É com muito gosto que vos partilho, agora, a história do Atlético de Mafamude.
O Atlético de Mafamude não é apenas ficção, é já uma “Instituição” com valores e passado.
E para quem não conhece, o Mafamude é mais do que um clube, é o “símbolo” de uma infância, de uma adolescência, de fortes amizades, de muita diversão e sobretudo de muita paixão pelo Futebol.
História
Decorria o ano de 1988, e eu com os meus 6 aninhos, comecei a ganhar a minha liberdade para sair de casa e ir brincar para um parque junto a minha casa, o famoso Largo Estevão Torres.
É neste “palco” que tudo começa, e que o Atlético Mafamude aos poucos se começa a erguer.
Tal como eu, outros miúdos, ao longo do tempo, vão começando a frequentar o mesmo parque/jardim, pois viviam perto e a diversão era garantida. De uma brincadeiras surgiu a amizade, o companheirismo e acabou numa grande irmandade entre todos.
A verdade é que se começou a construir um “núcleo”, que com o passar dos anos foi aumentando, conhecendo caras novas.
Na base do Atlétido de Mafamude estiverem então nomes como: Nelson Oliveira, João Ricardo, Bruno Patrício, Rafael, André, Miguel ou até mesmo João “Brasileiro”, aos quais se juntaram nomes como Rógerio, Zé Pedro, Kim Jorge entre outros.
Constituía-se assim um “núcleo” que tinha como interesse primordial o Futebol. Manhãs, tardes e noites a falar e discutir futebol, manhãs tardes e noites a jogar futebol, etc.
Mas não pensem que as condições eram óptimas. O dito jogo era jogado em espaços muito reduzidos sobre a forma de 2 contra 2 ou 3 contra 3, onde as balizas eram a parte de baixo dos bancos de jardim.
Pode parecer estranho, mas o parque e seu futebol “tipo” foi uma escola muito grande para alguns elementos que ainda hoje fazem do Futebol a sua vida. O apuramento da técnica e a certeza do passe foram características que se foram apurando com o tempo, e devido ás características do campo
Os anos continuaram a passar, nós os “miúdos” a crescer, as responsabilidades a aumentar e os estudos a exigirem cada vez mais. Mas a verdade é que saindo da escola as 3 ou ás 6, havia sempre tempo para mais um joguinho, para mais uma discussão futebolística, para mais um duelo no computador..de joguinhos de futebol.
Nesta altura, os primeiros elementos lançavam-se numa carreira como futebolistas mais a sério, mas nem assim dispensavam o futebol do parque, mesmo á rebelia dos treinadores.
É neste contexto que a equipa se começou a formar e a alargar.
Deixamos de jogar apenas no Parque e passamos a actuar nuns “campos improvisados” no Parque Soares dos Reis, casa do Vilanovense Futebol Clube.
Foi lá que se criaram as primeiras “filosofias” de jogo, e foi lá que se começou a ganhar necessidade de competir contra outros miúdos.
Assim não foi de estranhar, que começássemos também nós a optar por jogar em pavilhões alugados por forma a pudermos explanar da melhor forma o nosso Futebol.
Novas caras foram aparecendo, umas por considerarem que o Parque era uma zona “óptima” de convívio, outros porque passaram a viver perto e nomes como Marco, Paulo, Banhas, Bolas, Nuninho, Quinito, Claudio ,entre outros, entraram no grupo, assim como algumas “contratações” para fortalecer a equipa nos jogos que se viriam a realizar mais tarde: cito os nomes do Ramalho, Vialli, Black, Inácio…etc.
Foi já por volta dos 15,16,17 anos que o o grupo decide criar um nome como equipa e comprar também uns equipamentos para começar a competir.
O nome surgiu na hora, Atlético de Mafamude.
Os equipamentos foram escolhidos por alguns dos elementos mais representativos (Rógerio, Nelson e Zé Pedro) e a escolha pelo preto e amarelo, como conjunto de cores pouco usual, foi a eleita.
Trajecto
Seguiram então os primeiros grandes desafios, quer no pavilhão do Vilanovense onde as vitórias eram certas, mesmo contra equipas com idades mais avançados, quer na escola Secundário de Soares dos Reis, onde mesmo num ambiente adverso, com um clima hostil sempre fomos vencendo e convencendo, passando a imagem que seríamos o melhor clube da freguesia e arredores.
Seguiu-se um “mítico” torneio no cedro, onde só trouxemos a prata porque fomos “roubados” na secretaria, a vitória seria nossa.
A única fase menos gloriosa e vencedora do Atlético, surge contra uma equipa composta por elementos na casa dos 20, 30 anos de idade, o que acabou por desiquilibrar em termos físicos.
No entanto, 1 ano depois contra uma equipa da Escola Profissional Soares dos Reis, fomos batendo sem apelo nem agrado os adversários.
Por fim, e talvez como ultima história deste grupo enquanto equipa, destaco as vitórias no Colégio de Gaia, contra elementos bem mais velhos e “malukos” do Agueiro, ou até contra a equipa da Praceta.
A separação
Nesta última fase entravamos na casa dos 18 anos, as bebedeiras surgiam, as festas também, uns passavam a namorar, outros a viver noutro lado, e o grupo começava-se lentamente a desintegrar.
