26 fevereiro 2008

Homenagem a José Mourinho

Numa altura em que já se sente a falta dele eis um video com alguns dos seus melhores momentos.


20 fevereiro 2008

O Suiço que é Croata e a figura da Copinha


Rakitic, o Suiço que é Croata
Ao assistir ao jogo do FC Porto frente ao Schalke (para a Champions) confirmei os bons indicadores que já tinha do jovem jogador Rakitic.
Ivan Rakitic é um médio de baixa estatura mas extremamente irrequieto. Em constante movimento, tem um fino recorte técnico quer na recepção, quer no drible, quer no passe. Imagina jogadas, cria desequilíbrios, faz assistências. Possui também um forte pontapé.
Estreou-se pelo Basileia aos 17 anos. Em Junho de 2007 chegou ao Schalke e desde então tem-se imposto com facilidade provocando já a curiosidade de grandes colossos europeus.
No 4-4-2 tipo da equipa Alemã joga sobre a direita do meio campo. Contudo ,e ao contrário dos seus colegas de sector, o técnico Mirko Slomka dá-lhe a liberdade necessária para não o prender em tarefas defensivas e de forma a permitir que o jovem talento Croata, de apenas 19 anos, vá procurando espaço para receber a bola.
Em termos Internacionais depois de ter envergado a camisola Suíça nas selecções Sub17,Sub19 e Sub21 decidiu passar a actuar pela selecção principal Croata tendo feito a sua estreia em 2007 frente á Estonia.

Tiago Luiz, a figura da Copinha
É o nome de quem se fala no Brasil. Trata-se da mais recente revelação do Futebol Brasileiro, tendo impressionado tudo e todos na Copa São Paulo 2008.
Com apenas 18 anos de idade, o Tiago é ponta de lança do Santos e estreou-se recentemente pela equipa principal. Extremamente móvel, muito batalhador e tenaz, é um avançado “chato”, que não dá tréguas á defesa e que aparece invariavelmente em situação de finalização (sobretudo através das imensas diagonais interiores que faz durante cada jogo). Não é nenhum prodígio técnico (bem ao estilo Sul Americano) mas é sim um avançado veloz, inteligente, adulto.
Já se fala do interesse de grandes colossos Europeus.

18 fevereiro 2008

De treinador para jogadores - factor motivação (2)

"Um conceituado treinador de Basket chamado Alberto Babo (actual treinador do FC Porto) dizia numa entrevista que ao serviço do Barreirense (á uns anos atrás) levava 23 vitórias seguidas. A sua equipa era apontada como a favorita para chegar ao título, os jogadores começaram a desleixarem-se, começaram a facilitar nos treinos.
Num determinado fim de semana o Barreirense jogou contra o último e surpresa: perderam.
No balneário os jogadores estavam muito triste mas o Mister Babo entrou com uma cara confiante e disse aos jogadores: “Bendita derrota! Agora vão voltar ao planeta terra e perceber que não somos imbatíveis. Temos que ser humildes e trabalhar sempre no limite.”
O moral desta história é que a humildade e a seriedade e empenho no trabalho é a base do sucesso."

15 fevereiro 2008

"Temos grandes jogadores mas não temos uma grande equipa"

Esta frase pertence a Luis Filipe Scolari. Dissecando a frase chega-se a conclusões graves e preocupantes.

Das palavras do seleccionador percebe-se que o mesmo considera que Portugal tem bons executantes mas não tem um bom colectivo. Agora pergunto eu: a quem compete criar um bom colectivo? Quem é o responsável por pegar nas individualidades e po-las a funcionar como um grupo, faze-las pensar em termos colectivos, etc?
Scolari, inconscientemente, acaba por admitir a sua fraca capacidade como treinador. Acaba por admitir que esteve durante muito tempo no lugar certo á hora certa.

Preparação fantasma
O actual seleccionador nacional chegou á selecção em 2002. De 2002 ao Euro 2004 apostou num lote de jogadores e na consequente criação de rotinas entre esses mesmos jogadores que no Euro se veio a revelar um fiasco.
Após o jogo inaugural contra a Grécia (perdemos) Scolari decidiu abdicar de todo o trabalho que havia realizado durante 2 anos de preparação sucumbindo á pressão do povo. Passou a utilizar a espinha dorsal do FC Porto (Vencedor da UEFA e Champions), abdicou de algumas figuras históricas.
Logo aqui Scolari mostrou pouca confiança no trabalho de preparação ou por outro lado esperou a primeira oportunidade para encostar algumas “vacas sagradas” que até então não teve a coragem de encostar (excepção – Vitor Baía).

Euro2004 – mini sucesso
Após as alterações, a selecção denotou qualidade. Bons executantes aliados a uma mecanização elevado dos processos colectivos. Chegamos á final e sucumbimos novamente perante a Grécia.
Todo um povo vibrou com a selecção, apelidaram o seleccionador e os jogadores de heróis. Eu próprio fiquei satisfeito com a prestação Portuguesa, com a atitude dos jogadores em campo.
Não estavamos habituados a lutar pelas vitórias e de repente estavamos no topo da Europa.

Qualificação para o Mundial 2006
Ainda com base na selecção do Euro 2004 fizemos uma qualificação “sem espinhas”. O público mobilizou-se para acompanhar a selecção, a imprensa tratou de dar tranquilidade ao grupo de trabalho. O resultado desportivo foi alcançado com tranqulidade.

Mundial 2006
Em Portugal a ingratidão é frequente. Como tal antes da grande competição questionou-se a entrega de Deco á selecção,a qualidade de Maniche, etc. No final..a resposta dentro de campo.Os jogadores citados mostraram a todos que eram as escolhas ideais.
Portugal deixou uma boa imagem no Mundial e a selecção alcançou uma posição respeitável.

