13 março 2007

Futebol de formação - revisão da semana

Campeonato Nacional de Juniores A


O Campeonato Nacional está ao rubro.
Se é certo que os vencedores da região Norte e região Sul estão praticamente encontrados já com os 2ºs classificados, posição que dá acesso á fase final, a incerteza é indesmentível.

Zona Norte

Na Zona Norte, o FC Porto deslocou-se a Braga e acabou por ser travado pela equipa local.
A Académica não aproveitou da melhor forma a folga do Candal, acabando também eles por registar um empate frente ao Leixões. Novo empate registado noutro candidato á 2ª fase,o Boavista, desta feita no terreno do Infesta.
Com tantos empates foi o Guimarães, que venceu na sua deslocação fora, a conseguir entrar na corrida ao segundo lugar.
Está ao rubro.

Resultados

Classificação


Zona Sul

Na Zona Sul a luta pelo segundo lugar de acesso á fase final também está renhida.
O Sporting continua tranquilo no primeiro lugar, registando uma suada vitória em Oeiras.
Já o Benfica poderia ter comprometido a sua posição empatando contra o Belenenses (treinado por Rui Jorge) a uma bola no Seixal.
Contudo, o perseguidor Estrela acabou derrotado surpreendentemente em casa pelo União da Madeira... Desta feita, numa jornada que poderia ditar a descida do Benfica ao terceiro lugar, os encarnados acabam por conseguir mais um ponto de vantagem.

Resultados

Classificação



Notícias

Portugal venceu a Espanha num jogo de preparação para a fase de elite de qualificação para o Europeu de Sub-19.
O único tento foi apontado pelo inevitável Rui Pedro.

PORTUGAL: Ventura; Luis Portela, Bura, Daniel Carriço (Cap.), Vítor Lobo; Bruno Pereirinha, Yago Fernandez (João Gonçalves, 59´), André Castro, João Traquina (Pedro Santos, 83´), Rui Pedro (Orlando, 72´) e Candeias (André Monteiro, 83´).
Suplentes não utilizados: Marco Pinto, André Santos, Nuno Ferreira, Hugo Fernandes e Ivan Santos.
Treinador: Edgar Borges.
Golos: Rui Pedro (63').
Disciplina: Cartão amarelo a Daniel Carriço (46').


Talento nacional da semana

Rui Pedro (FC Porto)

Este atleta iniciou-se com 8 anos no Leverente até que dois anos mais tarde observadores do FC Porto descobriram o seu talento e levaram-no para as Antas.
Nessa altura, demonstrava uma veia goleadora enorme actuando como ponta de lança, mas com a sua evolução e crescimento começou a ocupar uma zona mais recuado, actuando como vértice ofensivo do meio campo, procurando pautar todo o jogo ofensivo da sua equipa.
O Rui é bastante forte tecnicamente, utiliza os dois pés em dribles constantes e aposta na velocidade como forma de bater os adversários. Muito inteligente na movimentação, gosta de actuar solto para poder aparecer nos espaços vazios e com isso atirar á baliza ou servir os colegas. É certamente um dos jogadores do escalão de juniores que mais assistências e golos faz.
Actualmente é a grande referência da equipa do FC Porto e um dos melhores jogadores da selecção nacional de sub 19.

Nome: Rui Pedro
Data de nascimento: 2 de Julho de 1988
Clube: FC Porto
Local de Nascimento: Vila Nova de Gaia


Nova era no recrutamento de talentos

Numa altura em que os Departamentos de Prospecção apostam cada vez mais na descoberta de talento precoce, sente-se também uma alteração vincada naquilo que é a tipologia do jogador nacional.
As cidades crescem e desenvolvem-se, os espaços verdes são substituídos por grandes torres ou centros comerciais, as brincadeiras de criança são substituídas pelos telemóveis e videojogos...
O chamado futebol de rua, onde as crianças imaginavam balizas em bancos de jardim ou em duas pedras colocadas em pontos estratégicos de uma rua, esvanece-se e todas aquelas horas de lazer que indirectamente serviam para apurar a capacidade técnica, a capacidade criativa dos jovens atletas que procuravam formas de conseguir a finta ou o golo que lhes traria fama ou o rótulo de craque nas redondezas, deixaram de existir.
Os jogos de horas a fio nas ruas são gradualmente substituídos pelos Pro Evolution Soccers ou pelos Fifas nas consolas lá de casa.
Todas estas alterações na Sociedade e, mais precisamente, na infância das crianças levam a uma alteração profunda naquilo a que designo por tipologia do jogador nacional.
Hoje em dia o verdadeiro talento começa a escassear, os miúdos denominados popularmento por “artistas da bola” são cada vez menos, a relação íntima entre a bola e o jovem atleta é cada vez mais distante e, como tal, a quantidade de jogadores com um verdadeiro talento inato para jogar futebol é cada vez menor.
O Futebol de Rua é substituído pelas Escolas de Futebol. Se é inegável que estas, por um lado, proporcionam aos jovens melhoramentos e progressão em determinados aspectos tácticos e técnicos (sobretudo no domínio da recepção, passe e remate) também me parece claro que estas acabam por contribuir para a criação de um novo tipo de jogador, jogador esse mais colectivo, mais “mecânico” e como tal menos instintivo e criativo.
A fantasia e critiavidade, características que sempre marcaram o “jogador português”, vão-se esvanecendo á velocidade do crescimento e desenvolvimento de uma Sociedade cada vez mais massificada e tecnológica, não admirando portanto que os verdadeiros talentos em “bruto” se encontram, neste momento, no Continente Africano, Sul-Americano ou até surpreendentemente no Continente Asiático.
É assim que, segundo esta lógica, assistimos á chegada de uma nova era no recrutamento de talento para os escalões de formação dos grandes clubes Portugueses.
Se é verdade que os denominados “grandes” sempre foram recrutando aqui e ali jogadores de outras nacionalidades, parece-me claro, segundo os acontecimentos mais recentes, que essa política é cada vez mais uma aposta.
Na temporada passada o Sporting trouxe Yannick Pupo e Ronny para a Academia e o SL Benfica decidiu apostar em Kaz Patafka, internacional Sub-17 Australiano (estas as contratações fora de portas mais sonantes, pois registaram-se outras).
Já esta temporada o SL Benfica trouxe o mediático Dabao, jogador que tem impressionando tecnicos e adeptos, apostando ainda na integração de outros atletas estrangeiros (entre os quais um central Ganês, um central Servio e outro Suiço e ainda alguns outros estrangeiros menos “sonantes). E ainda temos David Luiz aposta do futebol profissional.
O FC Porto, para além de dois Cabo Verdianos e Eliézio que já integra o Futebol profissional do Leiria, aposta agora em Nikola Vasilic, ponta de lança Sérvio de 18 anos e o jovem Brasileiro de 17 anos Filipi de que sem diz ter muito potencial.
Já esta semana foi anunciada, para os lados de Alcochete, a contratação de Luis Páez ponta de lança internacional pelo Paraguai de 17 anos, e fala-se na possibilidade da contratação de Libis Arenas um guardião Colombiano com elevado potencial.
Estas contratações são um bom retrato daquilo que se espera no futuro, a abertura ao mercado global por parte das excelentes escolas de formação dos melhores clubes nacionais.O talento começa a escassear portanto terá que haver forçosamente uma adaptação a uma nova realidade, realidade essa que exige a busca de novos mercados e novos talentos