A equipa deixou de competir, e os amigos deixaram de se ver frequentemente.
Era o fim de uma linda história, e de toda uma página de vida, inesquecível e memorável.
É verdade que estes amigos já não se vêm frequentemente, mas certamente que ninguém se irá esquecer da bonita infância e adolescência que teve.
Hoje em dia, temos pessoas licenciadas, outros ainda universitários, djs, cozinheiros, trabalhadores ou até outros que pouco fazem hehehe.
Cada um seguiu a sua vida, encarou as suas responsabilidades e partiu para “outra”.
Curiosidades
Como curiosidades o facto de 3 dos elementos chave do Atlético se terem conhecido no Vila, e terem construído uma amizade forte mas invulgar.
Adeptos fanáticos do futebol Inglês, viviam as emoções do campeonato de tal forma, que até se entrava na chamada “violência amigável”, pois apesar do “moxe” e da “porrada” era tudo a brincar.
Um adepto do Leeds, outro do Tottenham e um ultimo (eu) do Chelsea, juntavam-se ao sábado á tarde para acompanhar em directo no teletexto dos canais ingleses, os jogos e os golos na hora (outros tempos…hehehe). Que grandes tardes!
Chegou-se ao cúmulo de tentar ver jogos pelo canal codificado Sportmania, onde não se percebia mais do que sombras e o relato hehehe.
A 2ª curiosidade refere-se á sede do clube.
O mítico sótão do Zé Pedro, ficou como sede, e a ironia do destino juntou-me a mim e a ele, depois de alguns anos de afastamento, na mesma faculdade e na mesma turma. O mundo é mesmo pequeno.
Como 3ª bela curiosidade o Hallenmasters.
Com inspiração nos torneios de Inverno na Alemanha (na paragem do campeonato), as gentes do parque decidiu criar o Hallenmasters.
Um torneio de 2 contra 2, disputado por eliminatórias ou Liga, para se achar a melhor equipa e o melhor marcador. Como prémio a possibilidade de assinar a bola de jogo hehehe.
Escusado será dizer que o grande defesa Kim Jorge e eu como criativo vencemos, e convencemos. E quando foi preciso, também se recorreu á violência. Hehehe
Mais tarde outra forma de disputar o Hallenmasters para criar mais competitividade. Criar jogadores cabeças de série que seriam sorteados com outros menos fortes, mas por motivos de desentendimento e “cabeça quente” do mítico Ovelha, acabou por não se findar o torneio.
Presente
Hoje o Atlético de Mafamude não é mais do que uma bela recordação e uma bela página da vida.
Não simboliza mais do que uma infância e adolescência muito bem passadas e muito bem vividas, sempre em torno do Futebol.
Como, não me consigo esquecer daqueles amigos e daqueles momentos, decidid dar o nome do clube á minha equipa de Xperteleven.
Futuro
Mas quem pensa que o Atlético de Mafamude está completamente estagnado e não mais voltará, engana-se.
Neste momento, e para mim especificamente, o nome Atlético de Mafamude significa o início de um novo sonho.
Sempre ambicionei um dia construir uma escolinha de formação, para que outros miúdos possam ter pelo”jogo” a mesma paixão que eu tive, e que o jogo lhes permita as mesmas alegrias e convívio que me permitiu a mim.
Pois então, o projecto ainda está no início mas um dia todos vós puderão ter a hipótese de visitar a escola de formação Atlético de Mafamude.
O dia não é certo, o ano também não, mas a convicção e o sonho são para realizar!!!
Logótipo
O Atlético conseguiu a sua sede, improvisou o seu mini-estádio e comprou os seus próprios equipamentos. Contratou e dispensou jogadores, escolheu os melhores e os piores e foi crescendo, sempre alicerçado pela amizade de todos os elementos.
Mas faltava-lhe algo emblemático, significativo e visível…o símbolo.
Felizmente, encontrei um “artista” de 1ª categoria na Internet o Garras, que gentilmente deu alma e cor á amizade de todos os elementos do Atlético, num bonito símbolo que será eternamente o símbolo do Atlético.
Quando um dia tiver a minha escola de Futebol, será certamente este o “brasão” que os miúdos orgulhosamente envergarão nas camisolas.
O meu muito obrigado ao Garras.
Em jeito de Homenagem, aos que mais me marcaram a infância e mais me marcaram no Atlético de Mafamude deixo aqui os seus nomes mais uma vez citados:
Kim Jorge/“Cabeças” – numero 23
Rógerio/“Roger” – numero 10
João/“ Brasileiro” – numero ?
João/“Ratão” – numero ?
Bruno Patrício – numero 13
Nuno/“Nuninho” – numero 8
José Pedro/“Zé” – numero 9
Mais do que um sonho, uma realidade! Atlético de Mafamude Seemmprreee!!!
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1 comentário:
bonita história esta do Atletico de Mafamude, em certos pormenores faz-me lembrar momentos que passei na minha juventude..lol
espero que esse projecto da escola va para a frente, é muito interessante e claro ja sabes a minha paixão por este tema.
por ultimo e visto que a camisola 5 (a minha preferida)não foi atribuida a nenhum jogador, pode ser que um dia a possa envergar...
um abraço de Pegões
Bruno Ribeiro
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