Como avaliar a formaçao de atletas
O trabalho desempenhado pela Áreas de formação de um clube, é vulgarmente avaliado pela presença ou não de atletas na equipa profissional.
Contudo pergunto: Será que o trabalho desempenhado, a capacidade e qualidade profissional dos formadores de atletas deve ser avaliada unicamente pela premissa anteriormente citada? É obvio que não.
O objectivo de qualquer Área de formação é apetrechar a equipa profissional com atletas de bom nível, no entanto a subida dos atletas ao escalão sénior depende de imensas variáveis, muitas delas independentes daquilo que se faz na formação.
Obviamente que a promoção dos atletas dependerá muito da existência ou não de qualidade nos escalões de formação, no entanto muitas são as variáveis que não são nem podem ser controlados pelos profissionais da formação.
A política desportiva do clube, a sua situação financeira, a exigência que é feita em termos de resultados a esse mesmo clube, as características do treinador da equipa profissional e sua equipa técnica, a qualidade do plantel da equipa profissional.
Todas estas questões influenciam de forma decisiva na hora de apostar nos atletas oriundos da formação e no caso específico Português todas estas variáveis acabam por ser determinantes na visibilidade das Áreas de formação, sobretudo dos “três grandes”.
Como tal é frequente ouvir-mos e ler-mos que a Área de formação do Sporting é a única competente, que os seus responsáveis são os únicos realmente especializados na formação de jogadores.
Se é óbvio constatar que o Sporting realmente trabalha bem na sua àrea de formação e se tornou uma referência, também me parece que é de inteira justiça realçar que actualmente em Portugal os outros rivais trabalham de forma profissional e eficaz, no entanto ,e pelas questões destacadas anteriormente, nem sempre esse trabalho é “visível” ao adepto comum o que acaba por ser decisivo na forma como posteriormente é avaliado o trabalho que cada àrea de formação desempenha.
Existirá escalões etários mais importantes que outros?
É vulgar, e de certa forma até se entende, ouvir-se dizer que o importante é o trabalho que é feito a partir dos Iniciados, pois os escolas e infantis dificilmente chegarão a juniores ou séniores dos clubes.
Se nos concentrarmos no trabalho que é suposto uma àrea de formação fazer, e se tivermos em conta as formas existentes para se conseguir qualidade e talento no final da etapa de formação, rapidamente percebemos que é uma ideia totalmente errada.
É possível comparar-mos a formação a uma pirâmide ou seja, de um lote alargado de jogadores na fase de pre-escolas e escolas, partimos para um encurtamento em termos de quantidade e para um rigor e exigência cada vez maior á medida que se sobe de escalão em escalão.
Pelo caminho ou por outras palavras, pela “viagem” do futebol de iniciação para o futebol de especialização muitos são os atletas que vão ficando pelo caminho e alguns serão os atletas que vão sendo integrados e contratados, muito por influência do bom ou mau trabalho desempenhado pelos departamentos de prospecção dos clubes, assim como das carências que as equipas de competição vão evidenciando.
Para que a pirâmide possa encurtar ,á medida que as etapas de formação vão sendo ultrapassadas, com base em qualidade, então é necessário criar uma base alargada (daí nos escalões de escolas e infantis existirem equipas b,c e até d), é necessário um trabalho de qualidade e consciente para que a base da pirâmide seja forte e para que á medida que se vai subindo os patamares de rigor e exigência, sejam vários os atletas a denotar qualidade para “aguentarem” a sua posição no clube.
Só assim se chegará aos juniores com equipas competitivas e recheadas de talento, só assim se conseguirá economizar dinheiro em transferências que vão “encarecendo” á medida que a idade dos atletas sobem e só assim se conseguirá ser melhor em termos de comparação com os rivais.
É obvio e indesmentível que ao escalão de juniores chegarão poucos dos atletas que passaram pelas escolas e infantis do clube, mas o objectivo acaba por ser esse.
De uma base com qualidade em quantidade se começa um processo de selecção natural (á medida que os jogadores vão crescendo e evoluindo), selecção essa que é baseada na avaliação contínua á evolução e capacidade dos atletas.
