06 maio 2006

Jornada 2 - Euro Sub17


Ontem jogou-se a 2ª jornada do Campeonato Europeu de sub17. Foram jogos efectuados sob chuva, mas a salientar o facto de se notar cada vez mais o fosso entre os grandes candidatos ao título e as restantes equipas.
E se é verdade que a Alemanha não materializou a sua superioridade, também é verdade que a Rep. Checa, como era esperado, denotou qualidades que lhes permitem sonhar com a final.
No grupo A, a Espanha demonstrou que nenhuma equipa do grupo tem argumentos para lhes dificultar a vida.


Grupo A


Espanha 3 – 0 Russia (televisionado)

À partida este jogo tinha tudo para ser um jogo equilibrado e disputado. De um lado os talentosos jogadores da Espanha, do outro a frieza e calculismo russo.
No entanto, esta premissa é um puro engano.
A Rússia demonstrou imensas cautelas defensivas e demasiado respeito pela Espanha, fechando-se com muitas unidades atrás, sonhando com a possibilidade de um contra-ataque. Do outro lado a Espanha operou algumas modificações nos eu onze de forma a solidificar o meio campo, para conseguir uma elevada percentagem de posse de bola e de domínio territorial logo á frente do seu meio campo. E de facto teve sucesso.
Na primeira parte a Espanha tentou encontrar os caminhos para a baliza mas estes nunca apareceram. No entanto, na 2ª , entrou o jogador “talismã” Krkic (destaque da jornada) que funcionou como “abre-latas” e empurrou definitivamente a Espanha para a frente.
Niguez, Krkic e Ruben Ramos foram uma ameaça constante e acabaram por “desfazer” a defesa russa, construindo uma vitória confortável.
Em termos individuais, Niguez mais 1 vez encantou com a sua mobilidade e qualidade no domínio de bola, e Ruben Ramos mais 1 vez a mostrar qualidades na forma polivalente como actua e na garra com que disputa cada lance.
A “desilusão” terá sido Prudnikov, que saiu prejudicado da táctica extremamente defensiva Russa. O atacante nunca chegou a ter hipóteses de ter a bola para desiquilibrar.


Luxemburgo 0 – 4 Hungria

Mais 1 vez se notou a falta de qualidade da equipa Luxemburguesa.
Os húngaros que até causaram boa impressão contra a Rússia (apesar da derrota), tiveram um passeio neste 2 jogo do torneio, pois não tiveram a mínima dificuldade em bater a equipa da casa.
Apesar da disparidade de diferença de valores, é justo salientar que o Luxemburgo fez uma primeira parte com algum nível e com alguma supremacia sobre os magiares, mas na 2ª parte o maior cansaço e a maior combatividade húngara resolveu o jogo.
Nemeth, jogador muito bem referenciado á chegada a esta prova, apontou mais 2 golos e demonstrou mais uma vez ser um jogador a observar atentamente no futuro próximo.



Grupo B


Alemanha 0 - 0 Rep. Checa
(televisionado)

A Alemanha entrou decidida no jogo e demonstrando que pretendia demonstrar o porqué de serem candidatas á vitória final no torneio.
No entanto, a corrente atacante alemã nunca foi capaz de criar verdadeiro perigo, e o guardião checo Stech conseguiu calmamente segurar todas as bolas que chegaram á sua baliza.
Na 2ª parte a toada ofensiva alemã manteve-se, mais mais uma vez foram incapazes de marcar, e acabaram mesmo por ver um golo anulado.
Em termos individuais esta Alemanha sobrevive dos rasgos do fantástico jogador Marko Marin, e das movimentações inteligentes do avançado Fischer. No entanto, um outro jogador vai merecer destaque nesta jornada: Kopplin.
Do lado da Rep Checa, Stech parece ser um guardião de bom nível e Necid foi o jogador mais inconformado com vários remates na direcção da baliza Alemã.


Bélgica 1 – 1 Servia

Este jogo entre duas equipas que haviam sido derrotadas na 1ª jornada, começou a meio gás e com uma sensação de alguma hesitação e medo por parte dos jogadores, sabendo talvez que uma derrota os atiraria para fora do torneio.
Em todo o jogou registou-se maior posse de bola para o lado belga, mas mais perigo para o lado Sérvio.
E foi com alguma surpresa que a 7 minutos do fim os belgas chegaram á vantagem por Aquino.
Parecia certo o adeus da Servia á possibilidade de se qualificarem para as meias finais, no entanto, Karadzic já a passar da hora adiou tudo para a ultima jornada, e possibilitou aos Sérvios continuarem a sonhar.
O empate ajusta-se ao que se viu em campo.


Destaques da jornada


Krkic, começa a ser um nome famoso no Europeu, não só pela sua qualidade mas também pela forma como tem sido fundamental e decisivo em ambos os jogos já realizados. Aparece como suplente da Espanha, actuando nas 2ªs partes, no entanto já foi autor de 4 golos e uma assistência.
É de facto um registo impressionante para um atleta que tem actuado 40 minutos em cada jogo.
Borjan Krkic, nasceu em 1990 e é um avançado rápido e batante móvel do Barcelona.
É bastante rápida, tem boa qualidade técnica e é mortífero no remate.
Apesar de baixo e algo frágil fisicamente, raramente desiste da disputa de um lance e tem um sentido colectivo bastante forte.
É sem dúvida um jogador a ter em atenção no futuro.


Bjorn Kopplin, é um lateral direito proveniente do Bayern Munique.
Capitão da selecção Alemã, tem ficado conhecido no torneio pelos seus lançamentos, que mais parecem cantos marcados á mão.
Kopplin tem 1,80 cm, 73 kg, o que podemos considerar bastante satisfatório para um lateral de tão tenra idade ( 17 anos).
Depois de brilhar no Union Berlin, foi descoberto por um scout do Bayern Munique e desde então tem ganho bastante protagonismo nos escalões jovens do clube e da selecção que irá receber o Mundial 2006.
Kopplin é um lateral moderno, que ali a serenidade e lucidez nas tarefas defensivas a uma grande qualidade nas subidas pela lateral direita criando facilmente desiquilibrios nas defensivas adversárias. É sem dúvida alguma um dos grandes motores nas transições defesa-ataque da selecção germânica e juntamento com Marin (quando este aparece na direita) acabam por ser o principal foco de perigo e de qualidade da equipa.
Muita atenção a este jovem, principalmente numa época onde se torna raro encontrar laterais direitos de qualidade.

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