25 novembro 2008

Novo projecto

Caros amigos,

Como devem ter percebido o tempo para actualizar este meu espaço é cada vez menor.
É neste sentido que procurei arranjar uma solução, uma vez que como havia dito nunca iria deixar de escrever na blogosfera, pois foi através da mesma que a oportunidade de iniciar carreira no Futebol apareceu.

Consciente que é difícil cativar leitores se não tiver o blog com actualizações constantes, decidi, juntamente com outros colegas de profissão, criar um blog conjunto.
Dessa forma será mais fácil garantir uma actualização de conteúdos constante, uma vez que com um pequeno contributo de todos conseguiremos certamente ter vários conteúdos novos por semana.

Este blog manter-se-á online e quiça voltarei a escrever no mesmo, mas para já peço-vos que conheçam o www.geracaofutebol.blogspot.com
É um blog pensado nos mesmos moldes desta mas mais democrático uma vez que serão mais pessoas a escrever e a transmitir as suas ideias.

Espero que gostem, até breve
Nelson Oliveira

26 junho 2008

Considerações sobre o Euro 2008 (2)

Cá estou eu para mais algumas considerações e/ou notas sobre o Euro 2008.


Contra todas as previsões
Contra todas as previsões este Euro fica marcado pelo bom número de golos marcados. Fica marcado também pelo sucesso de equipas ofensivas e pela “falência” de equipas que abordaram a prova de forma mais cínica.
Portugal, Holanda, Russia e Espanha foram/são as equipas que revelam mais futebol. Estilos diferentes mas uma filosofia comum: um futebol ofensivo, vistoso.
Por outro lado temos a ultra defensiva Grécia, o cinismo Italiano, uma equipa a jogar na espectativa como a França ou uma Suecia de calculadora na mão. Todas elas falharam, todas elas deixaram o Euro sem glória.

Aposta comum
Poucas são as equipas neste Euro que optaram por pressionar através de um bloco alto. Tem sido ponto comum os blocos médios/baixos e a aposta nas transições defesa-ataque rápidas.

Uma dor de cabeça chamada 4-3-3
Por outro lado temos assistido de certa forma ao declínio do 4-3-3. Apesar do bom futebol praticado por Portugal ou Holanda (exemplos), as selecções que apostaram declaradamente num 4-3-3 bem delineado acabaram por sentir dificuldades e acabaram por cair.
Em provas a eliminar, em competições marcadas pelo detalhe, competitividade,equilíbrio parece-me complicado alcançar o sucesso em 4-3-3 declarado. É visível neste Euro, é visível nas competições Europeias de clubes.

Quem aparece primeiro cai
Outro dado curioso e falado por algumas personalidades como Beckenbauer: as selecções que apareceram na prova cedo acabaram por cair.
Portugal, Holanda, Croacia assumiram-se como favoritas logo no final do 1º jogo. Apresentaram um jogo agradável e eficaz (mais a Holanda do que Portugal, a Cróacia convenceu a partir do 2º), mas chegados aos jogos a eliminar cairam.
Por outro lado a Alemanha que mesclou o bom com o menos bom, a Turquia e a Russia não convenceram nos seus primeiros jogos mas registaram uma franca evolução (mais a Turquia e a Russia do que a Alemanha).

Descansar ou não descansar?
Antes do jogo com a Suiça dizia a pessoas amigas que não concordava com a rotação quase total do onze apenas e só porque já estavamos apurados.
Numa prova de curta duração, de grande intensidade, não me parece a melhor opção quebrar a competição e rotinas aos jogadores.
Li Tomaz Morais a defender o mesmo e a verdade é que contra factos não há argumentos: Portugal, Holanda e Croácia descansaram e cairam no jogo seguinte. Apenas a Espanha se salvou.
Pergunto: Portugal apesar de contar com 7,8 jogadores com mais 5,6,7 dias de descanso que os jogadores Alemães...demonstrou mais frescura física? Assumiu o jogo como seria expectável?

O que esperar da Espanha frente á Russia?
Uma equipa que opta pela posse de bola na procura de forçar espaços entre linhas para que os médios recebam a bola em boas condições e a coloquem nos 2 avançados extremamente móveis que são as referências da equipa (Villa e Torres), preferindo a profundidade á largura.
Silva e Iniesta são dois “alas” extremamente interiores mas que poderão ter que abrir mais do que o habitual face ao estilo de jogo Russo que se baseia em transições defesa-ataque apoiadas extremamente rápidas .
O grande handicap Espanhol?
O possível desgaste. Os Russos, muitos deles a actuar no campeonato local, encontram-se neste momento a meio da época desportiva. Os Espanhóis chegam ao Euro após uma desgastante época desportiva na qual vários jogadores estiveram envolvidos em várias competições.
A importância de Senna no esquema de Aragones
Muitos adeptos nem dão por ele. Um espectador menos atento possivelmente menospreza a importância deste jogador no jogo Espanhol.
Senna é o equilíbrio, é ele que permite a harmonização da equipa e é um jogador fundamental nas transições ataque-defesa, pois tem um fantástico sentido posicional, fecha bem espaços, lê mt bem o jogo.
Baixo mas atlético, Senna assemelha-se a um jogador que funcionou como pilar para o sucesso do Porto nos últimos 2,3 anos – P Assunção.

Nomes a salientar
Deixo-vos alguns nomes: Luka Modric, Codrea, Zhirkov, Arshavin, Pavlyuchenko, Zyrianov, Senna, Silva.
Talvez medos mediáticos á partida para este Euro mas todos eles jogadores com qualidade.

23 junho 2008

Considerações sobre o Euro 2008 (1)

Férias! Finalmente...
Com as férias surge o tempo para descansar, para ler todos aqueles livros que ainda não tive oportunidade de ler, surge o tempo para escrever neste meu espaço que vai sendo abandonado por períodos incertos de tempo.

Com as férias surgiu também o Euro, competição que tenho acompanhado com particular atenção e como tal deixo algumas considerações.

Considerações sobre o Euro

No arraque da prova decidi (como já vem sendo hábito) fazer umas apostas entre amigos.
Estabeleci favoritos, deixando-me levar pelas escolhas que á partida seriam mais “seguras”: França, Italia, Alemanha e Portugal.
Contudo na hora de definir resultados, eliminatórias, etc, fiz um estudo das equipas e tirei algumas conclusões prévias:

Grupo A
No grupo de Portugal, a Rep Checa não era tão forte como se dizia na imprensa desportiva. A falta de criativos (ausências de Nedved e Rosicky), os anos a pesar em Koller e um meio campo que iria ter dificuldades em fazer a ligação com o ataque, pareciam-me pontos difíceis de ultrapassar.
Por seu turno Portugal suscitava-me algumas dúvidas e deixei-me mesmo invadir por uma onda de pessimismo, mesmo colocando Portugal nas meias finais. A falta de jogo colectivo assustava-me.

Grupo B
A Alemanha parecia-me a grande favorita. Uma equipa experiente, forte fisicamente, de processos simples mas muito fria e calculista.
Olhava para a Croácia como uma selecção para dar nas vistas. Um meio campo jovem, irrequieto, dinâmico e criativo assente na segurança defensiva e experiência de Kovac.

Grupo C
O grupo da morte. Não quis constatar o óbvio: o excesso de veterania Francesa e as invulgares debilidades na defensiva Italiana. Assumi estas duas equipas como as grandes favoritas.
A Holanda não me inspirava confiança. Qualidade ofensiva mas uma equipa algo jovem e com nomes pouco consensuais na defensiva.

