14 julho 2007

Jovens á procura de uma oportunidade



A bola já rola e a nova temporada encaminha-se para o seu início.
Muito ainda se especula em relação a entradas e saídas, as caracterizações dos reforços vindos do estrangeiro vão sendo feitas, mas pouco se fala dos jovens que têm nesta pré-temporada uma hipótese de se impor nos planteis dos grandes.
Á excepção de Dabao, o qual tem impressionando, todos os outros jovens elementos á procura de um lugar ao sol no Futebol Nacional têm sido algo marginalizados pela comunicação social, como tal penso que está na hora de fazer uma breve caracterização de cada um deles.


FC Porto

Hugo Ventura
Ainda não se juntou aos trabalhos do FC Porto pois a partir de 2ª feira jogará o Europeu de Sub19.
O Hugo é o melhor guarda-redes a sair da “cantera” azul e branca desde o mítico Baía. Não muito alto mas elástico e com muita técnica de baliza, é um guarda-redes que transmite segurança á defesa.
Posicionalmente muito inteligente, rápido a movimentar-se entre os postes e a sair dos mesmos, é seguro nas bolas aéreas (apesar de não ser muito alto). Pelas camadas jovens do Porto impressionou pelos seus nervos de aço e pela sua permanente tranquilidade.
Terá apenas que melhorar em termos de comunicação uma vez que denota alguma timidez.
Ventura chega ao plantel Portista no ano que Baía se despediu, terá sido uma passagem de testemunho?

André Castro
Na minha opinião é um dos melhores talentos de Portugal. Também presente no Europeu de Sub19 e ,como tal, impedido de efectuar parte da pré-temporada com o FC Porto, o Castro tem as características ideais para a concepção de futebol de Jesualdo Ferreira, á excepção da altura.
Com um pulmão tremendo prefere quebrar a torcer. Tem uma intensidade impressionante, não pára um minuto. A sua personalidade forte e profissional permitem-lhe encher o meio campo, pois é muito inteligente posicionalmente e defende e ataca com a mesma qualidade.
Lê bem e rápido o jogo, entregando a bola sem grandes floreados ou preciosismos. Por outro lado é dotado de um forte pontapé tornando-o perigoso nas imediações da área adversária.
No fundo, o Castro é um box to box moderno, um jogador que recupera para entregar ou construir de forma simples e eficaz.
Se apostarem nele será certamente um jogador bem á imagem do FC Porto.

Rui Pedro
O Rui foi subindo escalão a escalão, quase sempre rotulado como o menino bonito da cantera azul e branca.
Conquistando o título de melhor marcador da equipa em quase todos os anos, começou a ganhar maior versatilidade posicional. De ponta de lança, hoje pode actuar como médio ofensivo ou jogar solto nas costas de um ponta de lança mais fixo.
Com um bom domínio de bola e uma capacidade técnica acima da média, é nos movimentos de ruptura e na capacidade de se antecipar aos defesas que acaba por se destacar.
Fisicamente não é imponente, algo frágil até.
Terá que se tornar mais agressivo nas disputas de bola, simplificar processos e sobretudo decidir mais rápido, um vez que me parece ainda algo lento para o futebol de alta competição.
Para sonhar em jogar pelo FC Porto terá que rodar para se habituar a um futebol mais exigente, rápido e combativo.
Falhou o Euro Sub19 por problemas disciplinares e como tal tem efectuado a pré-temporada com o FCP.


Benfica

Miguel Vitor
Este jovem Sub18 foi uma agradável surpresa na ultima temporada. Se antes o via como um jovem com algum talento, na temporada passada deu um salto qualitativo significativo e hoje é talvez um dos 2 melhores centrais Sub18 do País.
Embora não sendo um central alto, tem uma boa capacidade de impulsão e um bom timing de salto, características que lhe permitem um bom domínio do jogo aéreo (este ano marcou alguns golos de cabeça...em bolas paradas). Pelo chão é rápido qb, necessitando de melhorar um pouco em termos de flexibilidade (ás vezes parece algo duro de rins). É forte no tackle e tem características de líder.
Tem também capacidade técnica algo que lhe possibilita sair a jogar com segurança e qualidade.
Tem que progredir ainda mais.