Qualificação Euro 2008
Os problemas surgem na qualificação para a prova que se realiza este ano. Num grupo acessível, Portugal desiludiu. Não conseguimos alcançar vitórias contra qualquer uma das quatro equipas que ficaram nos primeiros lugares.
A selecção passou a imagem de um grupo de jogadores talentosos mas sem um fio de jogo. Os mais talentosos passaram uma imagem de subrendimento, imagem essa que deriva da falta de um jogo colectiva o que obriga estes jogadores a usarem e abusarem da finta. Até a entrega de Cristiano Ronaldo á selecção foi questionada.


Conclusão
A poucos meses do início do Euro 2008 Portugal revela debilidades várias. Scolari não tem sido capaz de renovar a selecção da melhor forma, a espinha dorsal de Mourinho está a desaparecer e como tal o jogo colectivo de Portugal é inexistente.
Vivemos de rasgos individuais plenos de talento.
Scolari chegou á selecção em 2002 conseguindo resultados positivos em 2004 e 2006 fruto de uma equipa bem mecanizada e bem coesa...equipa com a assinatura de José Mourinho.
O Brasileiro quando chamado a renovar a selecção e a dar-lhe um cunho pessoal e a sua filosofia de jogo tem falhado redondamente.
É um grande líder, defende o seu “grupo” como ninguém, mobiliza um povo como ninguém, mas como treinador de banco demonstra fragilidades, falta de criatividade e demonstra ser limitado (á quantos anos continuamos sem um plano b..para determinados jogos?)

Como tal aguardo com alguma preocupação o início do Euro 2008 e temo que esta geração não alcance o sucesso esperado. Temos jogadores a actuar nos melhores clubes do mundo, temos dos melhores praticantes a nível europeu e mundial, mas será que temos EQUIPA para alcançar o sucesso?

12 fevereiro 2008

O Homem Turbo da Póvoa

A Liga Vitalis é um viveiro de jogadores com qualidade, competitivos e prontos para jogar na liga principal.
Contudo nem sempre este talento é aproveitado. As equipas da Liga Bwin contratam fora e mal, negligenciando os jogadores que actuam em Portugal (lembram-se de Costinha, Pauleta?).

Hoje deixo-vos um nome que quanto a mim revela já (pois tem apenas 20 anos) qualidade para jogar no escalão máximo.

Daniel Candeias, o Homem Turbo da Póvoa.
Natural da Guarda, Daniel Candeias transferiu-se para o FC Porto onde construiu um interessante trajecto no futebol jovem, culminando o mesmo com a conquista do Campeonato Nacional de Juniores A.
Tapado no plantel principal do FC Porto, transferiu-se para o Varzim por empréstimo, juntamente com Ukra e ainda Fredson (este a título definitivo), seus companheiros nos juniores.
Surpreendentemente ,ou não, tem conquistado o seu espaço no onze do Varzim e tem revelado um potencial e uma atitude competitiva que lhe poderá valer um “espaço” na Liga Bwin já na próxima época.
Destro, actua como extremo direito ou esquerdo. A sua principal característica é a explosividade. Consegue imprimir muita velocidade quer em condução quer em desmarcação. Não adorna em demasia, procura processos simples, mas é tremendamente eficaz. Em termos ofensivos é um jogador talhado para fazer golos pois possui um forte e colocado pontapé.
Mas o Candeias não é apenas um jogador útil e eficaz no processo ofensivo. A sua tenacidade, a sua alma, a sua entrega, revelam-se nas transições defensivas. É tremendamente lutador, incomoda bastante os defesas contrários e recupera imensas bolas.
Pensar num regresso no futuro próximo ao FC Porto parece-me exagerado, mas este jovem jogador tem qualidade para jogar num clube da metade superior da tabela da Liga Bwin.

05 fevereiro 2008

De treinador para jogadores - factor motivação.

"Meninos, ao ver-vos jogar com aquela atitude e aquela determinação cheguei à conclusão que uma parte substancial do meu trabalho está concluída. Senti que aquilo que de melhor vos posso passar está já "entranhado" nas vossas cabeças e nas vossas almas.
Desde o primeiro dia que venho dizendo: no futebol, como na vida, triunfam os audazes, triunfam aqueles que acreditam e trabalham para atingir os seus objectivos.
Para se triunfar é preciso coragem, humildade, esforço, sacrifício e coração.
Cada um de voces encheu aquele relvado de cáracter, atitude e querer. Foram uns verdadeiros campeões!
Com humildade, esforço e dedicação. Com amor ao símbolo que envergam junto ao coração, com a raça própria de vencedores, foram à luta, bateram-se taco a taco com o adversário e acabaram o jogo de cabeça erguida, com muito orgulho e muita dignidade.
Vergo-me perante a vossa alma! Os meus parabéns!

Sempre vos disse que o futebol mais do que um desporto é uma escola de vida.
No futebol aprendemos a valorizar coisas como a dignididade, a vontade de nos superarmos a nós mesmos, o trabalho, a dedicação, o sacrifício, o pensar "colectivo", o estar sempre ao lado dos "nossos".
Cheguei a chatear-me e a castigar-vos para que vocês dessem verdadeiro valor a tudo isso.
A verdade é que de dia para dia me têm supreendido pela positiva e aprenderam que por vezes não podemos controlar um resultado, por aquela bola que bateu no poste, aquela que chutamos mal, etc..o futebol nem sempre é justo. Mas podemos deixar em todos os jogos uma imagem positiva, uma imagem de um grupo que deixa tudo em campo.
Temo-lo feito e quando assim é...como treinador sinto-me realizado.