Grupo D
Uma Espanha favorita mas que possivelmente iria falhar nos jogos a eliminar, sobretudo por ser uma equipa baixa e sem grande qualidade defensiva.
As restantes equipas deixaram-me na dúvida. Não conseguia assumir um favorito tendo optado pela Suécia embora o meu instinto e o nome Hiddink apontassem para a Russia.

Estas foram as minhas apostas.
Contudo o Euro reservou-nos alguma surpresas positivas outras negativas.
Deixo então algumas notas soltas:

Portugal
Começo pela nossa selecção.
O primeiro jogo de Portugal criou uma onda de euforia enorme. Bom Futebol, frescura física, o influente Deco a aparecer em grande forma. Logo ali assumimo-nos como favoritos.
Tinhamos uma defesa sólida e rápida, um meio campo dinâmico (a grande 2ª parte de Moutinho), um ataque imprevisível e a ligação entre sectores parecia estar a resultar.
Contudo, e ao contrário da maioria, o 2º jogo de Portugal satisfez-me mas não me convenceu. Portugal não dominou, teve até dificuldade em impor o seu jogo perante uma Rep Checa bem organizada defensivamente. A vitoria apareceu, Portugal fez uma exibição qb mas ficaram claras as dificuldades que poderiamos ter perante uma equipa bem organizada defensivamente que soubesse explorar bem o contra-ataque, algo que a Rep. Checa nunca soube faze-lo.
Depois veio a traição de Scolari (não se pode exigir aos jogadores que pensem em contratos depois do Euro..quando ele próprio assumiu um compromisso que foi tornado público durante a competição), o jogo com a Suiça que não permitia tirar conclusões.
O grande desafio de Portugal chamava-se Alemanha.
A pressão exercida a Ricardo antes do jogo deixava-me arrepiado, pois Ricardo nunca soube lidar com pressão e sobretudo com críticas. Contudo e pela excelência técnica do nosso Futebol acreditava na vitória.
Com os primeiros 15,20 minutos de jogo abateu-se sobre mim uma profunda desilusão. Ao contrário do que seria de esperar, Portugal não estudou da melhor forma a equipa alemã (mesmo tendo em conta as alterações no seu sistema táctico) e como tal não estava a procurar explorar as suas debilidades.
Poderiamos e deveriamos ter convidado a Alemanha a sair com a bola pelos centrais e logo ali..uma forte pressão levaria a erros e perdas de bola. Os centrais alemães não são mais do que dois calmeirões lentos e com pouca qualidade técnica, estava ali a primeira oportunidade para explorar as debilidades Germânicas. Por outro lado a asa esquerda Alemã apresentava dinamismo mas muito espaço nas costas o que também deveria ser aproveitado mas apenas o foi de forma tímida.
Ao invês procuramos encaixes no meio campo sem grandes riscos. Encaixes esses excessivos que permitiam, por exemplo, as subidas de Metzelder no terreno ao bom estilo de R Carvalho ou Pepe. A Alemanha estudou Portugal, fechou os espaços centrais impedindo uma posse de bola racional e segura, encostou Friedrich a Ronaldo e esperou pelo erro.
É verdade que dominamos, tivemos mais posse, mais oportunidades. Mas não será sempre esse o nosso discurso no momento da derrota nas grandes competições?
De uma vez por todas temos que perceber que o jogar bem não se limita a posse de bola e 1x1. Existem equipas que abdicam da posse, abdicam de um jogo mais técnico mas pela forma como se organizam, como exploram os erros adversários, como interpretam o seu modelo de jogo, jogam bem, são fortes e são sobretudo eficazes.
Caimos perante a Alemanha, afirmamos pela imprensa superioridade, estética, colocamos em causa a justiça perante uma decisão de arbitragem.
Mas em momento algum referimos que uma selecção de top não comete 3 erros infantis, não cede 3 golos que surgem de 3 erros básicos.

Conclusão: A Alemanha venceu sem encantar. Era um adversário á nossa altura. Mas acima de tudo souberam explorar fraquezas, souberam admitir alguma inferioridade e apostar na organização e paciência para vencer.
Scolari falhou. Parece injusto, parece fácil atacar agora o seleccionador, mas é a minha opinião.
Perante as suas fragilidades, Low alterou o figurino da sua selecção, apostou num plano B.
Portugal optou por jogar da mesma forma como vinha jogando e quando alterou, alterou pouco e mal.
Mas sobretudo o que falhou foi o pouco conhecimento da equipa Alemã que nos levou a desperdiçar a possibilidade de explorar as suas debilidades que durante a prova tinham ficado á vista de todos, falhou as bolas paradas que nos tramam sempre e falhou o plano B que pareceu um plano pouco pensado, desesperado.
Optar por marcação Homem a Homem contra uma equipa bem mais alta que a nossa, nunca em 5 anos ter sido pensada outra forma de defender as bolas paradas que já tinham feito mossa no Euro 2004 e, por último, apostar num plano B com jogadores desposicionados, com adaptações pouco razoáveis... levou-nos á derrota.

Scolari sai. Nunca fui seu fan mas reconheço um trabalho de fundo muito importante que fez por nós.
Acabaram-se os lobbies clubísticos na selecção, os Portugueses uniram-se em torno de uma bandeira.
Como pontos negativos alguns discursos pouco inteligentes, a falta de visão no banco e sobretudo a teimosia. Desde 2003 que dispomos de uma geração de jogadores talentosos, experientes a nível internacional, habituados a ganhar e á pressão. Não materializamos numa grande conquista, é pena.

Agora espero por Pekerman.
Zico ainda não provou nada. Queiroz e Mourinho não me parecem acessíveis. Manuel José nunca me convenceu. Pekerman é um estudioso, alguém que procura apostar nos jovens (temos cantera para isso), um treinador que aposta num futebol coerente mas vistoso.
Dos nomes falados seria a minha opção...


As considerações sobre o Euro continuam brevemente...................

05 maio 2008

De treinador para jogadores - factor motivação (4)

Meninos,

Hoje deixo-vos mais um relato de alguém com muitos anos no Futebol e que treinou muito dos melhores jogadores do Mundo.
Falo-vos do Carlos Queiroz, responsável por conquistar o Campeonato do Mundo de Sub20 com a Geração de Ouro Portuguesa e treinador experiente com passagens por Sporting, New York MetroStars, Real Madrid, Manchester United, etc.

Aqui ficam as suas palavras, leiam-nas com atenção:
"Depois de 30 anos como treinador, Queiroz sente-se feliz por ter tido a sorte de treinar alguns dos melhores jogadores do Mundo. «Conheci grandes jogadores, mas nem todos conseguiram ser campeões. Consigo dizer-lhes o que separa ser um grande campeão de ser só um grande jogador», afirmou, falando depois da entrega de Cristiano Ronaldo: «Todos os dias treina como nunca vi até hoje um jogador treinar, com todo o respeito pelos jogadores que encontrei ao longo da carreira. Treinei grandes jogadores que nunca punham horas extraordinárias na contabilidade, mas ele treina antes, durante e depois. Às vezes tenho de o mandar embora do relvado. O Pelé disse um dia que a prática é tudo. Não sei se o Cristiano leu as palavras do Pelé, mas que as sabe de cor, sabe."