Romeu Ribeiro
Um dos maiores talentos Sub18 nacionais. Natural do Norte, destacou-se nos juniores encarnados, por uma maior agressividade e combatividade no seu jogo.
Trinco, é um jogador com classe, pois joga de cabeça levantada, possui fortes argumentos técnicos e entrega a bola sempre “redonda”, evitando o chutão para a frente.
Apesar de lhe faltar ainda um maior vigor físico, maior massa muscular, denota uma maturidade dentro de campo que lhe permitirá sonhar alto, ou não tivesse sido ele chamado para a selecção europeia de Sub18.
É um diamante por lapidar, ainda longe de tudo aquilo que pode render, e se tiver a possibilidade de treinar frequentemente com o plantel sénior (para ganhar maior velocidade e objectividade no seu jogo) e for bem acompanhado neste último ano de juniores, em 2008/09 poderá ser uma grande surpresa.

Yu Dabao
Muito mediatizado pelos valores da sua transferência e pelo facto de ser Chinês, Dabao cedo destruiu o argumento de muitos os que tentaram afirmar que a contratação do atleta seria apenas uma questão de marketing (algo que naturalmente também influenciou).
O Dabao é um Sub19 com muito boa constituição física, uma capacidade de trabalho e de aprendizagem muito acima da média e dotado das caracteristicas típicas dos orientais: sempre em busca da optimização.
Dentro da área movimenta-se bem, sabe jogar de costas para a baliza..funcionando como uma especie de pivot. No jogo aéreo não só ganha muitos despiques individuais como ainda tem o cuidado de entregar a bola em condições aos seus companheiros.
Mas a sua grande qualidade é a facilidade de rodar e rematar. Tem um remate “fácil”, espontâneo, qualidade essa que rareia cada vez mais em Portugal.
Tem sido amplamente falado pelos golos que tem marcado na pré-temporada encarnada. Na minha opinião e olhando para as soluções que o Benfica tem no ataque, Dabao teria lugar no plantel, mas a possível contratação de um novo avançado retirará o espaço para o jovem chinês se manter na Luz. De qualquer forma penso que poderá ser mais benéfico para ele rodar noutro clube do que enfrentar o receio de Fernando Santos em apostar em jovens.


Sporting

Rui Patrício
O Marrazes, como é conhecido na família leonina, é a par de Ventura uma grande promessa das balizas nacionais (logo agora que Ricardo e Quim caminham para o fim das suas carreiras e Baía ja partiu).
Imponente fisicamente cobre a baliza com relativa facilidade. Chega mesmo a assustar quando sai dos postes em duelos individuais com os avançados, tamanha é a mancha que “produz”.
Dotado de bons reflexos e daquele “6º sentido” que os grandes guarda-redes têm, consegue aliar eficácia e tranquilidade.
Forte no jogo pelo chão e no jogo aéreo, terá um futuro risonho, embora conte agora com a concorrência de Stojkovic, também ele um jovem gigante que denota muita qualidade.

Paulo Renato
O Paulo é um bom exemplo de versatilidade. Central, já actuou no meio campo..uma contribuição positiva para melhorar a sua capacidade técnica.
Joga de cabeça levantada, procura sair em apoio ás transiçoes ofensivas (sempre que tem espaço para tal), tem qualidade de recepção e passe (curto e longo), mas defensivamente está longe de ser um garante.
Ainda verde, perde demasiados lances e provoca faltas desnecessárias (no Mundial de Sub20 foi notório).
Paulo Bento quererá retirar proveita da invulgar relação com bola que este central tem melhorando a vertente defensiva do jogador, mas creio que mais um ano a rodar só lhe faria bem.
Tenho algumas dúvidas que se imponha no plantel verde e branco.

Adrien Silva
É uma, se não a, grande pérola nacional. Ainda muito novo teve a possibilidade de conviver com Zidane no Bordeus.
Já no Sporting teve uma ascensão meteórica e melhora a cada dia que passa. Posicionalmente maduro e inteligente, preenche o meio campo, dobra os companheiros, parte para as vantagens númericas, etc..etc...etc.
Com a bola nos pés tem uma invulgar frieza para a guardar e entregar com quase 100% de eficácia. Fisicamente é dotado muscularmente mas não é um jogador muito imponente, demonstrando agilidade.
Um daqueles atletas que equilibra uma equipa, que a tranquiliza e a faz jogar com inteligencia.
Adrien tem como referência João Moutinho e se é verdade que ambos têm algumas semelhanças, creio que o Adrien tem capacidade e margem para chegar ainda mais longe do que a sua referência.

