final da primeira parte o Benfica conseguiu maior domínio mas sem nunca encostar o “Boavista” ás cordas.

Na 2ª parte tivemos mais do mesmo, um Benfica com maior qualidade de posse de bola mas a pecar na excessiva lentidão dos seus processos ofensivos e o Boavista a jogar com uma grande alma apostando sobretudo no contra-ataque, e foi precisamente num contra-ataque que atiraram a 1ª bola da tarde aos ferros.
É a meio da 2ª parte que Nuno Ferreira (conhecido pelas subidas no terreno ao estilo Ricardo Carvalho) pega na bola, aposta na velocidade, surpreende toda a defensiva do Boavista e já isolado choca com Trigueira. O guardião alivía a bola de forma defeituosa e Dabao no sítio certo marca o único golo da partida. Estava feito o 1-0 para o Benfica.
Até final, nota para mais uma bola na barra da baliza encarnada e para mais uma ou duas situações de grande perigo.

Nota final: O Benfica mostrou mais futebol. Mais qualidade de posse, maior qualidade técnica, mais jogo colectivo. No entanto, um pouco á imagem das equipas do Sul do País, denotou-se um défice de agressividade e como tal não espanta que quase todas as bolas divididas tenham sido ganhas pelos Boavisteiros, uma equipa com muita garra, muita alma mas com claro défice de qualidade em termos individuais.

Destaques

Ruben Lima – Com a missão de travar Ivan (a grande coqueluche da equipa axadrezada) não lhe deu um palmo de espaço e foi eficaz a 100%. Defendeu com muita qualidade.

Yu Dabao – É um excelente ponta de lança. Alto, muito possante, Dabao é forte no jogo aéreo procurando alvejar a baliza ou assistir os companheiros. Por outro lado é quase perfeito a cobrir a bola e a jogar de costas para a baliza. O seu remate é potente e venenoso.
Gostaria de o ver jogar mais fixo num 4-3-3, esquema que parece ser o indicado para ele.

Romeu – É um senhor jogador. O único do meio campo encarnado com grande agressividade, tem um timing quase perfeito no tackle e sabe sair a jogar de cabeça levantada. Bom futuro.


O Benfica é agora 1º, com 6 pontos. Dia 7 de Junho recebe o Sporting no Seixal.


FC Porto – Sporting CP

No centro de treinos Crestuma/Olival defrontaram-se no passado sábado as duas equipas que á partida seriam as grandes candidatas ao título.
O FC Porto, uma equipa muito madura e com muita qualidade táctica, e o Sporting uma equipa com muita qualidade individual.


O jogo foi equilibrado e tanto Rui Patrício como Ventura foram figuras, com o último a acabar por ser a figura do jogo tal foi a qualidade das suas defesas no ultimo terço de jogo.

O Porto venceu por 2-0, com Fredson a apontar os 2 golos dos azuis e brancos.


O Porto segue empatado em 1º com o Benfica (6 pontos) e o Sporting segue em 3º com 4 pontos.

Até para a semana


O campeonato pára, para a disputa da fase de elite de Sub19 na Escócia, e regressa dia 7 de Junho

11 maio 2007

Futebol de formação - revisão da semana

2ª Jornada do campeonato nacional de Juniores A – fase final

Boavista – Sporting

No sábado, dia 5 de Maio, muitos foram os adeptos que marcaram presença na Pasteleira (inclusive adeptos leoninos) para assistir uma disputada partida de futebol.
Numa tarde de muito calor, o Sporting procurava cimentar a sua liderança e o Boavista apagar a má imagem que deixou no Olival.



No Boavista muitas foram as alterações em relação ao primeiro jogo.
Raínho e Pedro Carneiro foram adaptados a trinco com missão exclusiva de anular os médios interiores leoninos. Moinhos apresentou um onze claramente defensivo, organizando-se defensivamente atrás do meio campo, eliminando os espalos e impedindo situações de um para um com os jogadores do Sporting.
No lado leonino a surpresa foi Pupo a aparecer no centro do meio campo ao lado de Adrien.