Como vêm o segredo para o sucesso do Cristiano Ronaldo não se resume apenas a talento.
O Cristiano é o melhor porque sempre acreditou nas suas potencialidades, sempre foi humilde e sempre se aplicou até ao limite das suas forças para ser melhor.
Com 14,15 anos olhava para os séniores do Sporting e ambicionava jogar com a mesma qualidade e ter a mesma capacidade física deles.
O Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do Mundo, passava horas sozinho no relvado a aperfeiçoar fintas, remates. Passava horas no ginásio para ganhar a capacidade física que hoje faz dele quase um Super Homem. Chegou a ser apanhado no ginásio de Alcochete ás 5,6 da manha a trabalhar.

Como vêm o talento não basta.
É preciso sacrifício, trabalho e paciência. É preciso, sobretudo, humildade!

Antigamente dizia-se que para se ser um grande jogador era preciso 70% de talento e 30% de esforço e dedicação.
Contudo hoje em dia vivemos num Mundo cada vez mais competitivo. Para se ser um grande jogador, um grande médico, um grande engenheiro, um grande economista é preciso 30% de talento e 70% de árduo trabalho.
Só assim conseguirão vencer na vida!

Aquilo que vos peço enquanto treinador e amigo é que trabalhem com afinco. Na escola ou no campo apliquem-se, acreditem no vosso talento e não tenham medo de perseguir os vossos sonhos.
Não esperem que as coisas vos caiam do céu, não se contentem com aquilo que são agora. Sejam ambiciosos, procurem sempre mais e melhor.

Eu acredito em voces!





Assinado: Mister Nelson

09 abril 2008

De treinador para jogadores - factor motivação (3)

"Campeões,

Todos vós têm o previlégio de pertencer a uma equipa de futebol de competição . Todas as semanas têm a possibilidade de treinar e aos fins de semana de jogar.
Aquilo que eu ,hoje, vos quero transmitir é a forma como devem encarar essa "dádiva".

Encarem a possibilidade de jogar num clube como uma oportunidade de ouro, sintam-se uns felizardos pois fazem parte de uma pequena porção de meninos que têm a possibilidade de jogar num campeonato federado.
Podem ou não ter a consciência que realmente fazem parte de um lote reduzido de crianças que podem usufruir da sua paixão, mas é bom que comecem a olhar em vosso redor e que percebam que realmente vos é concedida uma grande oportunidade.

Muitas são as crianças da vossa idade que gostariam de estar no vosso lugar mas não podem. Ou porque fizeram treinos de captação mas não foram escolhidos, ou porque os pais não têm disponibilidade de os levar para os treinos, ou porque vivem numa localidade sem uma equipa de futebol, ou porque têm problemas físicos impeditivos de praticar desporto.

Deixo-vos um relato interessante para darem cada vez mais valor ás coisas:

"Vítimas da guerra civil, dezenas de mutilados uniram-se para fundar um clube de futebol. Jogam com um pé a menos e não vale chutar com a canadiana, mas esta experiência devolve a muitos o gosto pela vida."

mutilados

"Mohamed Lappid, um apaixonado do futebol desde os tempos da escola, lembra-se perfeitamente do dia em que recomeçou a tentar jogar. Torturando cada um dos seus músculos, esforçava-se por chutar a bola. Falhava, voltava atentar e a falhar, mas sentia realmente necessidade de jogar… precisou de um mês para conseguir chutar a bola. Porque, como milhares de outros civis, Mohammed, que tem hoje 22 anos, perdeu uma perna durante a guerra civil que enlutou a Serra Leoa."
...
"Quando as dores eram muito fortes, punha-me a chorar e implorava: “Que Deus me leve”, mas agora percebo que Deus queria que eu fosse alguém e foi por isso que não atendeu os meus pedidos». Hoje, Lappid é membro do Clube Desportivo dos Mutilados, tem 80 associados e faz alinhar três equipas de futebol.
....
«Antes de fazer parte desta equipa, não tinha para onde ir. Sentava-me a um canto, sozinho, com pena de mim próprio. Desde que jogo futebol, já não fico sozinho a ver passar o tempo. A minha vida mudou: voltei a ter coragem e já não penso na minha deficiência. Tornei-me uma pessoa importante, na sociedade. Para onde quer que vá, faço novos amigos»
...
«Espero que as pessoas percebam um dia que somos capazes de fazer grandes coisas, não apenas jogar futebol»

Deste relato se retiram duas lições de vida que espero que interiorizem da melhor forma:
Em primeiro lugar devem-se sentir felizardos por puderem praticar a modalidade que tanto amam. Praticam-na em boas condições, com material de qualidade e rodeados de um clima de tranquilidade e de muita alegria.
Quando pensarem em "resmungar" ou porque vão ter que jogar num campo pelado, ou porque está a chover, ou porque está frio, ou porque os vossos papás não vos deram as chuteiras novas, ou porque jogam mais ou porque jogam menos, lembrem-se muito bem do relato do jovem Lappid e lembrem-se também que ele não é um caso isolado no Mundo. Como ele existem milhares de outros jovens que não foram bafejados pela sorte como voces são.


Em segundo lugar, o relato do Lappid é um bom exemplo que a preserverança, a vontade e a capacidade de sacrifício permitem-nos alcançar os nossos sonhos.
Assim que o Lappid teve o trágico "acidente" provavelmente deixou-se abater, perdeu a vontade de viver. Não pôs por hipótese que mesmo com uma limitação física poderia ser feliz.
A verdade é que algum tempo mais tarde levantou a cabeça, acreditou, trabalhou, fez uso da sua capacidade de sacrifício e hoje consegue jogar futebol, a sua paixão, e acredita que pode demonstrar a todos que pode "fazer grandes coisas, não apenas jogar futebol".

Fica este triste mas inspirador relato do jovem Lappid."

22 março 2008

Parabéns Mister!

Deus é justo, a competência vem sempre ao de cima!

Parabéns Carvalhal, és grande!

Carvalhal

06 março 2008

Futjovem

Decidi dar início a um novo espaço neste blog. Para além de alguns videos que irei colocar sempre que considerar pertinente, decidi criar um espaço para a divulgação de outros espaços (blogs e sites) que me encham as medidas.

Ao contrário do jornais em papel, na internet a concorrência não é uma ameaça mas sim algo salutar e bem vindo, pois blogs de opinião de qualidade nunca são de mais.

http://futjovem.blogspot.com/

O blog que hoje vos trago é ,actualmente, o meu blog de eleição. É um blog centrado no futebol jovem, com temas diversos, com bons artigos de opinião, com informação pertinente e sobretudo escrito de forma simples e inteligente.

O seu autor, Ricardo Damas, está ligado ao desporto de várias formas, é treinador, é observador, está a estudar ciências do desporto.

Revejo a minha opinião em muitas dos pontos de vista lançados pelo Ricado, e delicio-me com algumas das suas rubrícas (em particular uma criada recentemente: a "Futebol Jovem e o Mundo".

Aconselho a todos!

futjovem

nota:o link para o blog será adicionado em breve.

04 março 2008

Que Benfica para o presente e futuro?

Esta é a pergunta que faço após o Sporting – Benfica que acabou em empate e que garantiu alguma tranquilidade aos encarnados rumo a um lugar na Champions.