Yannick Pupo
Confesso que não é um jogador do qual tenha muitas referências, pois vi poucos jogos do mesmo.
Como interior ou mais á frente como número 10, o Pupo tem uma relação com bola típica dos brasileiros ou seja, bom domínio de bola, fino recorte técnico e alguma técnica individual. No passe é algo lento, denotando uma vez mais uma característica dos brasileiros, falta de intensidade e falta de velocidade nos processos.
É inegável que tem qualidades interessantes mas dificilmente se conseguirá impor no Sporting.


Estes são os atletas que tentam convencer Jesualdo, Bento e Santos neste início de temporada.
Uns mais do que outros têm argumentos para surpreender e para se impor, contudo tudo dependerá das necessidades de cada equipa e da “coragem” dos treinadores para os lançar.

De qualquer forma não são apenas os grandes que apostam nas camadas jovens, e jogadores como Ivan (Boavista), Stelvio e Orlando (Braga), Rabiola e Tiago Ronaldo (Guimarães), entre outros..poderão vir a dar que falar.

07/08 está aí e a concretização do sonho dos jovens futebolistas em se tornarem jogadores de “top” entra agora numa fase decisiva.

04 julho 2007

Mundial Sub20


Entrada com o pé direito.
Portugal estreou-se com o pé direito frente a uma selecção Neozelandesa bastante frágil.

Couceiro apostou no onze esperado, e se é verdade que em termos colectivos teremos que esperar por um confronto mais equilibrado para tirar algumas ilações, em relação a alguns atletas que já vinham demonstrando qualidade nas suas equipas e mais recentemente no Torneio de Toulon podemos já fazer breves e simples análises.

Começo por destacar Pelé.
Este jovem atleta do Guimarães que passou pelos escalões de formação do Salgueiros e numa fase mais avançada..Benfica, demonstrou uma dimensão física assinalável.
Acompanhei esta temporada cerca de 5,6 jogos do Guimarães, jogos em que Pele foi utilizado, e tinha ficado com a sensação de estar perante um jogador com boa capacidade de choque, resistência e agressividade qb. Contudo e porque quando falamos de 2ª Liga falamos de um futebol mais fechado e físico, poucas foram as vezes em que o Pelé se conseguiu destacar pelos seus argumentos ténicos, excepção feita á capacidade de passe curto.
Em Toulon e já no Mundial de Sub20 fiquei surpreendido pela capacidade de posse de bola, pela componente psicológica que lhe permite assumir o jogo com tranquilidade e cabeça levantada e ainda com alguns pormenores técnicos no que se refer a recepção orientada que me deixaram agradado.
O Pelé tem características e capacidades que bem exploradas e potenciadas o podem levar a ser um jogador de bom nível para qualquer equipa nacional. O PSV já anda de olho nele...

Gostaria também de falar de Zequinha.
O Zequinha, para quem não conhece, chegou já como junior ao FC Porto numa transferência de valor algo elevado. Depois de uma passagem low profile pelo clube azul e branco tem sido cedido (penso que nesta época actuará no Penafiel) e a verdade é que vem demonstrando boa margem de progressão.
Fisicamente é um jogador interessante (apesar de estar longe de ser imponente), denota uma grande mobilidade e boa capacidade para jogar no risco de fora de jogo. Tem capacidade técnica para partir de um para um e apenas terá que apurar os seus índices de finalização que ainda não são os melhores.