O jogo começou com um claro domínio do Sporting, sobretudo pela faixa esquerda onde a velocidade e “força” de Allison iam causando grandes dificuldades a Edir.
O Sporting via o seu mio anulado e como tal procurava com insistência a faixa esquerda de forma a furar as 3 linhas defensivas que o Boavista apresentou na Pasteleira.
A verdade é que a maior posse de bola, o maior pendor ofensivo não se traduziam em oportunidades de golo, e Trigueira, guardião axadrezado, foi tendo uma tarde calma.
No ultimo terço da primeira parte Ricardo Nogueira isola-se e Brun foi obrigado a trava-lo em falta (fora da área), vendo assim o cartão vermelho.

A 2ª parte começou equilibrada e até com um maior domínio da equipa reduzida a 10, o Boavista.
Ivan abriu o livro e começou a espalhar terror na faixa esquerda.
Contudo, foi o Sporting a abrir o activo. Cruzamento da esquerda, finalização á boca da baliza e estava feito o 1-0.
A partir daqui viu-se um Boavista diferente. Motivado, mandão e sob a batuta de Ivan Santos partiram para 30 minutos de muito futebol, espalhando o perigo perto das redes de Rui Patrício.
Num lance aparentemente inofensivo o lateral direito Leonino foi expulso por tocar a bola com a mão dentro da área. 2º amarelo e consequente expulsão. Raínho chamado a converter não perdoou e estabeleceu o resultado final.
Até ao fim, o Boavista dispôs de uma oportunidade soberana que Ivan iria desperdiçar em frente a Patrício e já perto do fim o Sporting (já reduzido a 9) viu uma bola embater no poste.

Empate justo num jogo onde se viu um Sporting anulado tácticamente e um Boavista bem diferente daquele que actuou no Olival.

O Sporting segue na frente com 4 pontos e o Boavista ocupa o último lugar da tabela com 1.


Benfica – Porto , by Paulo Matias (www.futeboldeataque.blogspot.com)

Local: Caixa Futebol Campus
Assistência: 1500 pessoas
Árbitro: José Albino (Algarve)

A bancada principal do CFC estava praticamente cheia para assistir a mais um clássico do futebol Português a contar para a fase final do Nacional de Juniores A (Sub 19). Foi um belo jogo de futebol, recheado de alguns dos melhores valores resultantes dos escalões de formação em Portugal e que o Benfica acabou por vencer beneficiando de alguma felicidade mas também da categoria do guarda redes Daniel Casaleiro!

O Benfica entrou no habitual 4-4-2 com uma dupla atacante composta por Carvalhas e Dabao ficando Sami sentado no banco de suplentes. Carvalhas demonstrou a razão porque é considerado um dos melhores Sub 18 do país. Romeu Ribeiro (trinco) e Ruben Lima (lateral esquerdo) realizaram também eles exibições de qualidade!

O Porto entrou num 4-4-2 que em tarefas ofensivas se desdobrou num 4-3-3 com Rui Pedro a fazer a posição de ponta de lança ladeado por Tiago Silva na esquerda e Candeias na direita.
Destaque para o enorme trabalho de Edson, o número 6 Portista deu um festival de bola neste jogo!

O jogo iniciou com 1 grande oportunidade para o Porto, 1 contra ataque resultante de uma desatenção da nervosa defesa Benfiquista não acabou em golo devido a enormes defesas do guardião Daniel Casaleiro a dois remates de Rui Pedro!
O Benfica respondia com algum domínio do jogo, o ataque organizado ia resultando em alguns sustos para a baliza do inseguro Ventura, o guardião Portista esta tarde não esteve nos seus melhores dias demonstrando algum nervosismo, um desentendimento com André Pinto resultou mesmo na melhor oportunidade de golo do Benfica na primeira parte, mas Miguel Rosa não foi capaz de concretizar.
Perto do fim da primeira parte, Castro isolou Tiago Silva e este apenas com Casaleiro pela frente deixou-se antecipar em mais uma grande intervenção do guardião encarnado!
Nesta primeira parte assistiu-se a um grande jogo de bola com um grande ambiente no na bancada do CFC, em que as melhores oportunidades foram do Porto mas o domínio de jogo foi totalmente repartido.