De qualquer forma ,e apesar do empate, o SL Benfica voltou a não convencer e voltou a praticar um futebol feio, pouco coeso, desorganizado e sofrível. Estou certo que as ausências de jogadores como Luisão, Petit, David Luiz, Nuno Gomes, etc fazem diferença, mas a verdade é que as exibições do Benfica têm sido sempre mais do mesmo, os discursos de Camacho resumem-se à bola que entra ou não, ao terem dominado sem que em campo tenham feito algo para isso, etc, etc, etc.

Análise ao actual plantel

Avaliando de forma muito resumida o plantel actual, constato que falta uma opção na lateral direita para dar competitividade a Nelson (Luis Filipe terá forçosamente que sair no final da temporada), uma opção para central (Só David Luiz e Luisão não chega, pois Edcarlos e Zoro não convencem) e na esquerda ainda é cedo para avaliar Sepsi.

No meio campo as opções também não são as melhores. Jogar com Petit e Katsouranis juntos implica um meio campo com menor capacidade criativa, com menor capacidade de sair em transições rápidas. Por vezes dá mesmo a sensação que Petit e Katso andam aos empurrões, uma vez que ocupam o mesmo espaço. Na minha opinião ou Camacho decide utilizar um e consegue resolver o "mal estar" que irá resultar de ter que colocar um dos dois nomes que falei no banco, ou arrasta Katsouranis para central.

Em relação aos interiores a coisa complica-se ainda mais. Binya é um jogador com margem de progressão e útil ao plantel, Nuno Assis é demasiadamente irregular para ser opção, Maxi é extremamente esforçado e polivalente mas falta-lhe talento. Sobra Cristian Rodriguez (também opção para terrenos mais adiantados), provavelmente um dos mais talentosos jogadores do Benfica. E sobra ainda o maestro Rui Costa que num 4-3-3 poderá jogar uns metros mais recuado abdicando da posição 10 passando a desempenhar as funções de um 8.

Para as alas aparecem os miúdos Adu e Di Maria. Dois jogadores ainda em fase de adaptação, dois jovens que estão a maturar e a optimizar as suas capacidades, dois jovens que têm saído algo prejudicados por não jogarem nas suas posições de origem. De qualquer forma não são extremos puros e dificilmente serão os elementos certos para municiar as “twin towers” do Benfica.

Na frente temos Cardozo que parece ser de longe a melhor opção para a frente de ataque do Benfica, o possante Makukula, Nuno Gomes e ainda o intermitente Mantorras. Tenho algumas dúvidas que Makukula tenha qualidade para ser titular (embora seja um jogador interessante para lançar em determinados momentos do jogo), Nuno Gomes continua a ser fustigado por lesões, e continuam as dúvidas sobre a capacidade do “mágico” Mantorras.

O desenho táctico

Outra das questões que se colocam é relativa á forma como o Benfica se deveria dispôr em campo.

4-4-2 clássico

Se o objectivo passa por jogar com Cardozo e Makukula juntos na frente, só fará sentido jogar em 4-4-2 clássico. Ou seja 2 alas bem abertos, dois medios centro e dois pontas de lança na frente com Cardozo mais móvel e Makukula mais fixo na área.

Para jogar desta forma falta claramente ao Benfica flanqueadores, jogadores capazes de utilizar bem as faixas e capazes de municiarem da melhor forma os pontas de lança. Outra questão que se levanta será o papel de Rui Costa neste figurino táctico. Não me parece que o Maestro encarnado terá a frescura física para actuar numa posição que irá exigir grande desgaste em recuperações de bola e depois raids de 30,40 metros para transportar a bola para o meio campo ofensivo.

4-4-2 Benfica

4-3-3

Se por outro lado a opção passar pelo 4-3-3, com um pivot defensivo e dois interiores, Makukula ou Cardozo, um deles, terão forçosamente que ser relegado para o banco.

Partindo do princípio que o treinador optará por Petit ou Katsouranis para pivot defensivo, faltará um medio interior de qualidade que garanta eficácia nas transições ofensivas e que permita dar maior dinâmica ofensiva ao meio campo encarnado. A batuta ficaria sob a responsabilidade de Rui Costa, que continua a evidenciar boa forma.

Para puder jogar neste sistema táctica faltará ainda um extremo puro aos encarnados. Um jogador forte no um para um, desiquilibrador e com qualidade no cruzamento.

Na outra faixa, como falso extremo, Rodriguez poderia ser a solução. Um jogador em constantes diagonais da linha para dentro, um jogador capaz de aparecer várias vezes como segundo ponta de lança e com o talento necessário para marcar golos.

4-3-3 Benfica

4-2-3-1

E temos ainda o 4-2-3-1. Este desenho táctico permitiria a utilização de um duplo pivot defensivo, desta forma Petit e Katsouranis apareceriam juntos no meio campo dando liberdade a Rui Costa para operar em terrenos mais juntos á área adversária.

O grande problema (e bem visível em Alvalade aliás) é a falta de soluções para assegurar com eficácia e rapidez as transições ofensivas.

Petit e Katsouranis revelam grande dificuldade em construir, em jogar para a frente. Ora se o duplo pivot não é capaz de assegurar as transições, também não será Rui Costa (a jogar mais perto do ponta de lança) que irá garantir o transporte de bola, sob risco de acumular grande desgaste e como tal desaparecer nas segundas partes dos jogos.

A jogar desta forma o Benfica torna-se extremamente previsível na primeira fase de construção, permitindo ás equipas mais arrojadas.. um pressing alto que coloca e irá continuar a colocar grandes dificuldades ao Benfica para sair a jogar (como se viu em Alvalade).

4-2-3-1 benfica

Conclui-se portanto que ao Benfica faltam soluções para jogar em qualquer um dos sistemas tácticos que foram referidos.

A falta de interiores com capacidade para assegurar as transições e de extremos capazes de potenciar o jogo nas faixas castram o Benfica de maior imprevisibilidade e de maior vocação ofensiva.

Estas lacunas baixam claramente o ritmo de jogo encarnado, tornam o seu futebol algo previsível e extremamente dependente de 1,2 jogadores.

O futuro

Para o futuro conclui-se portanto que para além da falta de soluções para algumas posições chave no terreno, falta também ao Benfica uma plena definição da forma como irá actuar.

Mas não são apenas estes dois os problemas do Benfica para a próxima época.

Se é de opinião geral que falta qualidade á equipa do Benfica, o cenário agrava-se ainda mais quando constatamos que 3 dos principais jogadores encarnados poderão estar de saída.

Leo, quanto a mim e apesar da idade, é provavelmente o melhor lateral esquerdo da Liga. Rodriguez é um jogador versátil, com carácter e com talento. E Rui Costa tem sido o grande impulsionador do jogo encarnado, o grande suporte da equipa.

Todos eles poderão estar de saída. Se a qualidade do plantel já deixa um pouco a desejar, ao subtrairmos as três peças agora citadas a situação torna-se dramática.

Nomes

O futuro director desportivo e o departamento de prospecção sob a liderança de Rui Aguas estarão, certamente, a preparar a próxima época e a avaliar os atletas que podem reforçar o SL Benfica.

Como opinião pessoal deixo três, quatro possibilidades:

Para reforçar o centro da defesa (pois só Luisão e David Luiz não chegam) tentaria garantir Geromel, um central jovem, veloz, com uma forte personalidade e com grande margem de progressão. Para a lateral esquerda e apenas como opção (não me parece que seja o jogador certo para ser titular) contrataria Rodrigo Alvim ao Belenenses. Por fim e de forma a preparar já a retirada de Quim e a mais que provável saída de Butt contrataria Beto, guarda-redes do Leixões.