Para terminar vou deixar-vos uma história sobre o meu colega Bruno. É mais uma daquelas histórias que vos podem ser úteis para perceberem que os nossos sonhos, os nossos objectivos, conquistam-se degrau a degrau, com paciência e tranquilidade.
Iniciados. Vilanovense - FC Porto. O guarda-redes titular, o Zé, aleijou-se durante a semana (ele que tinha jogado todos os jogos). Sem outra alternativa o Mister chamou o Bruno (um ano mais novo) para jogar no sempre difícil jogo contra o Porto.
O Bruno não estava habituado a tenta pressão, era muito portista e não queria falhar, achava que era aquela a sua possibilidade de realizar o sonho, conseguir convencer o treinador do Porto de forma a que ele o fosse buscar ao Vilanovense.
Sobre o jogo não há muito a dizer. O FC Porto venceu por 3-0.
O Bruno portou-se lindamente mas acabou por sofrer 3 golos de chapéu. A diferença física fez-se sentir e sem hipótese o Bruninho acabou por ver a bola passar por cima em direcção ao fundo das redes...3 vezes.
Pela ansiedade e pela vontade que tinha de provar que podia jogar no Porto sentiu-se culpado e saiu em lágrimas. Pensava o Bruno que tinha sido ele o culpado pela derrota. Não percebeu que naquele jogo deu tudo, bateu-se com dignidade até ao fim. Tentou defender todas as bolas...mas infelizmente 3 lá lhe escaparam e deram golo.
O que o Bruno não adivinhava é o que lhe iria acontecer no futuro.
O Bruno que vos falo chama-se Bruno Vale, já foi campeão Nacional pelo seu clube do coração, o FC Porto, e já se estreou na Selecção Portuguesa pela mão do Scolari.

Serve esta história do Bruno para vos fazer perceber que nenhum jogador do Mundo consegue estar "inspirado" em todos os jogos do campeonato.
O mais importante é a forma como se encara cada jogo. Se em todos eles dermos o máximo e mostrar-mos atitude, o nosso trabalho está feito. Ninguém vos pode pedir mais.
E nunca será baixando os braços que irão provar que têm talento para vingar. Acreditem em vocês, tenham orgulho no vosso esforço e um dia quiça...surgirá a recompensa!"

03 fevereiro 2008

Um FC Porto campeão ao som do tango Argentino

A “dinâmica” do FC Porto
Mais do que a diferença pontual no Campeonato, aquilo que me impressiona neste FC Porto é a sua dinâmica de jogo.
Quem teve a oportunidade de assistir a um jogo do FC Porto ao vivo (na televisão não se tem a mesma perspectiva) perceberá ao que me refiro.
Em termos ofensivos assistimos a uma espécie de carroussel. Os jogadores em constante movimento, a aparecer em zonas que teoricamente não seriam suas, uma dinâmica tal que destrói qualquer sistema defensivo contrário e que leva ao aparecimento de atletas com espaço para finalizar. Os interiores não raras vezes aparecem nas faixas ou em zona de finalização, o trio da frente está constantemente em trocas posicionais, os laterais dão muita verticalidade ao jogo ofensivo, etc. Enfim, um grande espectáculo.
Deixo aqui uma palavra de elogio ao professor Jesualdo Ferreira pois montou uma “máquina” muito bem oleada. Apenas lhe aponto o excesso de zelo na forma como aborda os jogos ditos “grandes”.

O tango argentino
Não posso contudo deixar de frisar a importância extrema que dois Argentinos têm na equipa: Lisandro e Lucho.
Quanto ao Lisandro já disse tudo num post anterior. Tem raça, tem qualidade, tem killer instinct e consegue jogar sem grandes oscilações de qualidade na ala ou no centro do ataque.
Lucho é um jogador de classe pura, de requinte. Posicionalmente diria perfeito, tem uma grande visão de jogo, uma grande qualidade de passe e o perfume de génio.
Quando chamado a defender preenche muito bem os espaços, efectua dobras, recupera bolas. Mas é no momento da transição ofensiva (as transições rápidas do FC Porto) em que Lucho potencia a sua qualidade. Recebe de forma elegante, levanta a cabeça e procura a melhor solução. Lançado o ataque acelera e procura espaço nas imediações da área (seja na zona central, seja em zonas laterais) abrindo linhas de passe, arrastando marcações ou pura e simplesmente aparecendo sozinho para finalizar (em Alvalade apareceu 5,6 vezes em situação de finalização). É classe pura.
Contudo para dançar um tango são precisos dois e quando Lisandro e Lucho jogam juntos..o futebol espectáculo está garantido. Capazes de jogar de olhos fechados um com o outro, efectuam maravilhosas jogadas a um dois toques..com o avançado Licha a procurar movimentos de ruptura para aparecer nas costas da defesa.

