30 abril 2006

Grupo A - Euro sub17

A poucos dias do arranque do Euro sub17, é tempo agora de conhecermos melhor as selecções que irão lutar pelo ceptro de campeão Europeu.
A imprevisibilidade nestas competições é sempre um factor presente e bem visível, no entanto, sucintamente irei tentar dar a conhecer um pouco de cada selecção e suas principais figuras.


Comecemos então pelas selecções do Grupo A

Luxemburgo

A selecção da casa é, talvez, a mais frágil selecção da competição.
Estão pela primeira vez na fase final deste evento, e só o facto de participarem, é já uma página histórica do Futebol Luxemburguês.
Em termos de jogadores “chave” desta equipa, é obrigatório destacar o centro campista, pelo qual passa todo o jogo da equipa – Gilles Bettmer, do Friburgo da Alemanha.
Para os golos, o Luxemburgo conta com Pjanic, jogador das escolas do Metz.
Em termos tácticos o Luxemburgo actua num claro 4-4-2, e é orientado por Ronny Bonvini

Espanha

A Espanha chega a esta fase final, depois de uma traumática prestação em 2005, onde como País com melhor historial na prova, não se conseguiu apurar para a fase final.
Depois de passarem Chipre, Moldávia e Gales, estarão presentes no Luxemburgo e são á partida os favoritos ao ceptro.
Como estrelas falo-vos de Roberto Garcia do Atlético de Madrid, na defesa, César Azpilicueta do Osasuna e Ignacio Camacho do Atlético de Madrid e por fim na frente “nuestros hermanos” apresentam Nsue e Níguez.
O treinador é o conceituado Santisteban, que já venceu ,como treinador, 6 vezes o campeonato Europeu sub16.

Hungria

A Hungria marca pela 5ª vez presença numa fase final desta categoria, o que demonstra bem os pregaminhos de sucesso que esta selecção tem nos escalões de formação.
Pelo caminho, deixaram a toda poderosa selecção Portuguesa, vencendo ainda na “Elite Round” a Ucrânia e a Suécia. Chegam assim ao Luxemburgo, com o melhor registo na fase de qualificação. Os 18 golos marcados e apenas 2 sofridos demonstram bem o poderio dos “magiares”.
Como jogadores “chave” contam com o melhor marcador da fase de qualificação Németh ( igualado em golos com o português Bruno Matias – 9). Este húngaro demonstra uma enorme capacidade de remate com os 2 pés, boa movimentação e uma capacidade de cabeceamento bastante assinalável.
No meio campo Koman é o cérebro da equipa, atleta que milita já na Sampdoria de Itália.
O treinador é Jozsef Both.

Rússia

A Rússia qualifica-se pela primeira vez para o campeonato Europeu de sub17 (em 5 edições já disputadas).
Os Russos começaram a sua caminhada em 2004 na selecção de sub15, trabalho liderado pelo treinador Igor Kolyvanov, que chega agora ao Luxemburgo com um grupo muito unido e trabalhado, de forma a ser possível enfrentar equipas com mais argumentos técnicos.
Na Elite Round, eliminaram Bulgária, Itália e Inglaterra.
Como estrelas cito o ponta de lança do Spartak Prudnikov, Igor Gorbatenko e por fim Sémen Fomine.




Nota:
amanha ficaremos a conhecer o grupo B.

29 abril 2006

Grupos e calendário do Euro sub17

O Euro sub17 está á porta, e prevê-se uma competição bastante equilibrada.
O sorteio dos grupos já foi realizado e a partir de dia 3 de Maio só os melhores conseguirão triunfar.

Eis os grupos e calendário:


Grupo A

Hungria
Luxemburgo
Espanha
Russia

Neste grupo, a Espanha parte como natural favorita, pois para além do forte historial que tem nesta competição, é um dos melhores países em termos de formação. A 2ª vaga de apuramento será provavelmente disputada entre Hungria (que conta com o melhor artilheiro da prova – fase de qualificação) e a Rússia, e a sua famosa escola de jogadores frios, calculistas e tremendamente pragmáticos.
O último lugar deverá ser ocupado pelo Luxemburgo, selecção da casa, extremamente modesta.

03/05/06
Hungria vs Rússia
Luxemburgo vs Espanha

05/05/06
Espanha vs Rússia
Luxemburgo vs Hungria

08/05/06
Rússia vs Luxemburgo
Espanha Hungria




Grupo B

Bélgica
Alemanha
Servia e Montenegro
Rep. Checa

Este grupo é bastante equilibrado. A Alemanha sai como favorita pois conta já com 2 títulos na sua história, mas a escola sérvia é tremendamente forte e está dotada de jogadores de enorme talento.
No entanto, não se pode colocar de parte a Republica Checa, selecção com muitos pregaminhos no futebol de formação, e com uma preparação meticulosa para este torneio. A Bélgica tentará uma “gracinha” mas parte como a menos favorita deste grupo.

03/05/06
Bélgica vs Alemanha
Servia vs Rep. Checa

05/05/06
Bélgica vs Servia
Alemanha vs Rep. Checa

08/05/06
Alemanha vs Servia
Rep. Checa vs Bélgica



Meias Finais

11/05/06
Vencedor do Grupo 1 vs 2º do Grupo 2 -jogo 1
Vencedor do Grupo 2 vs 2º do Grupo 1 -jogo 2


Jogo de 3 e 4 classificados

14/05/06
Vencido do jogo 1 vs Vencido do jogo 2


Final

14/05/06
Vencedor do jogo 1 vs Vencedor do jogo 2

28 abril 2006

Apresentação do Euro sub 17, no Luxemburgo

Está á porta mais uma grande competição!
Não, não vos falo do Mundial da Alemanha nem tão pouco do Euro sub 21, mas sim do Euro sub 17, que se vai iniciar dia 3 de Maio no Luxemburgo

O Euro sub 17 é uma espécie de cartão de visita, de algumas das mais cintilantes estrelas do futebol de formação Europeu.
Os olheiros serão ás centenas, os primeiros contratos milionários serão assinados e os primeiros grandes nomes do futuro serão falados e idolatrados.
É sem dúvida alguma uma competição imperdível.


Aqui ficam os primeiros dados sobre a competição


História

O Euro sub17 é o herdeiro do extinto Europeu de sub 16, propriedade quase exclusiva das selecções Portuguesa e Espanhola.
Assim, em termos oficiais o Euro sub17 existe desde a temporada 01/02, onde a Suíça saiu vencedora. Selecção essa, que foi crescendo e que recentemente se bateu com Portugal para a qualificação para o Euro sub21, onde Chiumento entre outros mostraram pormenores, muito embora, de nada tenha valido, pois Portugal foi superior.

Apesar da vitória helvética, o ceptro de campeões de nada valeu aos suíços em 2003, pois foram eliminados ainda na qualificação, o que demonstra a grande competitividade existente entre as selecções europeias neste escalão.
Portugal sagrou-se campeão, numa excelente final frente á Espanha. Na altura actuavam nomes como Moutinho (suplente), Vieirinha, Miguel Veloso, Bruno Gama, entre muitos outros, e acabou por ser Maradona com o seu fantástico pé esquerdo a decidir.
Portugal vencia o troféu em casa, na cidade de Viseu.

Em 2004 seguiu-se a vitória da selecção Francesa, e no ano seguinte foi a Turquia numa conquista surpreendente frente á toda poderosa Itália.