A estas opções internas juntariam mais 2,3 atletas ex juniores (como forma de rentabilizar o trabalho efectuado na formação) e recorreria ao mercado externo para contratar 2,3 jogadores de qualidade sobretudo para as posições em campo (médio interior, extremo) onde em termos internos não abundam opções de qualidade.

Só o futuro dirá se a classe dirigente do Sport Lisboa e Benfica terá a arte e o engenho de construir um plantel sólido, capaz, que garanta soluções e dotado de uma identidade muito própria.

26 fevereiro 2008

Homenagem a José Mourinho

Numa altura em que já se sente a falta dele eis um video com alguns dos seus melhores momentos.


20 fevereiro 2008

O Suiço que é Croata e a figura da Copinha


Rakitic, o Suiço que é Croata
Ao assistir ao jogo do FC Porto frente ao Schalke (para a Champions) confirmei os bons indicadores que já tinha do jovem jogador Rakitic.
Ivan Rakitic é um médio de baixa estatura mas extremamente irrequieto. Em constante movimento, tem um fino recorte técnico quer na recepção, quer no drible, quer no passe. Imagina jogadas, cria desequilíbrios, faz assistências. Possui também um forte pontapé.
Estreou-se pelo Basileia aos 17 anos. Em Junho de 2007 chegou ao Schalke e desde então tem-se imposto com facilidade provocando já a curiosidade de grandes colossos europeus.
No 4-4-2 tipo da equipa Alemã joga sobre a direita do meio campo. Contudo ,e ao contrário dos seus colegas de sector, o técnico Mirko Slomka dá-lhe a liberdade necessária para não o prender em tarefas defensivas e de forma a permitir que o jovem talento Croata, de apenas 19 anos, vá procurando espaço para receber a bola.
Em termos Internacionais depois de ter envergado a camisola Suíça nas selecções Sub17,Sub19 e Sub21 decidiu passar a actuar pela selecção principal Croata tendo feito a sua estreia em 2007 frente á Estonia.

Tiago Luiz, a figura da Copinha
É o nome de quem se fala no Brasil. Trata-se da mais recente revelação do Futebol Brasileiro, tendo impressionado tudo e todos na Copa São Paulo 2008.
Com apenas 18 anos de idade, o Tiago é ponta de lança do Santos e estreou-se recentemente pela equipa principal. Extremamente móvel, muito batalhador e tenaz, é um avançado “chato”, que não dá tréguas á defesa e que aparece invariavelmente em situação de finalização (sobretudo através das imensas diagonais interiores que faz durante cada jogo). Não é nenhum prodígio técnico (bem ao estilo Sul Americano) mas é sim um avançado veloz, inteligente, adulto.
Já se fala do interesse de grandes colossos Europeus.

18 fevereiro 2008

De treinador para jogadores - factor motivação (2)

"Um conceituado treinador de Basket chamado Alberto Babo (actual treinador do FC Porto) dizia numa entrevista que ao serviço do Barreirense (á uns anos atrás) levava 23 vitórias seguidas. A sua equipa era apontada como a favorita para chegar ao título, os jogadores começaram a desleixarem-se, começaram a facilitar nos treinos.
Num determinado fim de semana o Barreirense jogou contra o último e surpresa: perderam.
No balneário os jogadores estavam muito triste mas o Mister Babo entrou com uma cara confiante e disse aos jogadores: “Bendita derrota! Agora vão voltar ao planeta terra e perceber que não somos imbatíveis. Temos que ser humildes e trabalhar sempre no limite.”
O moral desta história é que a humildade e a seriedade e empenho no trabalho é a base do sucesso."

15 fevereiro 2008

"Temos grandes jogadores mas não temos uma grande equipa"

Esta frase pertence a Luis Filipe Scolari. Dissecando a frase chega-se a conclusões graves e preocupantes.

Das palavras do seleccionador percebe-se que o mesmo considera que Portugal tem bons executantes mas não tem um bom colectivo. Agora pergunto eu: a quem compete criar um bom colectivo? Quem é o responsável por pegar nas individualidades e po-las a funcionar como um grupo, faze-las pensar em termos colectivos, etc?
Scolari, inconscientemente, acaba por admitir a sua fraca capacidade como treinador. Acaba por admitir que esteve durante muito tempo no lugar certo á hora certa.

Preparação fantasma
O actual seleccionador nacional chegou á selecção em 2002. De 2002 ao Euro 2004 apostou num lote de jogadores e na consequente criação de rotinas entre esses mesmos jogadores que no Euro se veio a revelar um fiasco.
Após o jogo inaugural contra a Grécia (perdemos) Scolari decidiu abdicar de todo o trabalho que havia realizado durante 2 anos de preparação sucumbindo á pressão do povo. Passou a utilizar a espinha dorsal do FC Porto (Vencedor da UEFA e Champions), abdicou de algumas figuras históricas.
Logo aqui Scolari mostrou pouca confiança no trabalho de preparação ou por outro lado esperou a primeira oportunidade para encostar algumas “vacas sagradas” que até então não teve a coragem de encostar (excepção – Vitor Baía).

Euro2004 – mini sucesso
Após as alterações, a selecção denotou qualidade. Bons executantes aliados a uma mecanização elevado dos processos colectivos. Chegamos á final e sucumbimos novamente perante a Grécia.
Todo um povo vibrou com a selecção, apelidaram o seleccionador e os jogadores de heróis. Eu próprio fiquei satisfeito com a prestação Portuguesa, com a atitude dos jogadores em campo.
Não estavamos habituados a lutar pelas vitórias e de repente estavamos no topo da Europa.

Qualificação para o Mundial 2006
Ainda com base na selecção do Euro 2004 fizemos uma qualificação “sem espinhas”. O público mobilizou-se para acompanhar a selecção, a imprensa tratou de dar tranquilidade ao grupo de trabalho. O resultado desportivo foi alcançado com tranqulidade.

Mundial 2006
Em Portugal a ingratidão é frequente. Como tal antes da grande competição questionou-se a entrega de Deco á selecção,a qualidade de Maniche, etc. No final..a resposta dentro de campo.Os jogadores citados mostraram a todos que eram as escolhas ideais.
Portugal deixou uma boa imagem no Mundial e a selecção alcançou uma posição respeitável.

Qualificação Euro 2008
Os problemas surgem na qualificação para a prova que se realiza este ano. Num grupo acessível, Portugal desiludiu. Não conseguimos alcançar vitórias contra qualquer uma das quatro equipas que ficaram nos primeiros lugares.
A selecção passou a imagem de um grupo de jogadores talentosos mas sem um fio de jogo. Os mais talentosos passaram uma imagem de subrendimento, imagem essa que deriva da falta de um jogo colectiva o que obriga estes jogadores a usarem e abusarem da finta. Até a entrega de Cristiano Ronaldo á selecção foi questionada.


Conclusão
A poucos meses do início do Euro 2008 Portugal revela debilidades várias. Scolari não tem sido capaz de renovar a selecção da melhor forma, a espinha dorsal de Mourinho está a desaparecer e como tal o jogo colectivo de Portugal é inexistente.
Vivemos de rasgos individuais plenos de talento.
Scolari chegou á selecção em 2002 conseguindo resultados positivos em 2004 e 2006 fruto de uma equipa bem mecanizada e bem coesa...equipa com a assinatura de José Mourinho.
O Brasileiro quando chamado a renovar a selecção e a dar-lhe um cunho pessoal e a sua filosofia de jogo tem falhado redondamente.
É um grande líder, defende o seu “grupo” como ninguém, mobiliza um povo como ninguém, mas como treinador de banco demonstra fragilidades, falta de criatividade e demonstra ser limitado (á quantos anos continuamos sem um plano b..para determinados jogos?)