Na segunda parte as equipas entraram lentas, sem ideias e claramente com receio de sofrer um golo.
Até que perto dos 70’, André Carvalhas isola Sami e este, acabado de entrar para o lugar do apagado Miguel Rosa, finaliza com êxito! Parecia um autêntico efeito Mantorras o que o Guineense tinha provocado na bancada do CFC!
Até final o Porto “carregou” à procura do golo da igualdade, por 2 ocasiões Daniel Casaleiro manteve a vantagem após jogadas de verdadeiro perigo dos jovens “Tripeiros”.
A equipa azul e branca teve as melhores oportunidades do encontro, mas o Benfica a jogar em casa e com o apoio de um público que desta vez apoiou verdadeiramente a equipa, soube controlar o jogo nos momentos certos e garantir uma preciosa vitória rumo a um título que pode ser algo mais que um sonho nesta altura!

Melhores Jogadores:

Ruben Lima, o lateral esquerdo do Benfica secou completamente Candeias na primeira parte e Tiago Silva na segunda, esteve perfeito defensivamente e como habitual sempre interventivo ofensivamente dando uso ao seu pé esquerdo que coloca a bola onde bem entende.

Romeu Ribeiro fez uma exibição soberba, foi um autêntico carrasco no meio campo ofensivo Portista, destruiu tudo o que lhe aparecia à frente e ainda soube ser o ponto de partida do ataque encarnado!

André Carvalhas, começam a faltar palavras para ilustrar o talento deste miúdo, ainda com mais um ano de juniores pela frente já demonstra uma tranquilidade enorme a jogar contra defesas mais velhos e muitos deles de estatura bem mais elevada! A recepção, o controlo, a protecção da bola são gestos técnicos que o pequeno genial artista executa na perfeição, e neste jogo deixou a sua marca com uma brilhante assistência para o golo de Sami!

Edson, o número 6 Portista entrou no jogo a brilhar logo na primeira jogada, uma finta e um túnel colocaram os encarnados em ordem, e durante todo o jogo foi dos elementos que mais trabalhou para construir jogo ofensivo na equipa azul e branca.

Tiago Silva, o jovem avançado azul e branco esteve perdulário na finalização, mas a sua velocidade e irreverência nunca deixaram a defesa encarnada “descansada”, deu muito trabalho à dupla formada por Miguel Vitor e Nuno Ferreira.

Positivo do Jogo:

O Careca! O ambiente estava calmo, mas só até chegar um certo careca que em atitude e espirito de apoio à equipa nos fez lembrar um outro que anda algures lá por cima a apoiar o Porto em tudo o que é estádios e pavilhões do norte do país, e não só...

O espectáculo de futebol que 2 elementos do Futebol de Ataque puderam presenciar. Juntamente com o Nuno Cardoso assisti a um belo jogo de futebol, e só de pensar que logo a seguir estava na Luz a ver os graúdos, por momentos pensei que as equipas estavam trocadas e que o jogo da principal Liga Portuguesa foi no CFC e não no estádio da Luz...

Negativo do Jogo:

O período inicial da segunda parte, foi onde as equipas praticaram o pior futebol, no entanto não fez esquecer o excelente espectáculo que se assistiu na globalidade.

Arbitragem:

Tal como em Alcochete, excelente arbitragem, sem problemas de maior para controlar o jogo. Até aqui o Nacional de Juniores ganha aos mais velhos...

Campeonato Nacional de Juniores B

No Campeonato Nacional de Juniores B já são conhecidos os 4 finalistas.
Sporting e Benfica apuraram-se com 6 vitórias em 6 jogos, o Boavista assegurou a presença na fase final ao vencer o Leixões e o Vitoria de Guimarães qualificou-se após bater o FC Porto por 2-0, causando a surpresa.