Ranking

Em termos de conquistas de troféus deste escalão existe um claro domínio dos países Ibéricos, muito devido ao sucesso no recentemente substituído Euro sub16.
Assim a Espanha lidera a tabela com 6 títulos, Portugal com 5 e em terceiro surge a Alemanha com 2 triunfos. Seguem-se depois algumas selecções com 1 triunfo apenas.


Estrelas Cintilantes

Dos atletas que já passaram por esta competição criada em 2002, salientam-se os nomes de Cristiano Ronaldo, Rooney, Senderos, entre outros, e se tivermos em conta o já substituiído Euro sub16 (que se disputou desde 82) podemos referir 2 nomes de peso no Futebol Mundial: Henry e Figo.


Formato da Competição

O torneio final é composto por 8 equipas dividido por 2 grupos.
Para se chegarem aos 8 finalistas, são efectuadas 2 fases de eliminação
.

Numa primeira fase de eliminação são criados grupos de 4 equipas, onde se disputam os 2 lugares cimeiros, que dão acesso á fase seguinte. São também apurados alguns dos melhores terceiros classificados.
Esta fase realiza-se entre os meses de Dezembro e Agosto.
Nota: Nesta fase de qualificação as 3 selecções com melhor coeficiente encontram-se imediatamente apuradas para a fase seguinte, não actuando nesta fase eliminatória.

Na 2ª fase eliminatória, a “Elite Round”, são compostos 7 grupos de 4 equipas, apurando-se o vencedor de cada grupo, vencedores estes que se juntam á selecção da “casa” para se disputar a fase final do Europeu.
Esta fase eliminatória é disputada no mês de Março.

Finalmente na Fase final, temos os 7 vencedores dos grupos mais a selecção da casa, que são divididas em 2 grupos, apurando-se os primeiros 2 de cada grupo para a semifinal, e posteriormente final.


Nota: O Mundo do Futebol seguirá atentamente a par e passo o Euro sub 17. Para melhor compreensão da prova, num próximo post divulgaremos o sorteio dos grupos e calendário dos jogos. E por fim, num terceiro post serão apresentadas as equipas e suas principais estrelas.
A partir de dia 3, acompanharemos os jogos e incidências da prova.

Disciplina (Diário de Observador)




Hoje regresso ao meu diário de observador, para falar de algo que a mim me parece vital, na formação de atletas e sobretudo na “educação” de atletas. A Disciplina!

Como é obvio, quando falamos em formação falamos em melhoramento e desenvolvimento de capacidades motoras, técnicas, etc … para fazermos do potencial de um miúdo, um atleta de alta competição, capaz de responder a todos os “desafios” que um jogo lhe proporciona.
No entanto, o Futebol e a formação não se trata apenas e só de formar atletas. Existe algo mais, algo mais importante do que isso.

Em 1º lugar, e não entrando directamente no assunto, penso que o Futebol como desporto colectivo que é, torna-se vital para a capacidade de socialização dos miúdos. Ou seja, penso que os miúdos enquanto pequenos devem praticar desportos colectivos, como forma de se tornarem mais sociáveis e alegres, pois actualmente vivemos numa “Era” da Informática, e muitos miúdos passam horas e horas em casa, tornando-se autênticos “bichos”, dando apenas e só importância aos computadores.
Portanto, o desporto em si, e o desporto colectivo especificamente é sem dúvida particularmente importante na infância dos miúdos.

No entanto, o que me leva a escrever este texto não é isso.
Se tivermos a noção que a formação engloba miúdos dos 8 aos 18 anos, percebemos que o futebol de formação “apanha” a faixa etária em que os miúdos estão a crescer, a formar-se como homens e a expandir horizontes.
Assim sendo, não deve haver apenas e só a preocupação, por parte dos profissionais da formação, de formar atletas mas sim de formar Homens, capazes de vingar no Mundo “lá fora”.
E para formar Homens é necessário criar-se um código de conduta, regras de educação e impô-las em cada momento.

O Futebol Nacional é marcado por alguma indisciplina e sobretudo por maus exemplos, quando vemos jogadores experientes a insultar árbitros ou a adoptarem posturas agressivas perante os mesmos. (temos como ultimo caso..o Sá Pinto).
Ou então jovens irreverentes com pouco respeito por adeptos rivais ou até da sua selecção (como exemplo tempos o Cristiano Ronaldo frente ao Benfica e pela Selecção). E temos ainda os atletas que em festejos das vitórias nos campeonatos decidem insultar o clube rival (exemplo: jogadores do Porto e Benfica em anos consecutivos).
São estes os exemplos que passam para os mais novos.
São estes ídolos que os mais novos pretendem imitar, não distinguindo o bem e o mal nas suas imitações, limitando-se a “copiar” todas as acções dos jogadores profissionais.
Ora se os exemplos que temos no Futebol Profissional não são os melhores, e se o Futebol Nacional enfrenta o problema da disciplina diariamente, então a educação e os bons exemplos têm de aparecer na base, ou seja, na formação.
Conclui-se então que é na formação que a disciplina em todas as suas vertentes deve ser imposta.
Regras rigorosas que impeçam os miúdos de desrespeitar a autoridade em campo (árbitros), adversários e adeptos devem ser criadas e cumpridas à risca, de forma a criar um código de conduta forte e sempre presente na cabeça dos jovens atletas.
É a única forma de amenizar a indisciplina existente nos dias de hoje, e por outro lado, uma das formas de criar melhores “Homens” e Homens respeitadores para o futuro.
Todos os treinadores gostam de disciplina táctica dos seus jogadores e do cumprimento por cada atleta, das suas funções específicas em campo, mas por vezes esquece-se algo ainda mais importante, a disciplina como comportamento.
E mais grave se torna quando, por vezes, são os treinadores os principais focos de indisciplina.. na forma como protestam com os árbitros, se dirigem aos próprios jogadores ou até aos adversários.
Tem de existir, nos profissionais da formação, sempre a consciência de ser o exemplo, mas ser exemplo pela positiva e nunca ao contrário.

Todo este texto surge de uma atitude louvável que vi numa recente observação minha a um jogo do Sporting.
Um atleta leonino teve 1 entrada feia sobre um adversário não demonstrando arrependimento, e minutos depois protestou com o árbitro.
No minuto seguinte, e apesar do atleta estar a ser um dos melhores em campo, o treinador retirou-o do jogo e teve uma conversa séria e “educativa” com o atleta já em frente ao banco. Estou certo, que o atleta teve ali, naquele momento, uma lição para toda a vida!

Portanto, deixo o apelo a todos os profissionais da formação, para terem mais em conta a disciplina e a educação, como icons chave de uma boa formação de atletas e Homens.

24 abril 2006

Penso eu de que! (especial campeão)




Na minha análise desta semana, penso que é legítimo falar, única e exclusivamente, do FC Porto, pois é o novo Campeão Português.

A época do Porto não foi sempre pacífica e chegou a ter alguns pontos alarmantes e “quentes.
Penso então ser um bom “exercício” avaliar quais os pontos positivos deste Porto, deixando para a semana os pontos negativos e para o fim do campeonato uma análise cuidada á forma de actuar do campeão nacional.