O Fábio Coentrão é um atleta que me é familiar, uma vez que já sigo o seu percurso desde os juvenis, altura em que lhe reconheci amplas capacidades para se tornar profissional de futebol.
De personalidade e feitio complicado (o que dificulta de certa forma a sua margem de progressão), o Fábio é um atleta excentrico que gosta de dar nas vistas.
Possuidor de um rol de atributos técnicos assinalável, perde lucidez e objectividade.. pois procura sempre mais este pormenor ou aquela finta.
Tem velocidade, agilidade, elasticidade e capacidade técnica para se tornar um jogador de qualidade, mas terá forçosamente que ser trabalho em termos físicos e terá que ser trabalho em termos psicológicos.
Terá um belo desafio no Benfica.


Por fim, o “famoso” Bruno Gama.
Aos 15 anos já era uma grande promessa do futebol nacional e já dispontava ao vencer o Campeonato Europeu de Sub17 em Viseu.
A transferência para o FC Porto foi avultada, e o Bruno começou por sentir logo alguma pressão.
Tem recursos técnicos “finos” e “mágicos”, tem velocidade, tem visão quando entende jogar para a equipa, mas falta-lhe um salto em termos físicos.
A sua estatura, a falta de resistência e a dificuldade no choque têm impedido um salto mais rápido e “certo” para outro patamar. De qualquer forma Scolari anda de olho nele.


Os adversários
Nos jogos que tenho a possibilidade de acompanhar vi um Giovani dos Santos ao seu nível, um Carlos Vela mais evoluído e maduro (em relação ao que vi no Mundial de Sub17), um Freddy Adu mais potente e forte fisicamente sem contudo ter perdido toda a sua dinâmica (belo primeiro golo frente á Polonia), um Diego Capel com um pé esquerdo fantástico, um Renato Augusto a demonstrar que tem qualidade e características que mais do que os seus companheiros puderão facilitar a sua integração ao futebol Europeu.

Deixo-vos alguns nomes que fui referenciado ao longo dos tempos, para terem em atenção.
Na Argentina Matias Cahais (grande SulAmericano Sub20), Zarate e Maximiliano Moralez. Quanto a Aguero e Insua não nem precisam de apresentações.
No Brasil Amaral e Willian. Pato, David Luiz e Leandro Lima já são vossos conhecidos, certamente.
No Uruguai o possante avançado Cavani (excelente SulAmericano Sub20 também), jogador com 1 metro e 88 centimetros.
Nos Estados Unidos..Adu não precisa de apresentações.
Na Espanha actuam alguns atletas que disputaram o Euro Sub19, chamo a vossa atenção para Mata, Bueno e Toni Calvo. Barragan e Piqué são dois defensores de qualidade.
Steven Fletcher, avançado escoces.
Na Polonia o avançado e exímio marcador de livres, Janckyk
Na Rep. Checa o guardião Petr Radek.
E por fim na Coreia do Sul o número 14 Lee.

Força Portugal!

03 julho 2007

Euro Sub21 2007



O Euro Sub21 terminou, com a Holanda pela segunda vez consecutiva a conquistar o ceptro, embora desta vez com mais sabor pois actuavam perante o seu público.
Numa breve retrospectiva, Portugal enfrentava no seu grupo Belgica, Holanda e Israel.
Sabendo-se da qualidade individual dos jogadores Holandeses, antevendo-se a mestria e a mecanização do seu jogo colectivo, Portugal tinha a obrigação de assegurar bons resultados contra equipas de um nível mais baixo, Bélgica e Israel.

Portugal - Belgica
Muito se falou na pretensa qualidade Belga por terem 5,6 jogadores a actuarem pela selecção principal, mas muitos esqueceram-se de referir que a selecção Belga não é a mesma de outros tempos e apresenta até níveis qualitativos algo baixos.
Como tal e olhando á qualidade dos atletas Portugueses só poderiamos exigir uma vitória, mas desde cedo se percebeu que o jogo ia ser complicado, pois até o discurso de Couceiro soou a derrotista aliviando ainda antes do jogo... uma lógica responsabilidade que os atletas Portugueses tinham de vencer á congénere Belga.
A verdade é que a equipa de Portugal apareceu sem chama, extremamente desorganizada. O ponto conquistado acabou por parecer um mal menor, uma vez que a Bélgica foi superior durante grande parte da partida.