Campeonato Nacional de Juniores C

Nos inciados, iniciou-se a fase final, com o Porto a receber e bater o Sporting por 2-1. O FC Porto afirmou-se como o principal candidato ao título, apresentando um meio campo de grande qualidade.
Em Perafita, o Boavista empatou a 0 com o Benfica num jogo enfadonho e mal jogado.

03 maio 2007

"O sonho comanda a vida!"




Olá a todos,

Todos os fieis leitores deste blog têm acompanhado, de certa forma, todo o meu trajecto no que ao futebol diz respeito.
Apaixonado por futebol, desde muito cedo que especificamente o Futebol de formação me cativou. Desde muito novo, 7,8 anos, que me lembro de andar com um bloco na mão a apontar os talentos de amanha que se "mostravam" nas Meridiens Cups, Europeus Sub19, Mundiais Sub20...etc.
Depois surgiu a oportunidade de "apoiar" um ex empresário observando alguns dos talentos que dispontavam nos campeonatos de Juniores A, Juniores B, etc.
Ao mesmo tempo o bichinho de criar um blog (esse poderoso veículo de opinião) apareceu, deixando por cá opiniões e sugestões em tudo o que envolve o futebol de formação.

De forma totalmente e inesperada surgiu então a minha primeira oportunidade de participar de interagir mais a sério com o Mundo do Futebol, ocupando um cargo "voluntário" que mais tarde passou a oficial com um grande clube deste País.

Desde então tem sido enorme a evolução nas minhas capacidades de análise, surpreendente a constante evolução das ideias que tenho acerca do futebol de formação e fantástico as oportunidades que têm surgido para contribuir para uma maior publicitação dos futuros jovens talentos do futebol internacional.
Desde logo a minha colaboração com o Futebol de Ataque possibilitou-me publicar textos de opinião para uma "audiência" mais vasta, fiz grandes amizades,etc.
É também através do Futebol de Ataque que surgiu a possibilidade de colaborar com uma revista futebolística de grande interesse, a Futebolista.

Na Futebolista tenho a possibilidade de apresentar mensalmente duas caras que poderão vir a ser famosas no futebol nacional, 4 talentos internacionais e ainda a possibilidade de publicar um texto de opinião acerca de várias temáticas todas elas relacionadas com o futebol de formação.

A verdade é que voces, fieis leitores, têm-me acompanhado nesta fantástica viagem pelo mundo das oportunidades naquilo que mais amo na vida: o futebol.
Continuarei a tentar a minha sorte e a esforçar-me todos os dias para ser melhor, pois quem sabe um dia terei a oportunidade de me tornar profissional a tempo inteiro a fazer aquilo que gosto, ou seja a trabalhar no mundo da bola.


Serve este presente texto para incentivar todos aqueles que nutrem paixão pelo futebol mas por este ou aquele motivo desistiram de batalhar pelo vosso sonho.
O sonho comanda a vida, como tal nunca deixem de acreditar nos vossos objectivos e lutem todos os dias e de forma criativa para um dia lá chegarem.

Fase final do Campeonato de Juniores A

O dia 1 de Maio, dia do trabalho, marcou o início da fase final do Campeonato de Juniores A.
Os crónicos FC Porto, SL Benfica, Sporting CP e Boavista FC, este último apurado apenas na última jornada e a depender de terceiros, são os candidatos ao título, numa disputa que se prevê empolgante e com vários atletas a maravilharem todos aqueles que apreciam o futebol de formação.