Pontos Positivos

A estrutura directiva do FC Porto.
Ao longo dos anos temos assistido no Futebol Português a um vai e vem de dirigentes e personalidades, que, ou por não convencerem ou pelo títulos faltarem, vão deixando vazias as cadeiras do poder.
São poucos os clubes, que demonstram uma estrutura hierárquica forte e bem delineada, com figuras centrais e posteriormente todo um rol de elementos a trabalhar em função dessas mesmas figuras.
No FC Porto, a sua força maior reside no poder central de Pinto da Costa, poder máximo do Porto, voz única do clube, e depois num numero restrito de elementos que complementam a “visão” do Presidente, refiro-me ao Antero Henrique e ao carismático Reinaldo Teles.
É de facto uma estrutura muito sólida, imune a pressões “externas”, e sobretudo uma estrutura fechada, onde a informação fica dentro do clube…e as questões se resolvem lá dentro.

É certo que existem alguns argumentos a apontar á crescente “mediatização” da SAD Portista, no entanto, as figuras centrais e “históricas” do Porto vão prevalecendo, e com isso o grande beneficiado é o próprio clube.


A mística
Muito se falou na partida de jogadores carismáticos, que abandonaram o clube em colisão com a direcção ou até com o próprio treinador.
Jogadores como Costinha (á 2 anos), Jorge Costa, Nuno Valente ou até a perda de importância de Baia no 11, levaram á “ilusão” de um vazio de mística e de liderança no balneário do Dragão. Mas puro engano….
A mística continua lá, enraizou-se nas paredes do clube, e dificilmente será extinta.
Saiu o capitão Jorge Costa (insubstituível), mas deu um passo em frente Pedro Emanuel. Baía, a titular ou suplente, continua a liderar as tropas e a incutir nos mais novos o espírito “tripeiro”.
R Costa, embora seja um jogador pouco consensual, entre os adeptos, no que toca a valor técnico, é mais um dos porta-estandartes dos valores que levaram o Porto a um domínio do Futebol Portugues nos últimos anos.
Enfim, mais nomes poderiam ser citados, mas o cerne da questão reside na forma como o Porto ,ano após ano, consegue manter a mística e criar novos “líderes” para que esta se propague por todos os elementos da equipa.
Louvável!


A disciplina
Muito se falou nos problemas disciplinares do Porto na época 04/05, quer dentro quer fora do campo.
Muito se especulou até que terá sido a indisciplina um dos principais factores que contribuíram para o fracasso Portista.
No entanto, em 05/06 tudo tem sido diferente.
Muito menos cartões, uma das equipas mais disciplinadas da Liga, ausência de comportamentos pouco profissionais dos jogadores…em termos extra futebolísticos, e sobretudo uma mão de ferro do treinador Co Adriaanse.
O Holandês veio rotulado de disciplinador e tem sido esse um dos sues principais argumentos de sucesso.
A equipa dentro de campo joga nos limites mas sempre de forma leal e não muito dura. Pouco se protesta as decisões dos árbitros e qualquer acto de indisciplina mais irracional é severamente punido pelo treinador Holandês (que o digam Quaresma e Bruno Alves).
Fora do terreno de jogo, é sabida a forma profissional e empenhada como os jogadores treinam ,caso contrario saem (como foi o caso de Postiga).
E se esta disciplina se sente nessas vertentes que citei, também se sente na forma disciplinada como os jogadores cumprem as suas funções em campo. O Holandês não tolera falta de jogo colectivo ou omissão das tarefas de cada atleta. Cada jogador sabe o que tem a fazer e sabe que o tem que cumprir, caso contrário no jogo seguinte não joga (que o digam Ibson e Diego).


A modelação táctica
Adriaanse tem demonstrado que é um Homem de convicções e sobretudo de crença no seu modelo de jogo.
É verdade que demorou a impor esse seu modelo, e durante um período da temporada ainda hesitou em colocar o 3-4-3 ou 3-3-4 em prática. Esta hesitação talvez se explique pela falta de conhecimento dos seus jogadores e do campeonato Portugues.
No entanto, após alguns meses apostou definitivamente no modelo, que convictamente defende.
A verdade é que a início gerou desconfiança, no entanto, hoje em dia, é consensual que é um modelo que se adapta bem ao Futebol Português e é sem dúvida um modelo bem estruturado e ,nesta altura da temporada, bem oleado (principalmente o 3-4-3).
A hesitação, passo a surpresa e veio dar agora origem a louvor. Os adeptos estão convencidos, a equipa tem plena noção do que fazer em qualquer situação de jogo e o colectivo prevalece sempre, neste Porto campeão.


O blackout
A imprensa desportiva Portuguesa é feroz quando sente medo.
Assim, mal sentiu alguma “tremideira” na consistência Portista, e alguma insatisfação nos adeptos azuis e Brancos, “atacou” ferozmente o treinador Adriaanse e pôs até o seu valor e a sua personalidade em causa.
O Porto, inteligentemente, não entrou em retaliações e fechou-se para dentro, deixando de prestar declarações, em nome da tranquilidade e serenidade do balneário.
A verdade é que foi uma aposta ganha, e mesmo vendo críticas constantes dos jornalistas a esta posição do clube, a verdade é que o Porto ganhou muito a partir do momento que afastou a imprensa. Ganhou tranquilidade e “tempo” para deixar trabalhar o seu técnico.


O timing
Numa altura de grande contestação ao treinador Holandês e á sua filosofia de jogo, Pinto da Costa surpreendeu “meio mundo” anunciando a renovação com o treinador por mais 2 anos.
Foi, sem duvida, uma decisão que deixou perplexa toda a nação Portista, no entanto, e já em jeito de balanço (e portanto de mais fácil análise) acabou por ser uma medida extremamente acertada, pois criou um “balão de oxigénio” para o treinador respirar, e por outro lado, “calou” algumas vozes críticas que faziam de tudo para afastar o treinador.


A juventude

O Porto é uma equipa campeã, e com a máquina oleada tem demonstrado muita personalidade.
No entanto, o mérito ainda é maior quando constatamos que o plantel é extremamente jovem, com uma fantástica margem de progressão e com activos muito importantes para o clube.


O dedo de um “formador”


Numa equipa tão jovem, seria necessário uma pessoa experiente e “conhecedora” para lapidar todo o talento em bruto que existia no Dragão.
Pinto da Costa, recorreu á famosa escola formadora “Holandesa” para garantir que esse trabalho seria feito com mestria e ponderação.
Chegou Adriaanse, alguém que esteve ligado á formação dos atletas campeões europeus pelo Ajax, e mais tarde de jogadores como Zlatan ou Van der Vaart.
A verdade é que Adriaanse demonstrou a sua qualidade, tornando jogadores como Pepe ou R Meireles (mal amados no Dragão), em peças basilares da equipa.
Pepe é, incontestavelmente, a grande revelação do campeonato, e perspectiva-se um futuro enorme para este atleta, e claro, um encaixe financeiro muito considerável para o FC Porto.
Mas não é so Pepe e R Meireles. Quaresma , depois de uma época individualista e pouco produtiva, aparece no banco para mais tarde explodir para uma época tremenda em 05/06, Ivanildo tem progredido imenso, Anderson ,aos poucos, vai sendo lapidado. Bosingwa vai ganhando maturidade e sobretudo coerência no seu jogo, algo que ainda não está consolidado, mas que para lá caminha.
E o rol de jogadores continuava…..
Adriaanse é ,de facto, fabuloso na formação, e jogadores como Hélder Barbosa..entre outros, podem vir a colher frutos deste “know how” do técnico holandês.
Uma palavra de apreço, pela forma como o Porto se vai moldando de forma a se assemelhar ás estruturas dos clubes Holandeses..como forma de no futuro se tornar um clube auto sustentável.