A "tecla" que faltava
No início da temporada chegou ao FC Porto Ernesto Farías, um avançado com grande estatuto na Argentina mas que havia falhado no futebol europeu tapado por um senhor chamado Luca Toni. 4 milhões de euros pelo passe.
O azar bateu á porta do Argentino e o tempo de adaptação a uma nova realidade e de afirmação de qualidade esfumou-se, Farías lesionava-se ( uma ruptura muscular) o que o levaria a parar 1,2 meses.
O que toda a gente se esqueceu na altura é que uma ruptura muscular em altura de pré-epoca afecta de forma bem vincada o rendimento de um jogador durante uma boa parte da temporada (um bom exemplo foi a paragem de Adriano na época passada por um problema semelhante..e que acaba por arrebentar e conduzir o Porto ao título a partir de Janeiro). Mais ainda, e como já foi citado, se o jogador tiver vindo de uma realidade diferente e como tal a precisar de adaptação.
A imprensa foi cruel com Farías, a SAD Portista foi criticada pela aposta, mas sempre tive o feeling que estavamos perante um jogador de qualidade (não porque o conhecia muito bem, mas por algo que me dizia que o jogador tinha qualidade). Num jogo da Liga Intercalar tive a oportunidade de dizer a quem estava comigo que apesar do Argentino ter rubricado uma exibição de fraca qualidade, parecia-me ter a estética e a “pinta” que distinguem os bons jogadores.
Curiosamente ou não ,pouco tempo depois, Jesualdo começa a dar oportunidades ao Argentino e o “tecla” Farías começou a comprovar valor. Um golo ao Braga, outro ao Aves, duas excelentes oportunidades para marcar frente ao Sporting e mais um hattrick no jogo de ontem (discutível se o primeiro golo deveria ser atribuido a Bosingwa ou Farías).
Aquilo que mais aprecio no Argentino é toda a sua movimentação sem bola. Apesar de ter baixa estatura e um porte ,á partida, insuficiente para se impor aos centrais, é um jogador venenoso, pois em constantes e rápidas movimentações aparece em situação de finalização. Tem faro pelo golo, consegue “explodir” no espaço e vai certamente continuar a marcar golos.
Muitos ditos “entendidos” de Futebol como é o caso de Ricardo Lemos, jornalista do Jornal O Jogo, arrepender-se-ão de avaliar um jogador sem o conhecerem primeiro.
Será que outro clube qualquer teria a paciência que o FC Porto teve com Farías? Ou até com Lisandro? A resposta parece-me óbvia.

Nota: Podem encontrar uma análise táctica ao FC Porto elaborada por mim na revista Futebolista do mês passado.

01 fevereiro 2008

O Mundo do Futebol está de volta!

Cara nova, atitude nova!
Aqui está o regresso do Mundo do Futebol. Visualmente mais atractivo, é hoje um espaço mais organizado. O dinamismo do debate futebolístico encontra-se também ele assegurado com a criação de um fórum.
Depois de regressos constantemente adiados, eis que o blog volta a “despertar”, agora com actualizações diárias.

Criei este blog em 2005 para simplesmente escrever um texto acerca da minha paixão pelo Futebol (podem le-lo na secção – Carrreira). Depois de ir escrevendo mais algumas considerações, foi precisamente este blog que me abriu as portas para a realização de muitos dos meus sonhos de criança (hoje em dia a maior parte deles foram alcançados).
Por estar ligado ao início da minha carreira prometi a mim mesmo que nunca iria abandonar este espaço. É um espaço carregado de simbolismo, de sonhos, de opiniões.
É verdade que nos últimos tempos não tive oportunidade de lhe dar a devida atenção, contudo mais vale tarde do que nunca e este blog está de volta e para se manter activo!

Ao alterar o aspecto visual e a organização deste espaço dei por mim a ler os textos que escrevi até hoje.
Confesso que a emoção e nostalgia se apoderaram de mim e me fizeram perceber que parte da minha vida está aqui retratada.
Através das muitas letras aqui presentes consigo fazer uma viagem pela minha carreira, consigo entender a evolução em termos de conceitos e ideais, discurso, etc.
É ,sem dúvida alguma, um “espaço” mágico.


Espero que os fiéis leitores continuem a dispensar a vossa atenção, espero que novos leitores apareçam, e espero sinceramente que participem no fórum de forma a fazermos uma boa comunidade de apaixonados pela Bola.

Sejam bem vindos!

31 janeiro 2008

Raça e atitude

Há quem aprecie a qualidade técnica, há quem aprecie a visão de jogo, há quem aprecie quem marca golos, há quem aprecie quem os evita.
A qualidade que eu aprecio mais num jogador é a atitude.

O futebol é hoje, mais do que nunca, um jogo complexo. A sua evolução levou-nos a grandes enredos tácticos, pouco espaço no terreno e grande disputa por cada palmo de terreno.
Os fantasistas deixaram de ter espaço para progredir, é preciso pensar rápido, agir rápido. Para além do talento mais do que nunca é necessária uma boa dimensão física e uma mentalidade de trabalho e de sacrifício em prol do colectivo.
Não são muitos os jogadores que se destacam exclusivamente através de boas fintas, da capacidade de um para um, exige-se que o jogador actual seja completo e competitivo.

Como tal inconscientemente passei a apreciar outro tipo de jogador que não o “romântico”(aquele que levanta estádios com as suas fintas e os seus toques de génio).
Hoje aprecio o jogador que sabe interpretar as necessidades colectivas, o jogador que encara cada desafio como uma final, o jogador que nunca dá uma bola como perdida.

No futebol Nacional temos dois bons exemplos de jogadores que jogam com raça e atitude. No Dragão Lisandro Lopez é visto como um jogador “á Porto”, em Alvalade Vukcevic tem criado uma empatia enorme como os adeptos mercê da entrega e da capacidade de trabalho que apresenta.