Com alguma naturalidade, o Bi Campeão Sporting aparece como favorito. Com 26 vitórias, 3 empates e uma derrota na fase regular, o Sporting apresenta como cartão de visita o ataque mais produtivo (80 golos) e a defesa menos batida (apenas 13 golos sofridos).
O outro candidato é o FC Porto. Vencedor da fase regular – zona Norte, o Porto conseguiu 22 vitórias, 4 empates e apenas 2 derrotas.
O SL Benfica, apesar de eterno candidato, apresenta uma equipa bastante jovem onde se podem contar seis,7 atletas atletas Sub18 na equipa titular. Esta diferença etária poderá fazer toda a diferença.
Por ultimo e a deixar a clara ideia que não terá grandes chances de ocupar um outro lugar que não o último, o Boavista apresenta uma equipa “espremida” e sem grande talento, quando comparada com a dos três outros adversários.

Numa especie de antevisão o técnico leonino José Lima assumiu o favoritismo do Sporting caracterizando a sua equipa da seguinte forma: "É boa tecnicamente, está habituada a jogar sob pressão e espero que encare esta fase com o mesmo espírito", acrescentou, adiantando ser importante começar com uma vitória. "Se conseguirmos isso, com maior tranquilidade e à vontade encaramos os outros jogos"
Já o técnico encarnado Bruno Lage apontou como favoritos o FC Porto e o Sporting afirmando: "Mais não seja por terem maior número de internacionais nos sub-19”, deixando no entanto no ar grande optimismo em relação á sua equipa.


Jornada 1

FC Porto-Boavista

No Centro de Estágio Crestuma-Olival FC Porto e Boavista mediram forças numa tarde muito chuvosa, que no entanto não afastou um imenso publico das bancadas.



O FC Porto apresentou algumas mexidas, com Tiago Moreira, Edson e Fredson a aparecerem no onze titular.
No Boavista, Mário Moinhos não aparesentou grandes alterações na sua equipa habitualmente titular.

O jogo começou bastante disputado com Porto e Boavista a repartirem a posse de bola.
Com o avolumar de minutos dava a ideia que o Porto tinha entrado algo adormecido e no segundo remate que o Boavista faz...Diogo Nobrega abre o activo, num pontapé fortíssimo e indefensavel para o guarda-redes Ventura.
Foi o “toque” que o FC Porto precisava para assumir o jogo e a partir desse momento nunca mais se viu o Boavista.
A mobilidade dos 3 elementos da frente, Rui Pedro, Tiago e Candeias e o pulmão de Castro a suportar todo o jogo Portista no meio campo criaram imensas dificuldades ao Boavista, que viu Tiago Silva a empatar a partida na sequência de um pontapé de canto.
Já na 2ª parte Tiago Silva, quem mais poderia ser, na sequência de um pontapé livre movimenta-se muito bem e cabeceia de forma exemplar para o 2º golo dos azuis e brancos.
O Boavista não demonstrava capacidade de resposta, limitava-se a tentar as transições directas. Com a necessidade de subir no terreno para procurar o golo do empate, deixaram muito espaço nas costas, algo que foi muito bem aproveitado pelo FC Porto que consegue mais 3 golos, Edson e 2 do inevitável Rui Pedro fecharam a contagem.
5-1 foi o resultado final, num jogo onde o Porto se assumiu como natural favorito á conquista do título e o Boavista deixou a descoberto as várias fragilidades no seu jogo, sobretudo nas transições ofensivas.

Em termos individuais destacaram-se Tiago Silva, Castro e Rui Pedro pelo FC Porto e Nobrega e Ivan pelo Boavista.

No próximo sábado as 16h o Porto deslocar-se-á ao Seixal para defrontar o SL Benfica.
Quanto ao Boavista recebe o Sporting.


Sporting - Benfica by Paulo Matias (www.futeboldeataque.blogspot.com)

Foi uma tarde de chuva na Academia do Sporting, mas nem isso evitou uma das maiores enchentes da história da Academia de Alcochete.