O futuro
Com o modelo de jogo implantado, as filosofias do treinador bem enraizadas, o núcleo do plantel estruturado, e a juventude a ser cada vez mais lapidada, rumo ao brilhantismo..os opinion makers só podem perspectivar um grande futuro para esta equipa e para os seus jogadores.


Até para a semana e parabéns ao Porto!



23 abril 2006

FC Porto Campeão 05/06!

Ontem, o FC Porto sagrou-se campeão Nacional.
É uma vitória justa, da equipa mais regular e da que melhores prestações conseguiu.

Penso que é hora de fazer um balanço sobre este Porto, e antes de o fazer num post, deixo aqui o desafio a todos os leitores deste espaço a deixarem um comentário dizendo de vossa justiça..sobre esta equipa campeã.
Força nos comentários !



PARABÉNS AO PORTO E A TODOS OS PORTISTAS!

20 abril 2006

A geração de Ouro!




Hoje falarei em mais alguns nomes, que com uma pontinha de sorte e todo o talento que já possuem vão encantar as “aficcions” de todo o mundo.
No entanto, falarei de jogadores com características invulgares. Jogadores muito jovens, que com 10,12,13 anos vão encantando já treinadores, dirigentes e observadores.
Não os vi a todos jogar, mas tentei recolher essas informações no ciberespaço.


Aqui ficam os nomes:



Nome: Cristian Ponde
Nacionalidade: Romena
Idade: 10 anos
Clube: Olhanense / Sporting

Falar de Cristian, não causará surpresa a muitos de vocês.
A sua transferência foi muito “mediatizada” e miúdo e pais foram muito assediados pela imprensa.
Cristian é um “menino” de apenas 10 anos que vem mostrando potencialidades enormes em Olhão. A sua qualidade não passou despercebida a ninguém, e Benfica, Belenenses, Chelsea, mostraram interesse, no entanto, o amor de Cristian ao Sporting e o facto de puder permanecer em Portugal “perto” da família, fez com que o jovem prodígio optasse pelo clube de Alvalade.
Assim o Sporting pagará 2500 euros pelo seu passe, mais 1 jogo de exibição em Olhão, e Cristian no fim da época será integrado na Academia de Alcochete começando aí sim, a sua caminhada para o estrelato.
Com 1,45m de altura, chamou á atenção pois apontou 27 golos em 11 jogos do campeonato distrital do Algarve (diz-se que bastaram 10 minutos para convencer os observadores do Sporting).
Como principais características destaca-se a colocação em campo, a capacidade física invulgar para alguém da sua idade, a qualidade de passe e a liderança no centro do meio campo.
Vale a pena estar de olho nele.


Nome: Diego Assis
Nacionalidade: Suíço / Brasileiro
Idade: 11
Clube: Grémio

Diego, nome em homenagem a Maradona, é sobrinho do melhor jogador do Mundo, Ronaldinho Gaúcho, e filho do também nosso conhecido Roberto Assis.
Nasceu na Suiça, país onde, na altura, o pai actuava como futebolista.
Aos 6 anos, Diego estava brincando com uma bola em Guadalaraja-México (país onde o Pai estava a jogar), quando de repente entra um Homem em campo e diz ao pequeno jogador para o levar até ao pai dele. Era um empresário do Pumas (México) que ficou encantado com o menino, acabando até por dizer á mãe do jovem, que estava ali um fenómeno. Começava aqui a jovem carreira do miúdo.
Hoje em dia fala-se muito da possibilidade de Diego integrar os escalões jovens do Barcelona, pois o clube catalão tem demonstrado muito interesse, no entanto esse “passo” ainda não foi dado.
Actua actualmente no Grémio (clube de formação de Ronaldinho), e o pai Roberto Assis descreve Diego, com um jogador diferente de Ronaldinho. Refere que Diego joga de cabeça levantada, distribuindo o jogo como ninguém, assemelhando-se um pouco a Zidane.
Por outro lado, Ronaldinho diz que o seu sobrinho será ainda melhor do que ele, portanto temos “craque”!


Nome: Neymar
Nacionalidade: Brasileiro
Idade: 13
Clube: Santos

Neymar, o novo “ Robinho”.
Tal como a maioria dos craques brasileiros, foi descoberto por um “caça talentos”, numa equipinha de futsal.
No Santos ganhou o seu espaço, e o clube sabendo da qualidade deste jovem, vai proporcionando algum dinheiro para custear os gastos do dia a dia do jovem, seus estudos, e colocou-o até num dos colégios mais caros da cidade. Nem a sua alimentação é deixada ao acaso, pois é controlada para que o seu crescimento não seja afectado minimamente.
A fé do Santos neste talento é cega, ao ponto de chegar a criar a categoria de sub 12, só para que Neymar possa continuar a sua formação como atleta.
Com 1,53 de altura e 38 kilos, Neymar faz da técnica apurada e veloz e do killer instinct as suas principais armas. Não é tão veloz como Robinho (este é super sónico), no entanto é raro falhar um golo cara a cara com o guarda-redes, é muito bom tecnicamente, demonstra boa qualidade no jogo aéreo e é generoso no trabalho de equipa.
Real Madrid e Barcelona forçam a vinda de Neymar para a Europa, mas o Santos pretende assinar um contrato com o miúdo até aos 25 anos, com uma cláusula de 10 milhões de contos.
E se Neymar até já esteve em Madrid a ver um jogo dos “galácticos” é certo que Barcelona, Milão (por intermédio de Leonardo), e muitos outros clubes estão de “olho”.

Nome: Guilherminho
Nacionalidade: Brasileiro
Idade: 13
Clube: Santos

“Romarinho”, como é conhecido, começou a jogar futebol aos 3 anos e é em 2003 que decide ingressar na recém aberta escola “Meninos da Vila” (pertença do Santos) em Santo André, cidade onde residia.
Era assim que ,precocemente, se realizava o sonho de Guilherminho em representar o Santos.
O jovem é um atacante com uma fantástica qualidade de remate e de de 1 para 1.
Deu-se a conhecer num jogo de futebol de praia ?! entre a selecção paulista e a selecção carioca, sendo nessa altura que chamou a atenção de muito gente ligada ao Futebol, incluindo o seu ídolo Romario.
Guilherminho ou “Romarinho” (devido ás similaridades com o astro brasileiro em termos físicos e técnicos) agradeceu os elogios de Romário ás suas qualidades, mas fez questão de afirmar que Robinho continuava a ser o seu ídolo.
Hoje em dia, juntamente com Neymar formam a grande esperança do Santos em criar mais 2 craques, ao nível de Robinho ou até Pélé. Será possível?



Estes serão nomes que daqui a 8, 10 anos serão "magos" do Futebol Internacional.
Wait and see...

Até para a semana!

17 abril 2006

VIII Torneio Internacional de Futebol Iniciado em VN Gaia




No fim de semana pascal, tive o prazer de marcar presença no já referido VIII Torneio Internacional de Futebol Jovem, em VN Gaia, cidade onde resido.
À partida, toda a envolvência deste tipo de torneios seria já um factor muito favorável, no entanto, deparei-me com uma boa organização e com um fair-play entre equipas e adeptos muito, muito agradável. Quando assim é, fica a ganhar o Futebol e o Desporto em geral.
Posto isto, deixo uma palavra de elogio á Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e á Gaianima por este evento de belo nível.