Licha
O avançado Argentino é ,quanto a mim, a grande figura da Bwin 07/08. Finalmente arrastado das alas para o meio, Licha tem-se destacado pelos golos que marca, sendo actualmente o melhor marcado do Campeonato.
De estatuta média/baixa mas com muita velocidade e um tremendo pulmão, é um quebra cabeças para os centrais. Sempre em movimento, sempre á procura de diagonais, finaliza bem com os pés mas também com a cabeça.
Contudo os aplausos que os adeptos portistas lhe dispensam não se devem apenas a golos. Lisandro é o 1º defesa do FC Porto (ao contrário dos seus colegas da frente de ataque). Luta exaustivamente pela bola, vai ao choque, fecha linhas de passe, leva os defesas ao erro, não dá nenhuma bola como perdida. Cansa de ve-lo correr e quando o relógio atinge os 80,85 minutos lá continua ele em verdadeiros sprints com o objectivo de ganhar a bola.
Simplesmente assombrosa a capacidade de trabalho e a atitude deste jogador em campo.

O Karateca Servio
No clima tenso de Alvalade um jogador conseguiu criar empatia com os adeptos, contrariando a clara divisão entre jogadores e claque.
Falo-vos de Simon Vukcevic. Oriundo do Saturn, Vukcevic chegou a Alvalade num clima de aparente suspeita acerca da sua capacidade.
P. Bento decidiu encaixa-lo no losango do meio campo leonino, colocando-o no vértice esquerdo. Contudo o futebol do Sporting não convencia, os maus resultados sucediam-se e a falta de soluções no ataque levaram P Bento a alterar este encaixe.
Hoje Vukcevic joga no apoio a Liedson, vagueando entre a zona central e a asa esquerda do ataque. Esta mobilidade permiti-lhe aparecer frequentemente em situações de finalização sem marcação, e permitiu também soltar “Vuk” das amarras que lhe tinham sido impostas ao coloca-lo encostado á linha. Não sendo um jogador exímio no um para um, é um jogador de trabalho, um jogador de movimentações inteligentes e um jogo com faro pelo golo.
Em campo, fruto de uma personalidade vem vincada, vive intensamente o jogo, demonstrando, tal como Licha, uma grande atitude.
Estou certo que será menino bonito no Sporting por muito, muito tempo.

28 janeiro 2008

O guarda-redes voador e a abundância de pontas de lança em França

Numa altura em que estou finalmente de volta a este espaço ,e agora sim de forma regular, começo pela prospecção de alguns jogadores que me têm enchido as medidas.

O guarda-redes voador de Matosinhos
Nem sempre é fácil encontrar guarda-redes de qualidade. Prova disso mesmo foi o exôdo de guarda-redes estrangeiros que chegaram ao nosso campeonato. Talvez por serem mais baratos, talvez por influência dos empresários, mas também certamente por não haver talento nacional em abundância.
A tendência ,contudo, começa a inverter-se. E um dos exemplos máximos dessa inversão chama-se Beto e é guarda-redes do Leixões.
Com 26 anos Beto nasceu para o Futebol na cantera do Sporting. Em 00/01 teve a oportunidade de desenvolver as suas capacidades ao lado de um nome consagrado como Peter Schmeichel.
Desaproveitado pelo futebol profissional dos Leoninos andou pelo Casa Pia, por Chaves, por Marco e é já no Leixões que ganha o seu espaço e se lança para a ribalta.
Elemento chave no regresso do Leixões á primeira divisão, mantém o estatuto ao ganhar o rótulo de decisivo na actual campanha dos Leixonenses.

O talento que o fazia sobressair dos demais nas camadas jovens (representou as selecções jovens nacionais) só agora atinge o ponto de rebuçado. Só agora poderá sonhar com o "salto", quiça com o regresso a um grande do Futebol Nacional.
Espectacular e elástico desde miúdo, consegue hoje em dia, fruto da maturidade que foi ganhando, aliar os seus voos espectaculares e as suas defesas de puro instinto a uma grande eficácia e lucidez entre os postes.

Apesar do amor assumido ao Leixões creio que está na hora de Beto "voar" para uma equipa com maiores ambições e quiça almejar a um lugar na selecção nacional até mesmo porque Ricardo, Quim e Paulo Santos estão a chegar "ao fim da linha".

A abundância de pontas de lança em França
Começa já a ser um cliché a referência á falta de pontas de lança de qualidade no Futebol Internacional. É um facto que não existem muitos, mas em França existem alguns nomes com talento para se afirmarem a nível internacional.

Johan Elmander (Toulouse)
Elmander, 26 anos, ponta de lança Sueco, joga actualmente no Toulouse e parece-me a mim que tarda em chegar a um clube com outras ambições.
Ambidextro, tem uma grande qualidade de remate com ambos os pés. É um excelente "batedor" de bolas paradas e denota também qualidade no jogo aéreo.
Não é um jogador fixo, gosta de se movimentar a toda a largura no território adversário (leia-se ataque), partindo em situações de um para um, ou aparecendo em zonas de finalização através de inteligentes diagonais interiores. É forte no confronto físico e denota grande agressividade defensiva.
É sem dúvida um belo avançado!
No Toulouse ,desde 2006, leva 34 jogos disputados e 22 golos marcados.