Como tal aguardo com alguma preocupação o início do Euro 2008 e temo que esta geração não alcance o sucesso esperado. Temos jogadores a actuar nos melhores clubes do mundo, temos dos melhores praticantes a nível europeu e mundial, mas será que temos EQUIPA para alcançar o sucesso?

12 fevereiro 2008

O Homem Turbo da Póvoa

A Liga Vitalis é um viveiro de jogadores com qualidade, competitivos e prontos para jogar na liga principal.
Contudo nem sempre este talento é aproveitado. As equipas da Liga Bwin contratam fora e mal, negligenciando os jogadores que actuam em Portugal (lembram-se de Costinha, Pauleta?).

Hoje deixo-vos um nome que quanto a mim revela já (pois tem apenas 20 anos) qualidade para jogar no escalão máximo.

Daniel Candeias, o Homem Turbo da Póvoa.
Natural da Guarda, Daniel Candeias transferiu-se para o FC Porto onde construiu um interessante trajecto no futebol jovem, culminando o mesmo com a conquista do Campeonato Nacional de Juniores A.
Tapado no plantel principal do FC Porto, transferiu-se para o Varzim por empréstimo, juntamente com Ukra e ainda Fredson (este a título definitivo), seus companheiros nos juniores.
Surpreendentemente ,ou não, tem conquistado o seu espaço no onze do Varzim e tem revelado um potencial e uma atitude competitiva que lhe poderá valer um “espaço” na Liga Bwin já na próxima época.
Destro, actua como extremo direito ou esquerdo. A sua principal característica é a explosividade. Consegue imprimir muita velocidade quer em condução quer em desmarcação. Não adorna em demasia, procura processos simples, mas é tremendamente eficaz. Em termos ofensivos é um jogador talhado para fazer golos pois possui um forte e colocado pontapé.
Mas o Candeias não é apenas um jogador útil e eficaz no processo ofensivo. A sua tenacidade, a sua alma, a sua entrega, revelam-se nas transições defensivas. É tremendamente lutador, incomoda bastante os defesas contrários e recupera imensas bolas.
Pensar num regresso no futuro próximo ao FC Porto parece-me exagerado, mas este jovem jogador tem qualidade para jogar num clube da metade superior da tabela da Liga Bwin.

05 fevereiro 2008

De treinador para jogadores - factor motivação.

"Meninos, ao ver-vos jogar com aquela atitude e aquela determinação cheguei à conclusão que uma parte substancial do meu trabalho está concluída. Senti que aquilo que de melhor vos posso passar está já "entranhado" nas vossas cabeças e nas vossas almas.
Desde o primeiro dia que venho dizendo: no futebol, como na vida, triunfam os audazes, triunfam aqueles que acreditam e trabalham para atingir os seus objectivos.
Para se triunfar é preciso coragem, humildade, esforço, sacrifício e coração.
Cada um de voces encheu aquele relvado de cáracter, atitude e querer. Foram uns verdadeiros campeões!
Com humildade, esforço e dedicação. Com amor ao símbolo que envergam junto ao coração, com a raça própria de vencedores, foram à luta, bateram-se taco a taco com o adversário e acabaram o jogo de cabeça erguida, com muito orgulho e muita dignidade.
Vergo-me perante a vossa alma! Os meus parabéns!

Sempre vos disse que o futebol mais do que um desporto é uma escola de vida.
No futebol aprendemos a valorizar coisas como a dignididade, a vontade de nos superarmos a nós mesmos, o trabalho, a dedicação, o sacrifício, o pensar "colectivo", o estar sempre ao lado dos "nossos".
Cheguei a chatear-me e a castigar-vos para que vocês dessem verdadeiro valor a tudo isso.
A verdade é que de dia para dia me têm supreendido pela positiva e aprenderam que por vezes não podemos controlar um resultado, por aquela bola que bateu no poste, aquela que chutamos mal, etc..o futebol nem sempre é justo. Mas podemos deixar em todos os jogos uma imagem positiva, uma imagem de um grupo que deixa tudo em campo.
Temo-lo feito e quando assim é...como treinador sinto-me realizado.


Para terminar vou deixar-vos uma história sobre o meu colega Bruno. É mais uma daquelas histórias que vos podem ser úteis para perceberem que os nossos sonhos, os nossos objectivos, conquistam-se degrau a degrau, com paciência e tranquilidade.
Iniciados. Vilanovense - FC Porto. O guarda-redes titular, o Zé, aleijou-se durante a semana (ele que tinha jogado todos os jogos). Sem outra alternativa o Mister chamou o Bruno (um ano mais novo) para jogar no sempre difícil jogo contra o Porto.
O Bruno não estava habituado a tenta pressão, era muito portista e não queria falhar, achava que era aquela a sua possibilidade de realizar o sonho, conseguir convencer o treinador do Porto de forma a que ele o fosse buscar ao Vilanovense.
Sobre o jogo não há muito a dizer. O FC Porto venceu por 3-0.
O Bruno portou-se lindamente mas acabou por sofrer 3 golos de chapéu. A diferença física fez-se sentir e sem hipótese o Bruninho acabou por ver a bola passar por cima em direcção ao fundo das redes...3 vezes.
Pela ansiedade e pela vontade que tinha de provar que podia jogar no Porto sentiu-se culpado e saiu em lágrimas. Pensava o Bruno que tinha sido ele o culpado pela derrota. Não percebeu que naquele jogo deu tudo, bateu-se com dignidade até ao fim. Tentou defender todas as bolas...mas infelizmente 3 lá lhe escaparam e deram golo.
O que o Bruno não adivinhava é o que lhe iria acontecer no futuro.
O Bruno que vos falo chama-se Bruno Vale, já foi campeão Nacional pelo seu clube do coração, o FC Porto, e já se estreou na Selecção Portuguesa pela mão do Scolari.

Serve esta história do Bruno para vos fazer perceber que nenhum jogador do Mundo consegue estar "inspirado" em todos os jogos do campeonato.
O mais importante é a forma como se encara cada jogo. Se em todos eles dermos o máximo e mostrar-mos atitude, o nosso trabalho está feito. Ninguém vos pode pedir mais.
E nunca será baixando os braços que irão provar que têm talento para vingar. Acreditem em vocês, tenham orgulho no vosso esforço e um dia quiça...surgirá a recompensa!"

03 fevereiro 2008

Um FC Porto campeão ao som do tango Argentino

A “dinâmica” do FC Porto
Mais do que a diferença pontual no Campeonato, aquilo que me impressiona neste FC Porto é a sua dinâmica de jogo.
Quem teve a oportunidade de assistir a um jogo do FC Porto ao vivo (na televisão não se tem a mesma perspectiva) perceberá ao que me refiro.
Em termos ofensivos assistimos a uma espécie de carroussel. Os jogadores em constante movimento, a aparecer em zonas que teoricamente não seriam suas, uma dinâmica tal que destrói qualquer sistema defensivo contrário e que leva ao aparecimento de atletas com espaço para finalizar. Os interiores não raras vezes aparecem nas faixas ou em zona de finalização, o trio da frente está constantemente em trocas posicionais, os laterais dão muita verticalidade ao jogo ofensivo, etc. Enfim, um grande espectáculo.
Deixo aqui uma palavra de elogio ao professor Jesualdo Ferreira pois montou uma “máquina” muito bem oleada. Apenas lhe aponto o excesso de zelo na forma como aborda os jogos ditos “grandes”.