O Torneio

Falando agora do futebol propriamente dito, á partida tinhamos equipas de grande nível, tais como o Sporting, Porto, Boavista ou os convidados espanhóis, Valladolid e Corunha.
É certo que as grandes equipas Portuguesas não apresentaram alguns dos melhores jogadores, no entanto, os atletas presentes dignificaram e prestigiaram o evento com exibições de bom nível.



O 12º jogador, ou seja os adeptos, marcaram presença em massa e foi muito agradável constatar que os clubes de longe foram os mais incentivados pelas centenas de adeptos que se deslocaram a VN Gaia. Em especial destaco aqui o massiço apoio espanhol ao Depor e ao Valladollid que acabaram por dar um colorido bastante engraçado ás bancadas do Complexo de Mergunhos e ao Parque Silva Matos.


Grupo A

O grupo A denotou grande competitividade e uma luta acesa pelos pontos.
Se é verdade que o Valladolid mereceu a qualificação para a final, não é menos verdade que FC Porto e Boavista demonstraram qualidade e bom nível. Em relação ao Escuela de Santander, uma palavra de apreço pelo fair-play e pela alegria em campo.

Como destaques individuais cito:
Aliou Djaló médio ofensivo do Boavista, jogador de muita potência no arranque e portador de uma técnica elevadíssima. Enorme talento.
Óscar Santiago, guarda redes do Santander demonstrou qualidades e um futuro promissor.
Tesorero, trinco do Valladolid denotou excelente sentido posicional, qualidade defensiva e ainda uma boa capacidade de liderança.
Alberto, guarda redes do Valladolid. Um guarda redes bem constituído fisicamente, com muita segurança e velocidade de reacção entre os postes.

Classificação
1º Valladolid
2º FC Porto
3º Boavista
4º Escuelas Santander


Grupo B

O grupo B foi de grande emoção, pois no jogo final ainda 3 equipas se poderiam apurar para a final.
Destaca-se sobretudo o equilíbrio entre as equipas e a grande incerteza nos resultados.

Como destaques individuais cito:
Luís Silva. central da selecção de Gaia. Um central de classe, pois alia á sua boa envergadura física, muita tranquilidade e alguma qualidade técnica, que lhe permite resolver os lances de maior aperto com uma percentagem de sucesso muito elevada, e permite-lhe ainda, sair a jogar com a bola bem coladinha aos pés e com a cabeça bem levantada para posteriormente distribuir jogo.
Diogo, médio do Sporting. Um típico numero 8, que joga com a cabeça levantada e sabe distribuir o jogo como ninguém. Excelente “Sentido” táctico e excelente visão de jogo.
Mauro, médio do Sporting. Um número 10 de muito futuro. Um grande líder, capaz de transportar a bola e de a fazer chegar com precisão aos avançados. Demonstrou ser possuidor de um excelente pontapé.

Classificação
Deportivo Corunha
Sporting
Selecção de Gaia
Académica de Coimbra


2ª fase (fase final)

Jogo de apuramento do 7º e 8º classificados:
Académica 2-2 Escuela Santander * 4-5 após grandes penalidades

Jogo de apuramento do 5º e 6º classificados:
Sel. Gaia 1-1 Boavista * 3-5 após grandes penalidades

Jogo de apuramento do 3º e 4º classificados:
Sporting 0-0 FC Porto * 5-4 após grandes penalidades



FINAL



A final foi sem dúvida muito emotiva, com um “pragmático” Valladolid jogando muito coeso e bem fechado, explorando os contra-ataques rápidos.
Por outro lado, o Corunha bateu-se extremamente bem, com um futebol dominador e de ataque, mas sem grandes “argumentos” para criar muitas situações de perigo.
O vencedor ajusta-se ao que se passou em campo, e Espanha deixou uma boa imagem do seu futebol, em terras lusas.

Valladolid 1-0 Deportivo Corunha

Vencedores: Valladolid



Prémios Individuais:

Melhor Jogador: Aliou Djaló do Boavista
Melhor Marcador: Roberto Silva do Boavista
Guardião menos batido: Rafael Albuquerque do Futebol Clube do Porto

13 abril 2006

Entrevista com José G. Chieira (2ª parte)




E aqui estamos, para a 2ª parte da entrevista, com José Guilherme Chieira.

Penso, que é tempo de falarmos em temas “quentes” do nosso panorama futebolístico.
Assim, começo, desde já, pela Liga BetandWin.

José, começo por lhe fazer 2 perguntas muito gerais.
Qual a sua opinião, em relação ao nosso Campeonato?
O campeonato não é assim tão mau como muitos o ‘pintam’ – eu tenho oportunidade de ver muito futebol por esse mundo inteiro e acreditem que, em termos de qualidade/competitividade/organização das equipas, estamos num patamar bem interessante. Creio que tem havido, isso sim, uma guerra cada vez maior pelo ponto – o que condiciona o espectáculo. E este ano, com 4 clubes a descer de divisão, essa tendência tem-se acentuado.
Temos alguns bons jogadores (considerando os orçamentos disponíveis quando comparados com outras ligas), jogos quase sempre nivelados e uma competência aceitável em termos do trabalho específico dos treinadores (organização de equipas, estudo do detalhe, aproveitamento do erro, etc).

Qual a sua opinião, em relação aos dirigentes do Futebol Nacional?
Penso que o dirigismo que temos tem muito a ver com a própria cultura nacional – é mais uma questão de educação/formação do nosso povo do que outra coisa. E neste aspecto, como em alguns outros noutros quadrantes, deveríamos estar mais evoluídos.
FC Porto e Benfica contrataram 2 técnicos Holandeses. No entanto, o Campeonato Nacional é cada mais “um campeonato de treinadores Portugueses”.

Considera descabida a aposta em técnicos Holandeses, ou por outro lado, a vinda destes técnicos “incrementa” algo de novo no nosso Futebol?
O futebol é uma ciência que já deixou de ser oculta há muito tempo – e, também por isso, os clubes fazem escolhas conscientes e com determinadas intenções, seja numa tentativa de apostar em determinados tipos de culturas diferentes (de trabalho e de educação), e/ou procurar perfis ganhadores e competentes em vários vectores (técnico, lideracional, organizacional, conjuntural, etc).
Penso que estar a falar de ‘técnicos Holandeses’ é demasiado redutor – até porque Koeman e Adriaanse são bastante diferentes como treinadores (apesar de revelarem, naturalmente, uma postura mais ou menos alinhada noutros quadrantes).
Agora se houve ou não ‘incrementos’ ... eu creio que houve uma evolução em alguns sentidos, alguns dos quais até se revelam mais num contexto não-técnico.
E temos que ver que os clubes em causa (FC Porto e Benfica) lutam por objectivos máximos – e não é fácil encontrar, em qualquer mercado, treinadores com trajecto ganhador capazes de trazer uma mentalidade e hábito de vitória, até porque em cada país só um clube pode ser campeão em cada época e, assim, construir este tipo de perfil não é nunca um fenómeno muito frequente em qualquer mercado interno...