Bafetimbi Gomis (Sant Etienne)
Avançado de 22 anos de idade, este Senegales é actualmente uma das pérolos do Saint Etienne.
Bem constituído, apresenta 1m e 84cm, uma grande potência muscular e um grande faro pelo golo. Conhecido pela "girafa", Gomis é um jogador de área. Mexe-se bem entre os centrais, ataca de forma agressiva e decisiva cada bola que cai na sua área de jurisdição e consegue golos de belo efeito. Apresenta um estilo algo semelhante ao de Drogba e tendo em conta a sua margem de progressão, estou certo que ainda dará o "salto" para voos maiores. Apresenta passaporte Francês, formou-se no Saint Etienne, jogou uma época no Troyes e na temporada 06/07, de volta á casa mãe, somou 30 presenças e 10 golos.
Karim Benzema (Ol. Lyon)
Este avançado Francês de ascendencia Argelina é talvez, a par de Nasri, a mais cintilante pérola do Futebol Francês. Muitos já o comparam a Henry e a verdade é que as suas "tenras" vinte primaveras são já sinónimo de maturidade e qualidade.
Produto da cantera do Lyon, este jovem talento actual preferencialmente como ponta de lança num esquema de 4-3-3, embora o possa fazer também numa ala explorando a velocidade e a sua capacidade de aparecer em zonas de finalização através de diagonais.
Explosivo, veloz, dotado de grande capacidade técnica, Benzema é gelo puro na hora de finalizar. Ora em jeito ora em potência raramente desperdiça ocasiões de golo e é um quebra cabeças para qualquer defesa. Ainda lhe falta maior capacidade no jogo de costas para a baliza (funcionando como pivot), mas por outro lado..assim que explode em direcção ao golo é imparável.
Será sem sombra de dúvidas o sucessor de atletas com Trezeguet ou Henry, e nos "Bleu" marcou ,mesmo, na estreia, a 28 de Março contra a Austria.

29 novembro 2007

De volta

De volta.

Fiéis leitores e amigos, infelizmente e por questões profissionais e pessoais fiquei com menos tempo para actualizar o meu blog.
Prometi que iria sempre conseguir um tempinho para este espaço que funcionou como recta de lançamento para alguns projectos, mas de facto quando o tempo aperta é difícil conseguir tempo para escrever.

De qualquer forma, e mais uma vez, cá estou eu de volta.
Procurarei actualizar o espaço sempre que possível e sempre que algum assunto me pareça pertinente.

Voltarei muito em breve para vos falar de dois atletas que quanto a mim têm tudo para dar o salto já em Janeiro.

Um forte abraço a todos!

12 setembro 2007

Á imagem de Rui Caçador...



A selecção Sub21 recuperou o espírito vencedor.
Para quem acompanha os meus textos da Futebolista, saberá que já defendia á muito uma restruturação nos escalões de formação da Federação Portuguesa de Futebol de forma a dotar a mesma com seleccionadores que apresentem o perfil certo para o nível qualitativo das mesmas.

E qual seria esse perfil?
Acima de tudo um treinador ambicioso, forte em termos de liderança e que responsabilize da forma correcta os seus jogadores.
Fui assistindo á passagem de alguns seleccionadores e todos eles me pareceram frágeis em termos de discurso e em termos de imagem de liderança.
Por todo o trabalho desenvolvido na Federação Portuguesa de Futebol, pela conduta que sempre apresentou e pela forma corajosa como assume os desafios, Rui Caçador foi a escolha certa para o lugar certo.
Não poderemos ter dúvidas que em termos individuais temos uma das mais fortes selecções jovens da Europa. Poderemos questionar ,isso sim, a forma como esses atletas são dirigidos e sobretudo responsabilizados pelos resultados que conquistam.

No mês de Agosto li uma longa entrevista a Rui Caçador, e se já era uma figura que reunia a minha simpatia, a forma directa, sem rodeios e frontal como abordou todos os assuntos deixou-me com a convicção que iriamos ter uma selecção Sub21 motivada, com espírito de conquista.
Posteriormente em mais algumas declarações de Caçador o mesmo referiu e bem que pela qualidade dos jogadores nacionais nos teriamos que assumir como claros pretendentes á conquista do Euro 2009. Referiu também que os jogadores teriam finalmente que perceber as ambições de Portugal e a responsabilidade que têm em conseguir esses objectivos.

É este tipo de liderança que faltava aos Sub21.
O talento está lá mas precisavamos sobretudo de um verdadeiro líder que saiba trabalhar psicologicamente os talentos nacionais, a quem lhes é reconhecida qualidade mas a quem falta uma maior consistência psicologica, uma maior ambição e sobretudo uma maior responsabilidade!

Apenas posso dizer que estamos a caminhar no caminho certo.....


Portugal 4 – 0 Montenegro

Portugal apresentou uma equipa que prima sobretudo pela qualidade e segurança na posse de bola, pela paciência que demonstra em atacar apenas nos momentos certos e pela facilidade que demonstra em se reorganizar defensivamente rapida e eficazmente no momento da perda da posse.

É verdade que estivemos longe de uma exibição brilhante, contudo este poderá ser um figurino optimizado, fazendo dos Sub21 uma equipa mais pragmatica e segura, menos exuberante mas também menos frágil defensivamente.

Se é verdade que , sobretudo na 1ª parte, ficou sempre a ideia de faltar largura e profundidade ao Futebol da nossa selecção, sobretudo pelas adaptações na lateral direita (um central a lateral) e na extrema direita onde Paulo Machado se sacrificou em nome do colectivo, não será menos verdade que verificamos uma selecção mais adulta e coesa tacticamente.
Deixamos a espaços o “sexy football” para apresentar um certo pragmatismo bem ao jeito de selecções como a Italiana. Uma maior posse de bola, mais circulação, mais paciência e no momento certo movimentações de ruptura e bola no espaço.

Na 2ª parte, Montenegro quebrou fisicamente e Portugal apareceu mais motivado (na 1ª parte notou-se um excessivo relaxe por parte de alguns jogadores) e com um maior pendor ofensivo.
4-0 acaba por ser um resultado muito positivo embora tenha sido conseguido sem grande esforço ou dificuldade, ficando claramente a ideia que eramos capazes de mais e melhor.