O tango argentino
Não posso contudo deixar de frisar a importância extrema que dois Argentinos têm na equipa: Lisandro e Lucho.
Quanto ao Lisandro já disse tudo num post anterior. Tem raça, tem qualidade, tem killer instinct e consegue jogar sem grandes oscilações de qualidade na ala ou no centro do ataque.
Lucho é um jogador de classe pura, de requinte. Posicionalmente diria perfeito, tem uma grande visão de jogo, uma grande qualidade de passe e o perfume de génio.
Quando chamado a defender preenche muito bem os espaços, efectua dobras, recupera bolas. Mas é no momento da transição ofensiva (as transições rápidas do FC Porto) em que Lucho potencia a sua qualidade. Recebe de forma elegante, levanta a cabeça e procura a melhor solução. Lançado o ataque acelera e procura espaço nas imediações da área (seja na zona central, seja em zonas laterais) abrindo linhas de passe, arrastando marcações ou pura e simplesmente aparecendo sozinho para finalizar (em Alvalade apareceu 5,6 vezes em situação de finalização). É classe pura.
Contudo para dançar um tango são precisos dois e quando Lisandro e Lucho jogam juntos..o futebol espectáculo está garantido. Capazes de jogar de olhos fechados um com o outro, efectuam maravilhosas jogadas a um dois toques..com o avançado Licha a procurar movimentos de ruptura para aparecer nas costas da defesa.

A "tecla" que faltava
No início da temporada chegou ao FC Porto Ernesto Farías, um avançado com grande estatuto na Argentina mas que havia falhado no futebol europeu tapado por um senhor chamado Luca Toni. 4 milhões de euros pelo passe.
O azar bateu á porta do Argentino e o tempo de adaptação a uma nova realidade e de afirmação de qualidade esfumou-se, Farías lesionava-se ( uma ruptura muscular) o que o levaria a parar 1,2 meses.
O que toda a gente se esqueceu na altura é que uma ruptura muscular em altura de pré-epoca afecta de forma bem vincada o rendimento de um jogador durante uma boa parte da temporada (um bom exemplo foi a paragem de Adriano na época passada por um problema semelhante..e que acaba por arrebentar e conduzir o Porto ao título a partir de Janeiro). Mais ainda, e como já foi citado, se o jogador tiver vindo de uma realidade diferente e como tal a precisar de adaptação.
A imprensa foi cruel com Farías, a SAD Portista foi criticada pela aposta, mas sempre tive o feeling que estavamos perante um jogador de qualidade (não porque o conhecia muito bem, mas por algo que me dizia que o jogador tinha qualidade). Num jogo da Liga Intercalar tive a oportunidade de dizer a quem estava comigo que apesar do Argentino ter rubricado uma exibição de fraca qualidade, parecia-me ter a estética e a “pinta” que distinguem os bons jogadores.
Curiosamente ou não ,pouco tempo depois, Jesualdo começa a dar oportunidades ao Argentino e o “tecla” Farías começou a comprovar valor. Um golo ao Braga, outro ao Aves, duas excelentes oportunidades para marcar frente ao Sporting e mais um hattrick no jogo de ontem (discutível se o primeiro golo deveria ser atribuido a Bosingwa ou Farías).
Aquilo que mais aprecio no Argentino é toda a sua movimentação sem bola. Apesar de ter baixa estatura e um porte ,á partida, insuficiente para se impor aos centrais, é um jogador venenoso, pois em constantes e rápidas movimentações aparece em situação de finalização. Tem faro pelo golo, consegue “explodir” no espaço e vai certamente continuar a marcar golos.
Muitos ditos “entendidos” de Futebol como é o caso de Ricardo Lemos, jornalista do Jornal O Jogo, arrepender-se-ão de avaliar um jogador sem o conhecerem primeiro.
Será que outro clube qualquer teria a paciência que o FC Porto teve com Farías? Ou até com Lisandro? A resposta parece-me óbvia.

Nota: Podem encontrar uma análise táctica ao FC Porto elaborada por mim na revista Futebolista do mês passado.

01 fevereiro 2008

O Mundo do Futebol está de volta!

Cara nova, atitude nova!
Aqui está o regresso do Mundo do Futebol. Visualmente mais atractivo, é hoje um espaço mais organizado. O dinamismo do debate futebolístico encontra-se também ele assegurado com a criação de um fórum.
Depois de regressos constantemente adiados, eis que o blog volta a “despertar”, agora com actualizações diárias.

Criei este blog em 2005 para simplesmente escrever um texto acerca da minha paixão pelo Futebol (podem le-lo na secção – Carrreira). Depois de ir escrevendo mais algumas considerações, foi precisamente este blog que me abriu as portas para a realização de muitos dos meus sonhos de criança (hoje em dia a maior parte deles foram alcançados).
Por estar ligado ao início da minha carreira prometi a mim mesmo que nunca iria abandonar este espaço. É um espaço carregado de simbolismo, de sonhos, de opiniões.
É verdade que nos últimos tempos não tive oportunidade de lhe dar a devida atenção, contudo mais vale tarde do que nunca e este blog está de volta e para se manter activo!

Ao alterar o aspecto visual e a organização deste espaço dei por mim a ler os textos que escrevi até hoje.
Confesso que a emoção e nostalgia se apoderaram de mim e me fizeram perceber que parte da minha vida está aqui retratada.
Através das muitas letras aqui presentes consigo fazer uma viagem pela minha carreira, consigo entender a evolução em termos de conceitos e ideais, discurso, etc.
É ,sem dúvida alguma, um “espaço” mágico.


Espero que os fiéis leitores continuem a dispensar a vossa atenção, espero que novos leitores apareçam, e espero sinceramente que participem no fórum de forma a fazermos uma boa comunidade de apaixonados pela Bola.

Sejam bem vindos!

31 janeiro 2008

Raça e atitude

Há quem aprecie a qualidade técnica, há quem aprecie a visão de jogo, há quem aprecie quem marca golos, há quem aprecie quem os evita.
A qualidade que eu aprecio mais num jogador é a atitude.

O futebol é hoje, mais do que nunca, um jogo complexo. A sua evolução levou-nos a grandes enredos tácticos, pouco espaço no terreno e grande disputa por cada palmo de terreno.
Os fantasistas deixaram de ter espaço para progredir, é preciso pensar rápido, agir rápido. Para além do talento mais do que nunca é necessária uma boa dimensão física e uma mentalidade de trabalho e de sacrifício em prol do colectivo.
Não são muitos os jogadores que se destacam exclusivamente através de boas fintas, da capacidade de um para um, exige-se que o jogador actual seja completo e competitivo.

Como tal inconscientemente passei a apreciar outro tipo de jogador que não o “romântico”(aquele que levanta estádios com as suas fintas e os seus toques de génio).
Hoje aprecio o jogador que sabe interpretar as necessidades colectivas, o jogador que encara cada desafio como uma final, o jogador que nunca dá uma bola como perdida.