Por outro lado, se tivermos em conta o objectivo primordial dos departamentos de prospecção..este é encontrar talento de forma célere e precoce. Só dessa forma os clubes conseguirão, sem dispender muito dinheiro, ser mais rápidos que os rivais e assegurar os talentos de forma imediata.
O papel da prospecção
Como é natural nunca se deve fechar a porta a possíveis incrementos de qualidade, uma vez que todos os anos aparecem atletas novos, todos anos a prospecção dos clubes identifica possíveis talentos que só no momento se revelaram, só no momento tiveram hipotese de “aparecer”, que só no momento explodiram em termos físicos e técnicos, que vinham sido seguidos e deixaram de ser uma dúvida passando a ser uma certeza em termos qualitativos
Para se formar com qualidade não podemos dissociar o trabalho dito de “formação” e aquele que é desempenhado pelos departamentos de prospecção (no âmbito da àrea de formação) uma vez que ambos contribuem para o objectivo final: colocar á disposição do futebol profissional..jovens com talento e qualidade para serem opção na equipa principal.
Como tal, mais do que se pensar que o talento nos escalões de escolas ou infantis será irrelevante no futuro, deverá pensar-se que a detecção do talento precoce (função onde os dep. de prospecção têm um papel decisivo) permitirá aos clubes garantir os atletas com mais capacidade (superando a concorrência) e por outro lado dará a possibilidade de trabalhar esse talento em bruto de forma mais profissional, mais indicada do que o que seria feito num clube de menor expressão e com menores condições.
Conclusão
Os escalões mais baixos, os escalões ditos de iniciação, têm portanto um papel importantíssimo naquilo que é a formação de atletas.
São a base da pirâmide, a fonte de onde se extrairá qualidade e se adicionará aqui e ali mais alguns elementos de forma a criar equipas de competição com talento e capacidade.E que fique claro: o objectivo de qualquer equipa é detectar precocemente e trabalhar desde os escalões mais baixos da melhor forma possível para que cada vez menos seja necessário acrescentar novos atletas em escalões mais alto, pois isso traduzir-se-á em inúmeras vantagens desportivas, financeiras e até em termos de concorrência com os rivais, pois no futebol a concorrência é feroz.
O trabalho desempenhado pela Áreas de formação de um clube, é vulgarmente avaliado pela presença ou não de atletas na equipa profissional.
Contudo pergunto: Será que o trabalho desempenhado, a capacidade e qualidade profissional dos formadores de atletas deve ser avaliada unicamente pela premissa anteriormente citada? É obvio que não.
O objectivo de qualquer Área de formação é apetrechar a equipa profissional com atletas de bom nível, no entanto a subida dos atletas ao escalão sénior depende de imensas variáveis, muitas delas independentes daquilo que se faz na formação.
Obviamente que a promoção dos atletas dependerá muito da existência ou não de qualidade nos escalões de formação, no entanto muitas são as variáveis que não são nem podem ser controlados pelos profissionais da formação.
A política desportiva do clube, a sua situação financeira, a exigência que é feita em termos de resultados a esse mesmo clube, as características do treinador da equipa profissional e sua equipa técnica, a qualidade do plantel da equipa profissional.
Todas estas questões influenciam de forma decisiva na hora de apostar nos atletas oriundos da formação e no caso específico Português todas estas variáveis acabam por ser determinantes na visibilidade das Áreas de formação, sobretudo dos “três grandes”.
Como tal é frequente ouvir-mos e ler-mos que a Área de formação do Sporting é a única competente, que os seus responsáveis são os únicos realmente especializados na formação de jogadores.
Se é óbvio constatar que o Sporting realmente trabalha bem na sua àrea de formação e se tornou uma referência, também me parece que é de inteira justiça realçar que actualmente em Portugal os outros rivais trabalham de forma profissional e eficaz, no entanto ,e pelas questões destacadas anteriormente, nem sempre esse trabalho é “visível” ao adepto comum o que acaba por ser decisivo na forma como posteriormente é avaliado o trabalho que cada àrea de formação desempenha.
Existirá escalões etários mais importantes que outros?
É vulgar, e de certa forma até se entende, ouvir-se dizer que o importante é o trabalho que é feito a partir dos Iniciados, pois os escolas e infantis dificilmente chegarão a juniores ou séniores dos clubes.