E em relação aos técnicos Portugueses? Considera que houve uma evolução dos treinadores em Portugal? Ou considera, que por outro lado, assistimos a uma alteração de mentalidade na aposta dos dirigentes em algo que é Nacional?
Penso que o ‘fenómeno Mourinho’ veio reacender a discussão sobre o ‘técnico português’ e funcionou em vários sentidos: por um lado, tornou-se evidente que um treinador português é capaz de ganhar tudo, trabalhando a um nível diferenciado mesmo em termos de cenário mundial, ultrapassando os ‘mitos’ dos treinadores/estrategas italianos, treinadores/espectáculo espanhois e outros (que tiveram aliás quase sempre, nos últimos 40 anos, jogadores e todo o tipo de condições com mais qualidade obtidos com orçamentos cada vez mais desnivelados); por outro lado, José Mourinho só há um, e seja qual for a sua fórmula de sucesso, penso que se caíu no exagero ao falar-se da ‘nova vaga’ de treinadores nacionais. Eu creio, isso sim, que há bons e maus treinadores – e em qualquer parte do mundo. E há uma natural evolução da ciência do treino em todo o mundo (tal como a Física ou a Medicina também avançam) e o treinador português também melhorou.
Ora se estamos a falar de uma indústria muito particular em cada país (já de si com culturas e vivências também particulares), é natural que um líder, um tomador de decisões, isto é, um treinador – esteja mais preparado para tomar as melhores decisões no seu próprio meio, aumentando a probabilidade do seu sucesso. E foi esta maior consciencialização (até pela evidência, após equívocos consecutivos) que levou o dirigente nacional a tomar decisões mais racionais – e apostar no ‘treinador português’, tal como já se verifica de uma forma geral nos países mais avançados nesta indústria ao apostarem em técnicos locais, em que a mobilidade internacional dos treinadores é bem menor que as dos jogadores.

Considera que cada vez mais, os clubes “designados” de pequenos conseguem travar duelos com os “designados” grandes? É defensor do campeonato estar nivelado por cima?
Como já referi antes, não penso que haja um nivelamento por baixo ... pelo menos quando comparamos com há 10 anos atrás, por exemplo.
Quanto aos duelos ‘grandes vs pequenos’: é óbvio que o factor ‘orçamento’ cria desequilíbrios decorrentes do natural funcionamento do mercado de transferências (treinadores, jogadores e outros profissionais) - mas também não é menos verdade que, hoje em dia, quase todos os factores que determinam as perfomances são aproximados: os recursos humanos, físicos, e organizacionais têm tido uma tendência geral de aproximação e a circulação da informação (factor determinante em todos os mercados, não só no futebol) é muito mais rápida e eficaz que no passado. Por exemplo, hoje um clube com menos capacidade financeira tem muito mais instrumentos ao seu dispor para aferir a qualidade/perfil de jogadores de qualquer continente ... o que (em teoria) minimiza a margem de erro e permite uma maior e melhor rentabilização dos seus recursos.
Mesmo assim é normal que ainda se verifiquem diferenças, se bem que menores, pois por vezes a diferença de talento ou de outras características específicas de alguns atletas tornam-nos tão especiais que a soma das partes tem de acabar por ser superior numa prova de regularidade como é um campeonato, independentemente de factores mais ou menos externos que se possam sempre sugerir.

Voltemos a introduzir o Football Manager.
O Futebol Português sempre foi visto como parente pobre, pelos clubes e dirigentes de outros países Europeus.

O José, na Sports Interactive, terá feedback da opinião de pesquisadores de todo o mundo sobre o nosso Futebol. Pode-nos dar uma ideia de qual é essa opinião?
A ideia circulante neste meio não é diferente do que a que circula noutros: existem bons jogadores, jogadores fantásticos (não muitos) e ... os outros.
Digamos que se nota, isso sim, um cada vez maior conhecimento das equipas nacionais, pois os canais televisivos locais e internacionais (desportivos e não só) acabam por mostrar sempre imagens da 1ªLiga.
Quanto a opiniões formadas sobre outros factores - é evidente que situações como as que se verificaram a época passada na indefinição de calendários, regras das competições etc ... não são prestigiantes. É sempre uma luta inglória tentar que todos os detalhes das nossas competições sejam devidamente implementados no FM, simplesmente porque a velocidade das alterações é muito superior à velocidade de programação da SI quando se tem de gerir as competições de mais de 50 países!

No Football Manager, temos assistido a uma melhoria significativa, ao longo dos anos, dos clubes e jogadores Portugueses. Poderei considerar este factor, como uma prova do reconhecimento Internacional da qualidade do Futebol Nacional?
Penso que sim – e/ou talvez os outros países tenham vindo a perceber que afinal não são assim tão melhores que nós ... os sucessos em provas internacionais têm sido cada vez mais frequentes e mediatizados, por isso há evidências que acabam por fazer ‘ajustar’ a evolução do FM de uma forma semelhante à da realidade.

Bom, por outro lado o José ao ser o elemento que cria e produz o Campeonato Português, pode indirectamente ser uma “peça” com algum peso na divulgação do nosso futebol, e da qualidade do mesmo. Sente isso? Tem essa preocupação?
Eu sinto que, acima de tudo, devemos fazer um trabalho colectivo sério em termos da transposição do futebol de cada país para este produto, que neste caso é o FM – e que este produto tem, ano após ano, uma força mediática considerável não só em Portugal como também em todo o mundo ... cada edição bate novos recordes de vendas e chega a todos os continentes.
E isto implica responsabilidade e compromisso da minha parte em ‘divulgar’ o nosso futebol – e ‘divulgar’ significa observar, registar, aferir, avaliar e transmitir literalmente tudo o que ‘é’ o Futebol Português...

O Futebol Português é constantemente criticado por dirigentes, políticos, etc.
José, o que mudaria no Futebol Nacional se tivesse esse poder?
Não é uma questão que se responda em poucas linhas ... mas uma postura mais controladora e reguladora das entidades competentes (Governo, Federação, Liga), seja com mecanismos de prevenção e/ou punição - seria positiva para que todos os agentes envolvidos no Futebol Nacional tivessem comportamentos mais racionais, respeitadores e positivos. É certo que esta indústria é muito particular (começando pela formação e sensibilidade específica das pessoas que a integram) e que o factor ‘educação’ do nosso povo tem uma marca muito própria – mas se esta mesma indústria funciona noutros países, então há que apreender e aprender o que fazer para que também em Portugal seja vista (e funcione) como uma indústria de sucesso.

Considera que o nosso Futebol revela sinais de amadorismo?
De uma forma geral sim ... mas tenho notado melhorias, principalmente em termos dos serviços complementares (promovidos por pessoas que não são ‘do’ futebol), os quais por vezes até acabam por ‘obrigar’ o dirigente a ser mais responsável e profissional.

Termino este tema com perguntas simples, mas curiosas.
José, quem será, na sua opinião, o vencedor do campeonato 05/06 em Portugal?
A minha opinião não conta para as contas ... mas não deve fugir da luta Porto/Sporting.

Quais os jogadores que o têm encantado nos relvados Portugueses?
Enquanto há muita gente que prefere valorizar o rigor táctico ou a solidez defensiva (tão em voga), eu tenho um encanto especial por jogadores de talento, que aportem o lado mais positivo do jogo, que dêem espectáculo ... Nani, Simão, Quaresma, Felipe Teixeira, Benachour, Fábio Felício, Manú, Alexandre Goulart ...
E depois também aprecio os outros de ‘futebol total’, que interpretam o futebol moderno de versatilidade, dinâmica, inteligência ... João Moutinho, Lucho, Manuel Fernandes, Harrison, Wenio...

E os clubes com mais probabilidades de descer. Quem serão?
Sinceramente, não me atrevo a avançar este prognóstico...