Video sobre o jogo aqui

O Sporting, talvez o principal favorito a revalidar o título nacional, entrou em campo no seu habitual 4-3-3, mas desta vez sem a habitual dupla de centrais formada por Daniel Carriço e Marco Lança, este último lesionado deu o seu lugar a Tiago Pedrosa.
João Gonçalves na direita e Tiago Pinto na esquerda completaram a defesa, com o “Grande Artista Junior” a rubricar uma exibição espectacular!
João Martins, André Pires e Adrien Silva dominaram o miolo do terreno enquanto Alison Almeida e Marco Matias estiveram um pouco apagados no apoio lateral ao ponta de lança Ricardo Nogueira, também ele um pouco infeliz durante todo o jogo.

Do lado do Benfica, uma equipa mais jovem que o seu adversário, que perdeu os 2 confrontos da primeira fase (3-1 em Alcochete e 1-0 no Seixal), e terminou esta mesma primeira fase a 10 pontos dos Leõesinhos...
Neste jogo alinhou com um inspirado Daniel Casaleiro na baliza, Nuno Ferreira e Miguel Vitor formaram a dupla de centrais ladeados por Ruben Lima na esquerda e André Magalhães na direita, o Brasileiro João Alberto foi a surpresa do 11 inicial, ele jogou a interior esquerdo e Miguel Rosa a interior direito, Romeu Ribeiro foi o varredor do meio campo e André Carvalhas o genial artista a servir a dupla Sami e Yu Dabao.

O Benfica entrou melhor no jogo, nos instantes iniciais Sami isolado diante de Rui Patricio perdeu o tempo de remate e consequentemente uma excelente oportunidade de golo. Mas imediatamente a superior circulação de bola dos jovens Leões veio ao de cima, e até final da primeira parte o domínio foi evidente com os jovens encarnados a sentirem muitas dificuldades para construírem jogo ofensivo.
Ricardo Nogueira chegou a “enganar” o publico dando sensação de golo quando cabeceia isolado diante de Daniel Casaleiro, mas foi o “mano” mais novo do irreverente Carlos Martins que de livre directo sentenciou a partida aos 37’! João Martins repetiu a proeza da primeira fase (mas desta vez na baliza oposta) finalizando superiormente um livre directo à entrada da área encarnada.
O intervalo chegou com uma vantagem curta para os jovens Leões...

Na segunda parte entrou um Benfica transfigurado, com a saída do apagado João Alberto e entrada do Australiano Kaz Patafta o jogo equilibrou-se, o “Canguru” trouxe outra velocidade e criatividade ao meio campo encarnado.
Logo de inicio Miguel Rosa isolou Sami, mas a bola saiu com um pouco de força a mais e perdeu-se a oportunidade de igualar a partida, assistia-se nesta altura aos melhores momentos de futebol da tarde com qualquer uma das equipas a poder marcar.
Sami novamente, em posição idêntica à de Ricardo Nogueira na primeira parte, atira de cabeça ao lado da baliza de Rui Patricio, Miguel Vitor também de cabeça após um livre de Ruben Lima não faz melhor que o Guineense em posição idêntica, até que a 10’ do fim Nuno Ferreira tem a melhor oportunidade do jogo para o Benfica, o central encarnado em mais uma das suas subidas no terreno, isolado diante de Rui Patricio permite a defesa do jovem guardião leonino...
O Sporting não se limitava a assistir, bem pelo contrário, Yanick Pupo também ele isolado permite igualmente a defesa de Daniel Casaleiro de forma incrível...

O espectáculo foi bonito, os jovens estavam todos de parabéns, a vitória foi justa mas o jogo merecia mais golos!

Melhores Jogadores:

Do lado do Sporting principal destaque para as exibições de Daniel Carriço, sempre imperial na liderança da defesa verde e branca e de Tiago Pinto que fez um jogo fantástico, causou ele mais perigo à defesa encarnada que o Brasileiro Alisson Almeida encarregue dessa missão... E sempre sem comprometer a sua defesa.
No meio campo Adrien Silva e João Martins são destaques habituais, mas o irmão de Carlos Martins pelo golo espectacular que marcou merece um destaque maior!