Em conclusão, fico com a ideia que Portugal começa a revelar um cunho pessoal de Rui Caçador.
Mais “adulta”, mais “manhosa”, mais inteligente e mais paciente...penso serem estes os predicados da selecção á imagem de Rui Caçador.
Estamos no caminho certo.

A rever...

Penso que Miguel Veloso revela dificuldades quando actua como interior esquerdo. Menos tempo para receber e construir..levam o Miguel a registar mais perdas de bola e a denotar alguma dificuldade em termos de movimentação ofensiva.

Vasco Fernandes como lateral direito terá que ser vista como uma situação de recurso, uma vez que Vieirinha fica muito desapoiado. Se a isto juntarmos um P Machado a sair da esquerda para procurar espaços mais centrais e um Antunes que demora em impor-se, terá que ser equacionado uma nova formula para as alas nacionais.


Como nota final deixo-vos um nome: Jovetic.
O avançado, número 8, do Montenegro é um atleta com características muito interessantes.
Mais interessante se torna quando olhamos para os seus dados biográficos e constatamos que apenas tem 17 anos e já se impos e de que maneira no Partizan de Belgrado. Falarei dele na próxima edição da Futebolista!

11 setembro 2007

Regresso


Estou de regresso!
Depois de uma férias bem saborosas mas nunca deixando de estar a par das notícias do futebol em geral, estou de volta pleno de energia para continuar a dar-vos opiniões sobre tudo aquilo que rodeia o futebol de formação cá dentro e lá fora.

Ao longo do tempo de existência deste blog fiz questão de vos ir "relatando", numa espécie de diário espontâneo, a minha experiência pelo mundo da bola.
Como tal, e estando nós no pontapé de saída de mais uma temporada desportiva, é tempo de vos colocar a par do que tem sido a minha vida nesta área.

Estou certo que já são conhecedores da minha colaboração com um grande clube Português no que á prospecção diz respeito. Também já conhecem, certamente, a minha rubríca mensal na revista Futebolista - Olheiro.
Como tal, a única novidade que vos posso dar é o início da minha colaboração com a revista mensal Futebol Português, onde irei falar de tudo um pouco, no que diz respeito á formação.
Serão 2 páginas dedicadas ao que de melhor se faz em Portugal, formar jovens futebolistas de qualidade.
A estreia está marcada para a edição de Outubro.

É sem dúvida um projecto aliciante numa revista modesta mas "corajosa". E digo corajosa pois vivemos num País "viciado" em jornais desportivos, mercado esse muito curto para revistas que se queiram impor, sobretudo aquelas que com poucos recursos tentam a sua sorte.
A Futebol Portugues marca pela originalidade. Não será certamente a revista mais apelativa, mas é plena de conteúdo e é fiel ao futebol nacional.

Peço-vos como sempre que acompanhem mais este meu desafio!

Em relação ao blog,
Bem sei que de certa forma tenho dispendido menos tempo na sua actualização, contudo prometi a mim mesmo que a partir de agora tentarei actualizar o blog pelo menos duas vezes por semana, deixando-vos algumas rubrícas que irão conhecer com o tempo.
E como "tempo é dinheiro", deixo-vos já algumas considerações...como forma de abrir a temporada 07/08 :


A imprensa de hoje faz referência a algumas "mexidas" no mercado.

A primeira prende-se com o atleta Kaby, Sub16 do Boavista.
Aliu Djaló, mais conhecido por Kaby estará em Londres a prestar testes no Chelsea. Tenho que vos ser sincero, não é uma notícia que me surpreenda. As movimentações do Mister Fleming (responsável pela prospecção do Chelsea na Península Ibérica) foram mais do que muitas e já o vi a acompanhar alguns jogos do Boavista. Por outro lado, a qualidade técnica do atleta em questão e a sua margem de progressão, aguçaram nos últimos tempos o apetite de grandes equipas europeias.

De qualquer forma e por ainda não ter passaporte Europeu, creio que ainda não será agora que a jovem pérola axadrezada deixe o clube.

Deixo-vos a minha análise ao jogador em questão (revista Futebolista - Agosto 2007):
"Natural da Guiné Bissau, Kaby, como é conhecido, é uma das grandes figuras do futebol de formação axadrezado.
De baixa estatura é portador ,todavia, de uma potência muscular assinalável característica que lhe permite ocupar posições mais centrais no meio campo. É dotado de uma capacidade de um para um muito forte. Usa e abusa do seu potente e colocado pontapé e é bastante eficaz no passe curto e longo.
Por vezes excede-se em preciosismos, contudo com a evolução que tem registado, hoje em dia é mais objectivo e preponderante na construção de jogo. Defensivamente é um elemento activo e participante.
É certamente um dos jogadores mais cativantes do futebol de formação nacional e existem rumores que já é cobiçado por grandes clubes internacionais. "

A 2ª notícia do dia refere-se ao possível empréstimo do Sub18 Coelho (Inter de Milão) ao SL Benfica.
Segundo o JN de hoje, o jovem Coelho estava a sentir algumas dificuldades de adaptação ao futebol italiano (mais musculado e táctico), e como tal estará a tentar regressar a Portugal onde poderá explorar mais facilmente a sua qualidade técnica ou por outras palavras, o seu "sexy football".
A confirmar-se será um grande reforço para o SL Benfica e o regresso de um atleta que tem tudo para vingar no futebol nacional.
Extremo ou ponta de lança num esquema de 2 avançados, Coelho é um jogador veloz e extremamente criativo. Ainda recentemente fez um Mundial de Clubes na Malásia de grande nível (jogava com o nome Barbosa).
Também segundo o mesmo diário, o Benfica ficaria com o direito de adquirir metade do passe do atleta. Será uma forma do Benfica ver como se integra o jovem atleta e uma forma do Inter salvaguardar um futuro encaixe financeiro, pois estou certo que o atleta em questão ainda vai dar que falar.