José, não resisto a fazer-lhe algumas perguntas sobre Blogs Futebolísticos.

Considera que a existência de blogs Futebolísticos de qualidade, é uma alternativa válida a uma imprensa desportiva cada vez mais manipulada e manipuladora?
Só o facto de haver alternativas já é positivo ... e tanto melhor se estão disponíveis neste fantástico veículo da democracia que é a internet e, ainda por cima, revelam uma capacidade crítica e analítica de qualidade, que vai desaparecendo da imprensa tradicional.

É visitante assíduo deste tipo de blogs?
Sou ... sempre que tenho tempo disponível!

Nunca pensou em criar um?
Pensar sim ... http://olheirofutebolclube.blogspot.com/ - mas infelizmente (ainda) não tive tempo para um único post!!

O que pensa do http://www.futebolices.blogspot.com/ ?
É sempre muito positivo ter a possibilidade de ler e reflectir sobre assuntos que, de outra forma, acabam por se diluir na velocidade a que corre a indústria do Futebol dos nossos dias – independentemente de nem sempre ter de haver concordância de ideias, o debate e a reflexão podem ajudar a educar e até a mudar mentalidades.
Por isso, parabéns pelo blog – já o conhecia e deixa-me sempre a pensar.

Bom, a entrevista já vai longa e portanto é tempo de terminar.

Perguntar-lhe-ia só para terminar, quais os seus planos para o Futuro?
Trabalhar todos os dias ... em qualquer parte do mundo.

Deseja deixar uma mensagem aos fans do Football Manager e aos adeptos do Futebol Nacional?
Queria, acima de tudo, agradecer a dedicação de todos os Treinadores FM – que, ano após ano, são a verdadeira razão para todos nós (incluindo aqueles que, livre e gratuitamente, colaboram mais de perto com a Pesquisa Portuguesa em http://www.fmportugal.net/ – bem hajam!!) acreditarmos que o FM é muito mais que um jogo!
Quanto aos adeptos do Futebol Nacional – que aproveitem o melhor que o Futebol nos dá ...

Com um abraço especial para os leitores do www.futebolices.blogspot.com,

José Guilherme Chieira
jose.chieira@fmportugal.net


Fica concluída assim a entrevista a José Guilherme Chieira, um Homem do Futebol, com ideias concretas, opiniões firmes e sem dúvida uma personalidade simpática e curiosa.
A ele o meu muito obrigado por esta entrevista, e ao leitor espero que as perguntas tenham sido as mais pertinentes possíveis e que a entrevista no seu todo seja o mais interessante possível.



Assim me despeço
Nelson Oliveira

12 abril 2006

Entrevista com José Guilherme Chieira




Olá!

Tenho uma enorme honra em inaugurar um novo espaço neste blog, que julgo contribuir de forma inequívoca para a, cada vez mais, comprovada credibilidade do mesmo.
Trata-se de um espaço onde iremos entrevistar personalidades do nosso Futebol, tentando compreender um pouco melhor todo o fenómeno deste desporto em Portugal.
Julgo sinceramente tratar-se de um passo decisivo para a afirmação nacional deste blog.


A primeira entrevista ficou reservada para alguém muito conhecido por uns, um pouco menos conhecido por outros, mas acima de tudo com um trajecto assinalável no Futebol Português.
Falo-vos de José Guilherme Chieira, conhecido por ser o responsável por todo o campeonato Português do famoso jogo Football Manager, mas conhecido no mundo do futebol também por ter desempenhado importantes cargos em clubes de referência nacional, que mais tarde citaremos.
José, tem 32 anos e quando questionado sobre o local onde reside, respondeu “curiosamente” da seguinte forma: “Entre Lisboa, Coimbra… e onde for necessário!”.


Nota: Para que o entusiasmo do leitor seja maior, decidi por bem, dividir a entrevista em duas partes, que serão apresentadas em dias consecutivos.
Desta forma o leitor, terá a hipótese de ler cada uma das partes de forma atenta e sem considerar as mesmas algo “maçudas”.



Apresentações feitas e explicações dadas, dou início à entrevista.


Olá José Chieira!
Antes de mais agradeço-lhe ter aceite o nosso convite para esta entrevista.


Bom José, em primeiro lugar temos que começar pelo Football Manager.

O José é visto como o “Pai” do agora Football Manager. Sente orgulho nessa designação? Sente que a comunidade do jogo o vê como uma referência?
Sinceramente isso nunca me passou pela cabeça... felizmente tenho a sorte de poder integrar uma equipa fantástica e fazer algo de que gosto. Se o trabalho é reconhecido por alguns, tanto melhor.

O Football Manager é talvez o jogo mais mediático de sempre. Considera que o êxito do jogo e a forma como este o fez ficar conhecido a si, o ajudou a subir no mundo do futebol? Ou pelo menos a cimentar a sua posição?
Não diria que foi o mediatismo do jogo, que é evidente, mas talvez mais o trabalho que ele me permitiu desenvolver – principalmente o que é conduzido no terreno, mais completo do que a maioria dos clubes (principalmente portugueses) faz, em campos relvados, pelados e sintéticos de norte a sul, de manha, à tarde e á noite, faça chuva, sol ou trovoada!
O trabalho que o jogo implica também permitiu que desenvolvesse um know-how específico em termos de sensibilidade perante todos os factores que giram dentro e fora da indústria do futebol – e o resto tem a ver com aproveitar as oportunidades que temos e mostrar competência nas tarefas.
Eu não fui jogador profissional (apesar de ter jogado em selecções universitárias), aliás tal como José Mourinho ou Arséne Wenger nunca o foram – e por isso conseguir uma maior ou menor afirmação nesta indústria pode ter sido mais complicado do que para outros (para não falar do factor desconfiança que implica), porque ‘subir no mundo do futebol’ não é um processo inocente nem semelhante ao de outras indústrias, e acreditem que o facto de ser mais ou menos mediático não influencia (quase) nada num mundo que vive de resultados imediatos e com uma margem de erro mínima.


Sei que o José para além do projecto Football Manager foi até à bem pouco tempo uma figura activa no Futebol. Pode-nos contar resumidamente a carreira do José Chieira no Futebol?
Iniciei-me como ‘Head Researcher’ das ‘Pessoas que faziam o Championship Manager’ em 1995 (na altura ainda nem sonhavam com a Sports Interactive), que mantenho até ao momento (sou o Head Researcher mais antigo em funções, incluindo o colega inglês) – com variadas funções, incluindo a de pesquisa de todos os dados do futebol português, seja a prospecção de jogadores, até à informação sobre treinadores, clubes, regras, competições etc etc etc.
Em 1998 tive o prazer de ser escolhido pela Reebok para ser o gestor de futebol da marca em Portugal, que acabava de fechar o seu primeiro grande contrato de patrocínio técnico com o Sporting C.P., mas que tive que abandonar para concluir o meu curso (Economia).
Depois tive a oportunidade de colaborar de perto também com o Sporting C.P. – mas desta vez na área da prospecção juvenil, onde pude aprender muito com a melhor e maior escola desta área na altura em Portugal.
Estive depois ligado 2 épocas ao Vitória de Setúbal, já no Gabinete de Prospecção liderado pelo Joaquim Rebelo no âmbito do Departamento de Futebol Profissional – onde posso dizer que desenvolvemos um trabalho muito valioso o qual, ainda hoje, dá frutos.
Fui depois chamado pela Académica de Coimbra para criar e liderar o Gabinete de Prospecção, com um âmbito muito alargado e transversal, onde me mantive durante quase 3 épocas e durante as quais tive a oportunidade de trazer jogadores como Fábio Felício, Zé António, Marcel, Felipe Teixeira e outros (das escolas aos seniores) que estou certo que darão ainda mais frutos (desportivos e financeiros) ao clube.
Da Académica saí para exercer, nesta altura, funções de director executivo em duas empresas de futebol – uma delas de um Agente FIFA de jogadores, e outra também com licenças oficiais UEFA e FIFA de organização de jogos, torneios, estágios etc.