No Benfica Nuno Ferreira confirmou a excelente época que está a realizar, até parece um Ricardo Carvalho quando decide criar desequilíbrios no meio campo adversário, pena não ter a mesma segurança defensiva...
Romeu Ribeiro esteve duro como habitual, foi um osso duro de roer na organização ofensiva Leonina e Kaz Patafta nos 45’ que esteve em campo mostrou finalmente as credenciais que trouxe da Austrália...
No entanto, André Carvalhas foi mais uma vez o jogador em maior destaque, a bola nos pés deste pequeno artista tem outro perfume, é sem dúvida dos melhores da sua geração!

Positivo do Jogo:

Um grande jogo de futebol, o futuro do nosso futebol está muito bem entregue a alguns dos artistas presentes em Alcochete!

Negativo do Jogo:

Falta de condições da Academia de Alcochete para receber um jogo desta dimensão, o crescente interesse do publico em geral pelo futebol jovem merecia outro tipo de acompanhamento ao nível de infra-estruturas (não só do Sporting porque no Seixal tabém só cabem 1536 pessoas...) e da comunicação social, pois foi muito melhor este jogo que a grande maioria dos jogos que se assistem em directo na televisão Portuguesa...

Arbitragem:

A arbitragem do Lisboeta Marco Pina não teve qualquer problema, exemplar.

02 maio 2007

Campeonato da Europa de Sub17





Começa dentro de horas a fase final do Campeonato Europeu de Sub17.
A prova será disputada na Bélgica e grandes e emotivos jogos se adivinham. Olheiros de todo o Mundo marcarão presença no evento em busca dos futuros craques de “amanha”.

Este campeonato fica desde já marcado pela impossibilidade da actual detentora do troféu, a Russia, defender o ceptro uma vez que não se conseguiu apurar para este Bélgica 07.


Grupos



O grupo A é sem dúvida um grupo fortíssimo e extremamente equilibrado. As sempre favoritas Espanha e França (equipas com enorme tradição no futebol de formação) irão medir forças contra duas equipas musculadas mas com qualidade, Ucrania e Alemanha.
Favoritos? Não há.
No grupo B a Holanda sai como favorita, embora a Inglaterra tenha uma palavra a dizer.
Como outsiders teremos a anfitria Belgica e a desconhecida Islândia, que tentaram certamente fazer uma gracinha.


Jogos




Nota: A eurosport transmitirá dois jogos por dia


Jogadores já referenciados

Na Alemanha, Tony Kroos, médio ofensivo, é já uma grande figura do futebol de formação Alemão.
Richard Sukuta Pasu, avançado de origem ganesa, também poderá brilhar pois é dotado de um grande poder físico.
Na Bélgica a vossa atenção para o médio Nick Simons.
A Espanha conta já com algumas figuras mediáticas. José Iglesias é um guardião de enorme talento. Yelco um central de qualidade. David Calvo um médio tecnicista que promete, Ignacio Camacho um médio centro moderno e de tremenda qualidade, Francisco Merida é já jogador do Arsenal e segue as pisadas de Xavi e Cesc no futebol Espanhol, Sergio Tejera é um avançado que já actua no Chelsea e Bojan Krkic é a estrela da companhia, pois com 15 anos apenas (e como suplente) sagrou-se o melhor marcador do campeonato Europeu de Sub16 e recentemente estreou-se pela equipa principal do Barcelona apontando um golo num particular contra o Al Ahly. Com 16 anos é a grande estrela do Campeonato da Europa.
Na França dispontam os nomes de Benzerga, do avançado Vincent Acanpandie, de Riviere e finalmente do avançado promissor Henri Saivet.
Na Holanda o defesa De Vries é sinónimo de qualidade, numa selecção que vale muito pelo seu colectivo.
Na Inglaterra Victor Moses e Michael Woods são nomes a reter.
A Ucrania vale pelo seu todo
E na Islândia brilha o muito cobiçado Sigthorsson.


Certamente que outros nomes brilharão e muitos destes jogadores darão um passo decisivo nas suas carreiras.



Que comece o espectaculo!