Se nos concentrarmos no trabalho que é suposto uma àrea de formação fazer, e se tivermos em conta as formas existentes para se conseguir qualidade e talento no final da etapa de formação, rapidamente percebemos que é uma ideia totalmente errada.
É possível comparar-mos a formação a uma pirâmide ou seja, de um lote alargado de jogadores na fase de pre-escolas e escolas, partimos para um encurtamento em termos de quantidade e para um rigor e exigência cada vez maior á medida que se sobe de escalão em escalão.
Pelo caminho ou por outras palavras, pela “viagem” do futebol de iniciação para o futebol de especialização muitos são os atletas que vão ficando pelo caminho e alguns serão os atletas que vão sendo integrados e contratados, muito por influência do bom ou mau trabalho desempenhado pelos departamentos de prospecção dos clubes, assim como das carências que as equipas de competição vão evidenciando.
Para que a pirâmide possa encurtar ,á medida que as etapas de formação vão sendo ultrapassadas, com base em qualidade, então é necessário criar uma base alargada (daí nos escalões de escolas e infantis existirem equipas b,c e até d), é necessário um trabalho de qualidade e consciente para que a base da pirâmide seja forte e para que á medida que se vai subindo os patamares de rigor e exigência, sejam vários os atletas a denotar qualidade para “aguentarem” a sua posição no clube.
Só assim se chegará aos juniores com equipas competitivas e recheadas de talento, só assim se conseguirá economizar dinheiro em transferências que vão “encarecendo” á medida que a idade dos atletas sobem e só assim se conseguirá ser melhor em termos de comparação com os rivais.
É obvio e indesmentível que ao escalão de juniores chegarão poucos dos atletas que passaram pelas escolas e infantis do clube, mas o objectivo acaba por ser esse.
De uma base com qualidade em quantidade se começa um processo de selecção natural (á medida que os jogadores vão crescendo e evoluindo), selecção essa que é baseada na avaliação contínua á evolução e capacidade dos atletas.
Por outro lado, se tivermos em conta o objectivo primordial dos departamentos de prospecção..este é encontrar talento de forma célere e precoce. Só dessa forma os clubes conseguirão, sem dispender muito dinheiro, ser mais rápidos que os rivais e assegurar os talentos de forma imediata.
O papel da prospecção
Como é natural nunca se deve fechar a porta a possíveis incrementos de qualidade, uma vez que todos os anos aparecem atletas novos, todos anos a prospecção dos clubes identifica possíveis talentos que só no momento se revelaram, só no momento tiveram hipotese de “aparecer”, que só no momento explodiram em termos físicos e técnicos, que vinham sido seguidos e deixaram de ser uma dúvida passando a ser uma certeza em termos qualitativos
Para se formar com qualidade não podemos dissociar o trabalho dito de “formação” e aquele que é desempenhado pelos departamentos de prospecção (no âmbito da àrea de formação) uma vez que ambos contribuem para o objectivo final: colocar á disposição do futebol profissional..jovens com talento e qualidade para serem opção na equipa principal.
Como tal, mais do que se pensar que o talento nos escalões de escolas ou infantis será irrelevante no futuro, deverá pensar-se que a detecção do talento precoce (função onde os dep. de prospecção têm um papel decisivo) permitirá aos clubes garantir os atletas com mais capacidade (superando a concorrência) e por outro lado dará a possibilidade de trabalhar esse talento em bruto de forma mais profissional, mais indicada do que o que seria feito num clube de menor expressão e com menores condições.
Conclusão
Os escalões mais baixos, os escalões ditos de iniciação, têm portanto um papel importantíssimo naquilo que é a formação de atletas.
São a base da pirâmide, a fonte de onde se extrairá qualidade e se adicionará aqui e ali mais alguns elementos de forma a criar equipas de competição com talento e capacidade.E que fique claro: o objectivo de qualquer equipa é detectar precocemente e trabalhar desde os escalões mais baixos da melhor forma possível para que cada vez menos seja necessário acrescentar novos atletas em escalões mais alto, pois isso traduzir-se-á em inúmeras vantagens desportivas, financeiras e até em termos de concorrência com os rivais, pois no futebol a concorrência é feroz.