No futebol Nacional temos dois bons exemplos de jogadores que jogam com raça e atitude. No Dragão Lisandro Lopez é visto como um jogador “á Porto”, em Alvalade Vukcevic tem criado uma empatia enorme como os adeptos mercê da entrega e da capacidade de trabalho que apresenta.

Licha
O avançado Argentino é ,quanto a mim, a grande figura da Bwin 07/08. Finalmente arrastado das alas para o meio, Licha tem-se destacado pelos golos que marca, sendo actualmente o melhor marcado do Campeonato.
De estatuta média/baixa mas com muita velocidade e um tremendo pulmão, é um quebra cabeças para os centrais. Sempre em movimento, sempre á procura de diagonais, finaliza bem com os pés mas também com a cabeça.
Contudo os aplausos que os adeptos portistas lhe dispensam não se devem apenas a golos. Lisandro é o 1º defesa do FC Porto (ao contrário dos seus colegas da frente de ataque). Luta exaustivamente pela bola, vai ao choque, fecha linhas de passe, leva os defesas ao erro, não dá nenhuma bola como perdida. Cansa de ve-lo correr e quando o relógio atinge os 80,85 minutos lá continua ele em verdadeiros sprints com o objectivo de ganhar a bola.
Simplesmente assombrosa a capacidade de trabalho e a atitude deste jogador em campo.

O Karateca Servio
No clima tenso de Alvalade um jogador conseguiu criar empatia com os adeptos, contrariando a clara divisão entre jogadores e claque.
Falo-vos de Simon Vukcevic. Oriundo do Saturn, Vukcevic chegou a Alvalade num clima de aparente suspeita acerca da sua capacidade.
P. Bento decidiu encaixa-lo no losango do meio campo leonino, colocando-o no vértice esquerdo. Contudo o futebol do Sporting não convencia, os maus resultados sucediam-se e a falta de soluções no ataque levaram P Bento a alterar este encaixe.
Hoje Vukcevic joga no apoio a Liedson, vagueando entre a zona central e a asa esquerda do ataque. Esta mobilidade permiti-lhe aparecer frequentemente em situações de finalização sem marcação, e permitiu também soltar “Vuk” das amarras que lhe tinham sido impostas ao coloca-lo encostado á linha. Não sendo um jogador exímio no um para um, é um jogador de trabalho, um jogador de movimentações inteligentes e um jogo com faro pelo golo.
Em campo, fruto de uma personalidade vem vincada, vive intensamente o jogo, demonstrando, tal como Licha, uma grande atitude.
Estou certo que será menino bonito no Sporting por muito, muito tempo.

28 janeiro 2008

O guarda-redes voador e a abundância de pontas de lança em França

Numa altura em que estou finalmente de volta a este espaço ,e agora sim de forma regular, começo pela prospecção de alguns jogadores que me têm enchido as medidas.

O guarda-redes voador de Matosinhos
Nem sempre é fácil encontrar guarda-redes de qualidade. Prova disso mesmo foi o exôdo de guarda-redes estrangeiros que chegaram ao nosso campeonato. Talvez por serem mais baratos, talvez por influência dos empresários, mas também certamente por não haver talento nacional em abundância.
A tendência ,contudo, começa a inverter-se. E um dos exemplos máximos dessa inversão chama-se Beto e é guarda-redes do Leixões.
Com 26 anos Beto nasceu para o Futebol na cantera do Sporting. Em 00/01 teve a oportunidade de desenvolver as suas capacidades ao lado de um nome consagrado como Peter Schmeichel.
Desaproveitado pelo futebol profissional dos Leoninos andou pelo Casa Pia, por Chaves, por Marco e é já no Leixões que ganha o seu espaço e se lança para a ribalta.
Elemento chave no regresso do Leixões á primeira divisão, mantém o estatuto ao ganhar o rótulo de decisivo na actual campanha dos Leixonenses.

O talento que o fazia sobressair dos demais nas camadas jovens (representou as selecções jovens nacionais) só agora atinge o ponto de rebuçado. Só agora poderá sonhar com o "salto", quiça com o regresso a um grande do Futebol Nacional.
Espectacular e elástico desde miúdo, consegue hoje em dia, fruto da maturidade que foi ganhando, aliar os seus voos espectaculares e as suas defesas de puro instinto a uma grande eficácia e lucidez entre os postes.

Apesar do amor assumido ao Leixões creio que está na hora de Beto "voar" para uma equipa com maiores ambições e quiça almejar a um lugar na selecção nacional até mesmo porque Ricardo, Quim e Paulo Santos estão a chegar "ao fim da linha".

A abundância de pontas de lança em França
Começa já a ser um cliché a referência á falta de pontas de lança de qualidade no Futebol Internacional. É um facto que não existem muitos, mas em França existem alguns nomes com talento para se afirmarem a nível internacional.

Johan Elmander (Toulouse)
Elmander, 26 anos, ponta de lança Sueco, joga actualmente no Toulouse e parece-me a mim que tarda em chegar a um clube com outras ambições.
Ambidextro, tem uma grande qualidade de remate com ambos os pés. É um excelente "batedor" de bolas paradas e denota também qualidade no jogo aéreo.
Não é um jogador fixo, gosta de se movimentar a toda a largura no território adversário (leia-se ataque), partindo em situações de um para um, ou aparecendo em zonas de finalização através de inteligentes diagonais interiores. É forte no confronto físico e denota grande agressividade defensiva.
É sem dúvida um belo avançado!
No Toulouse ,desde 2006, leva 34 jogos disputados e 22 golos marcados.

Bafetimbi Gomis (Sant Etienne)
Avançado de 22 anos de idade, este Senegales é actualmente uma das pérolos do Saint Etienne.
Bem constituído, apresenta 1m e 84cm, uma grande potência muscular e um grande faro pelo golo. Conhecido pela "girafa", Gomis é um jogador de área. Mexe-se bem entre os centrais, ataca de forma agressiva e decisiva cada bola que cai na sua área de jurisdição e consegue golos de belo efeito. Apresenta um estilo algo semelhante ao de Drogba e tendo em conta a sua margem de progressão, estou certo que ainda dará o "salto" para voos maiores. Apresenta passaporte Francês, formou-se no Saint Etienne, jogou uma época no Troyes e na temporada 06/07, de volta á casa mãe, somou 30 presenças e 10 golos.
Karim Benzema (Ol. Lyon)
Este avançado Francês de ascendencia Argelina é talvez, a par de Nasri, a mais cintilante pérola do Futebol Francês. Muitos já o comparam a Henry e a verdade é que as suas "tenras" vinte primaveras são já sinónimo de maturidade e qualidade.
Produto da cantera do Lyon, este jovem talento actual preferencialmente como ponta de lança num esquema de 4-3-3, embora o possa fazer também numa ala explorando a velocidade e a sua capacidade de aparecer em zonas de finalização através de diagonais.
Explosivo, veloz, dotado de grande capacidade técnica, Benzema é gelo puro na hora de finalizar. Ora em jeito ora em potência raramente desperdiça ocasiões de golo e é um quebra cabeças para qualquer defesa. Ainda lhe falta maior capacidade no jogo de costas para a baliza (funcionando como pivot), mas por outro lado..assim que explode em direcção ao golo é imparável.
Será sem sombra de dúvidas o sucessor de atletas com Trezeguet ou Henry, e nos "Bleu" marcou ,mesmo, na estreia, a 28 de Março contra a Austria.