A pesquisa exaustiva que faz para melhorar a base de dados do jogo, ajudam-no de forma indirecta nos cargos que ocupa no Futebol? De que forma?
Claro que sim - porque sou ’obrigado’ a estar sempre muito atento a tudo o que se passa e, até, a desenvolver uma percepção apurada de factores como por exemplo o conhecimento dos mercados e dos seus profissionais (jogadores, treinadores e até presidentes).


Como ex Director de Prospecção, não considera que ao atribuir notas a jogadores num jogo de computador, em que a sua base de dados é utilizada cada vez mais por treinadores e dirigentes, não estaria a expor um pouco do seu trabalho? Ou sempre teve a preocupação de não o fazer?

Os objectivos deste trabalho concreto de prospeção e avaliação que desenvolvo para a Sports Interactive mantêm-se intactos desde o primeiro dia – e como um deles é o de ser (e manter-se) líder mundial em termos de informações de futebol, entendo que não há que ter problemas desse tipo; antes pelo contrário, o trabalho desta fantástica Equipa de Pesquisa do FM em Portugal é ainda mais valorizado com uma sua eventual utilização pelos profissionais de futebol.

Continuando ainda no mundo do Football Manager, o José lidera uma vasta equipa de pesquisa. É como se liderasse “indirectamente” uma vasta equipa de observadores.
A minha pergunta é: O José separa a equipa de pesquisa do Football Manager de determinadas funções no mundo real do Futebol, ou tem casos, em que convidou elementos da equipa de pesquisa para trabalharem para si no Futebol?
Nunca convidei ninguém para tal – mas é evidente que as informações e as relações que se geram a partir do FM são úteis para qualquer trabalho em futebol!

De forma objectiva, ser o HeadResearcher Português enriquece o seu trabalho no Futebol? Tira partido disso?
Enriquece e muito – o tirar partido tem a ver com a sorte de se poder fazer aquilo que se gosta e, ainda por cima, ir recolhendo experiências e vivências que nos são úteis no nosso trajecto profissional e, também, pessoal.

José, sugiro agora que falemos um pouquinho do Futebol de Formação, algo que me parece vital no futuro do Futebol Nacional.


Qual a sua opinião sobre o Futebol de formação Português, em termos de aposta no mesmo e seu aproveitamento no Futebol de alto rendimento?
Eu creio que devemos fazer uma separação clara entre a fase pré-Carlos Queiroz e a fase pós-Carlos Queiroz – o prof. Carlos Queiroz fez um trabalho fantástico de organização, responsabilização e rentabilização do futebol jovem em Portugal, no âmbito do seu trabalho na F.P.F.
É evidente que as gerações jovens nacionais desde finais da década de 80, fruto deste trabalho, transformaram a mentalidade do futebol português – que percebeu que o talento inato dos seus jogadores, quando devidamente potencializado, pode ser muitíssimo rentável (principalmente em termos financeiros).
O factor financeiro também foi preponderante, pois o estrangulamento crescente das finanças dos clubes obrigou-os a virarem-se mais ‘para dentro’.
Como factores contra, temos a própria lógica de funcionamento do mercado, com jogadores de alguns campeonatos a serem bastante mais baratos (apesar de eu não gostar de confundir custo directo com custo efectivo /relação custo-rendimento) – e a Lei Bosman, que abriu ainda mais os mercados e também condiciona o espaço de afirmação dos jovens nacionais.
Em resumo, cada clube segue hoje uma lógica muito própria, que também tem a ver com as suas próprias condições estruturais (físicas e humana) mas que está relacionada acima de tudo com a sua política directiva – mas, do muito que vou conhecendo, não tenho dúvidas de que os clubes nacionais têm dificuldade em olhar para a formação com a ‘tranquilidade’/seriedade que esta merece, pois as limitações financeiras acabam por, quase sempre, levar o dirigente a ter tendência para investir (gastar) no futebol sénior, para o qual olha como factor mobilizador de toda a dinâmica do clube.
E este desinvestimento acaba por se reflectir na insuficência generalizada de condições físicas/logísticas e na capacidade de atracção de recursos humanos qualificados - e é este ciclo que está a levar ao desaproveitamento/desinvestimento na formação em Portugal.


O José considera que o futebol de formação nacional e as características específicas do “jogador Português” são superiores á maioria dos nossos vizinhos Europeus, ou muito pelo contrário, somos ainda amadores em termos de formação e trabalha-se mal?
Penso que não devemos confundir talento com formação: existe um talento inato em Portugal muito acima da média em relação a outros países que (também por isso) investem mais e melhor na formação – e a verdade é que, neste momento e de uma forma geral (existem em todos os países determinadas gerações de excepção), as selecções jovens portuguesas têm cada vez mais dificuldades para se imporem em competições internacionais. E observem também o tipo de jogador jovem português que é, hoje em dia, ‘exportado’ para ligas mais poderosas: é normalmente reconhecido mais pelo seu talento do que pela sua eficácia e competência em termos de jogador ‘feito’.
E se dissermos, por exemplo, que todos os clubes que disputam as ligas profissionais em França são obrigados a ter centros de formação para atletas até aos 20 anos, com requisitos elevados em termos de condições físicas e humanas, há já largos anos – e que em Portugal, nesta altura, existem não mais que uma mão cheia deles...
Por isso penso que não se deve falar em trabalhar mal ... mas sim numa incapacidade colectiva nacional para perceber o que é importante nesta indústria para a sua rentabilização, para não dizer sobrevivência – porque a formação é, tal como o nome indica, o acto de formar, educar, ensinar...


O jogo Football Manager é sem dúvida uma referência em relação a jovens craques. Várias pessoas me confessaram, que ficaram a conhecer uma jovem estrela por intermédio do jogo.
Temos no nosso Futebol, uma jovem estrela pronta a “explodir” para o Mundo do Futebol e até de forma indirecta no Football Manager?
Eu preferia deixar essas ‘descobertas’ para o vosso ‘trabalho’ de Treinadores FM!!


Para terminar este tema, podia-nos citar 3 ou 4 nomes, que para si serão, actualmente, as 3 ou 4 maiores promessas do futebol juvenil Nacional?
Promessas são sempre apenas ‘promessas’ ... mas penso que, com menos de 17 anos, jogadores como Adrien Silva (Sporting, sub-17), Bruno Simões (Sporting, sub-16) e Fábio Ferreira (Chelsea, sub-17) são realmente especiais.


Bom, a 1ª parte desta excelente entrevista fica por aqui.
Abordamos o trajecto do nosso entrevistado, o jogo Football Manager e o futebol de formação em Portugal.

Amanha, na 2ª parte da entrevista, abordaremos o Futebol Profissional entre outros temas. Esperem para ver….

Cumprimentos
Nelson Oliveira