Portugal – Holanda
Na 2ª partida defrontamos aquela que para mim seria á partida a favorita, pela qualidade dos seus jogadores, pelo facto de serem os detentores do título e pelo factor casa.
Foi mais um jogo em que durante 45 minutos fomos uma selecção perdida em campo, esbarrando em erros tácticos básicos.
Durante os 25 minutos finais, depois de corrigidas o posicionamento dos jogadores Portugueses finalmente conseguimos mostrar algum futebol, mas não chegou...
Culpar o árbitro? Sim, o arbitro errou, mas mais uma vez Portugal caiu porque foi inferior.

Portugal – Israel
Contra Israel e já num figurino táctico mais coerente, Portugal apresentou-se num registo de bom nível, jogando com organização e alma.
Foi uma vitória categórica, mas nunca uma exibição que desculpe todos os erros dos jogos passados, pois quer se queira quer não..Portugal defrontou uma selecção já afastada.


As razões do desaire
São já 2 Europeus em anos consecutivos que acabam em desilusão.
Nas duas competições Portugal ,face ao nível individual dos jogadores que convocou, apresentou-se como candidato. Em ambos saiu vergado.
Eu encontro algumas explicações que podem explicar pelo menos parcialmente estes desaires.
Portugal tem aparecido com claras fragilidades colectivas. Em termos comparativos até com selecções de pior nível individual, a selecção Portuguesa de Sub21 apresenta um vazio colectivo preocupante.
Não obstante os erros claros de José Couceiro que sobretudo não soube tirar proveito do “esqueleto” do Sporting, (algo que Scolari acabou ,depois de muita teimosia, por fazer com o FC Porto, campeão Europeu, de José Mourinho) procurando utilizar uma espécie trivot (Amorim, Veloso e M Fernandes) que castrava a largura do jogo de Veloso e M Fernandes e por outro lado criava enormes dificuldades posicionais aos atletas da selecção e optando ainda por distanciar em demasia Moutinho e Nani provocando falta de ligação entre sectores, o denominador comum nos 2 Europeus de Sub21 foi mesmo a falta de rotinas colectivas que numa Holanda, Italia, Servia, Ucrania..etc não verifiquei.

É necessário portanto um trabalho de base e continuidade, assente num único modelo de jogo com algumas adaptações face aos jogadores disponíveis na altura.
Esta trabalho de continuidade permitirá aliar a boa qualidade dos atletas a uma maior cultura táctica, algo essencial para quem quer vencer competições.
No fundo se este trabalho já existe(e acredito que sim) na prática não aparece..como tal é necessário rever todo o planeamento.

Por outro lado aquilo que se viu nas duas ultimas competições europeias de Sub21 foi um Portugal menos competitivo, mais “preguiçoso”.
Jogadores com menor índice de agressividade, em claras dificuldades físicas e com jogadores em claro subrendimento.
É verdade que alguns destes atletas estiveram expostos a uma época desgastante, recheada de jogos e competições, no entanto relembro que nas outras selecções os jogadores estão expostos á mesma exigência conseguindo chegar a esta fase da temporada mais frescos e determinados.
Nesse sentido também terá que ser pensado numa outra abordagem.

Os mais do Euro (Portugal)
Começo por falar de 3 elementos que para mim são futuros jogadores chave na selecção Nacional (e aqui não me interessa se é daqui a 2,4 ou 5 anos):

Manuel da Costa. Jovem talento que actuou no Nancy antes de rumar ao PSV (com 18 anos esteve a um passo de ingressar no FC Porto), é um central moderno e exprime já em campo uma vertente de treino muito explorada na Holanda..a componente da técnica individual.
Depois de um Torneio de Toulon onde demonstrou muita qualidade e margem de progressão e depois de algumas chamadas á selecção Nacional, neste Europeu Manuel da Costa deixou claro que tem um potencial enorme.
Sentido posicional de bom nível, timing de tackle fora do comum, boa capacidade física, velocidade qb, forte mentalmente e uma capacidade técnica fora do comum para um central..fazem de Manuel da Costa um dos mais promissores centrais Europeus. Talvez lhe fizesse bem mais um ano na Holanda antes de rumar a outras paragens.

Miguel Veloso. É um pivot defensivo moderno. Forte qb fisicamente, tem um sentido posicional e colectivo bastante forte. É forte no desarme mas deslumbra mais na primeira fase de construção e na capcidade de posse de bola. Tem uns pés requintados, a capacidade de passe é de elevado nível e tem uma personalidade que lhe permitirá certamente atingir os píncaros do Futebol Internacional.
Está encontrado o 6 de futuro da selecção nacional.

Manuel Fernandes. Que bem lhe fez a passagem por Inglaterra. O Manélélé do Benfica era um jogador voluntarioso, com pulmão, boa qualidade de passe e um remate de meia distância maravilhoso. Com a sua natural maturação é hoje um jogador com uma dimensão física fora do comum. Capaz de segurar a bola mesmo pressionado por um ou mais atletas, capacidade de choque poderosa, forte a defender e a atacar.
Está um box to box completíssimo e é neste momento um jovem capaz de fazer furor em qualquer equipa.

Estes são os 3 atletas que em termos de características, qualidade e margem de progressão parecem ter um futuro risonho á sua frente.
Jogadores extremamente completos, jogadores de colectivo e que incutem muita segurança defensiva e capacidade de construção de jogo a qualquer equipa onde joguem.
Serão bem vindos na selecção principal.

Obviamente que não me esqueci de Moutinho e Nani.
Moutinho é um excelente jogador mas dá a sensação que a dimensão do seu jogo não pode crescer muito mais, pois tudo aquilo que faz...é conseguido com alma e raça. Tem tudo para se afirmar no futebol nacional mas dificilmente atingirá uma dimensão internacional muito elevada.
Quanto a Nani, um olheiro do Chelsea disse algo com algum sentido. Embora sendo um jogador com atributos físicos fora do comuns (agilidade, elasticidade) e com uma velocidade típica de um extremo, Nani tem registado uma evolução algo lenta no seu jogo. O Nani da temporada passada é o mesmo Nani desta temporada, quando se esperaria uma explosão. A sua transferência para o Manchester poderá ser a oportunidade e o tónico para explodir definitivamente.

Queria também salientar alguns pormenores de Vaz Té que embora limitado mostrou uma mobilidade muito inteligente e eficaz.
Nota ainda para as prestações de Varela e João Pereira, pois embora apresentem lacunas que dificultarão a ascensão a um patamar elevado, demonstraram raça e vontade.


Os mais do Euro
A Holanda voltou mais uma vez a dar a conhecer jogadores com muito boa qualidade.
Vlaar é um central promissor, Maduro uma certeza no meio campo defensivo e Babel confirmou a sua qualidade.
Rigters maravilhou pela velocidade e pela capacidade de finalização que demonstrou, mas foi outro atleta que me encheu as medidas.
Falo-vos de Drenthe. Depois de um Torneio de Toulon (época passada) de grande nível como defesa esquerdo, Drenthe maravilhou o Mundo do Futebol pelo seu jogo rápido, inteligente, eficaz e vistoso.
Com uma raça assombrosa, é extremamente rápido e forte no choque. Tecnicamente é capaz de levantar uma plateia, aplicando posteriormente o seu cruzamento teleguiado de pé esquerdo. Creio que Drenthe acaba por potenciar o seu jogo mais como médio ala esquerdo do que como defesa esquerdo,

Reo Cooker, Nugent e Lita foram 3 jogadores em destaque na Inglaterra.
Reo Cooker é um box to box “electrico”, Nugent um avançado completo mas foi Lita a grande figura.
Lita é um avançado muito veloz e potente, com uma mobilidade e uma capacidade de desmarcação muito acima da média. Terá que melhorar a eficácia em frente á baliza.

Na Italia, para além dos já conhecidos Aquilani e Montolivo (este ultimo pouco exuberante nas suas exibições) destaco Chiellini um defesa bastante polivalente, forte fisicamente e com grande personalidade.
Pazzini, um excelente ponta de lança, esteve vários furos abaixo.

E termino falando de um avançado que me impressionou. Falo-vos de Mirallas da Bélgica. Forte fisicamente (não muito alto), é muito móvel, dá a sensação de estar em todo o lado, é forte na finalização e tem capacidade para desequilibrar de um para um. Belo avançado.

Segue-se o Mundial de Sub20, onde Portugal entrou com o pé direito..mas falarei mais tarde.