Aqui fica a minha análise ao Coelho (revista Futebolista - Maio 2007):

14 julho 2007

Jovens á procura de uma oportunidade



A bola já rola e a nova temporada encaminha-se para o seu início.
Muito ainda se especula em relação a entradas e saídas, as caracterizações dos reforços vindos do estrangeiro vão sendo feitas, mas pouco se fala dos jovens que têm nesta pré-temporada uma hipótese de se impor nos planteis dos grandes.
Á excepção de Dabao, o qual tem impressionando, todos os outros jovens elementos á procura de um lugar ao sol no Futebol Nacional têm sido algo marginalizados pela comunicação social, como tal penso que está na hora de fazer uma breve caracterização de cada um deles.


FC Porto

Hugo Ventura
Ainda não se juntou aos trabalhos do FC Porto pois a partir de 2ª feira jogará o Europeu de Sub19.
O Hugo é o melhor guarda-redes a sair da “cantera” azul e branca desde o mítico Baía. Não muito alto mas elástico e com muita técnica de baliza, é um guarda-redes que transmite segurança á defesa.
Posicionalmente muito inteligente, rápido a movimentar-se entre os postes e a sair dos mesmos, é seguro nas bolas aéreas (apesar de não ser muito alto). Pelas camadas jovens do Porto impressionou pelos seus nervos de aço e pela sua permanente tranquilidade.
Terá apenas que melhorar em termos de comunicação uma vez que denota alguma timidez.
Ventura chega ao plantel Portista no ano que Baía se despediu, terá sido uma passagem de testemunho?

André Castro
Na minha opinião é um dos melhores talentos de Portugal. Também presente no Europeu de Sub19 e ,como tal, impedido de efectuar parte da pré-temporada com o FC Porto, o Castro tem as características ideais para a concepção de futebol de Jesualdo Ferreira, á excepção da altura.
Com um pulmão tremendo prefere quebrar a torcer. Tem uma intensidade impressionante, não pára um minuto. A sua personalidade forte e profissional permitem-lhe encher o meio campo, pois é muito inteligente posicionalmente e defende e ataca com a mesma qualidade.
Lê bem e rápido o jogo, entregando a bola sem grandes floreados ou preciosismos. Por outro lado é dotado de um forte pontapé tornando-o perigoso nas imediações da área adversária.
No fundo, o Castro é um box to box moderno, um jogador que recupera para entregar ou construir de forma simples e eficaz.
Se apostarem nele será certamente um jogador bem á imagem do FC Porto.

Rui Pedro
O Rui foi subindo escalão a escalão, quase sempre rotulado como o menino bonito da cantera azul e branca.
Conquistando o título de melhor marcador da equipa em quase todos os anos, começou a ganhar maior versatilidade posicional. De ponta de lança, hoje pode actuar como médio ofensivo ou jogar solto nas costas de um ponta de lança mais fixo.
Com um bom domínio de bola e uma capacidade técnica acima da média, é nos movimentos de ruptura e na capacidade de se antecipar aos defesas que acaba por se destacar.
Fisicamente não é imponente, algo frágil até.
Terá que se tornar mais agressivo nas disputas de bola, simplificar processos e sobretudo decidir mais rápido, um vez que me parece ainda algo lento para o futebol de alta competição.
Para sonhar em jogar pelo FC Porto terá que rodar para se habituar a um futebol mais exigente, rápido e combativo.
Falhou o Euro Sub19 por problemas disciplinares e como tal tem efectuado a pré-temporada com o FCP.


Benfica

Miguel Vitor
Este jovem Sub18 foi uma agradável surpresa na ultima temporada. Se antes o via como um jovem com algum talento, na temporada passada deu um salto qualitativo significativo e hoje é talvez um dos 2 melhores centrais Sub18 do País.
Embora não sendo um central alto, tem uma boa capacidade de impulsão e um bom timing de salto, características que lhe permitem um bom domínio do jogo aéreo (este ano marcou alguns golos de cabeça...em bolas paradas). Pelo chão é rápido qb, necessitando de melhorar um pouco em termos de flexibilidade (ás vezes parece algo duro de rins). É forte no tackle e tem características de líder.
Tem também capacidade técnica algo que lhe possibilita sair a jogar com segurança e qualidade.
Tem que progredir ainda mais.

Romeu Ribeiro
Um dos maiores talentos Sub18 nacionais. Natural do Norte, destacou-se nos juniores encarnados, por uma maior agressividade e combatividade no seu jogo.
Trinco, é um jogador com classe, pois joga de cabeça levantada, possui fortes argumentos técnicos e entrega a bola sempre “redonda”, evitando o chutão para a frente.
Apesar de lhe faltar ainda um maior vigor físico, maior massa muscular, denota uma maturidade dentro de campo que lhe permitirá sonhar alto, ou não tivesse sido ele chamado para a selecção europeia de Sub18.
É um diamante por lapidar, ainda longe de tudo aquilo que pode render, e se tiver a possibilidade de treinar frequentemente com o plantel sénior (para ganhar maior velocidade e objectividade no seu jogo) e for bem acompanhado neste último ano de juniores, em 2008/09 poderá ser uma grande surpresa.

Yu Dabao
Muito mediatizado pelos valores da sua transferência e pelo facto de ser Chinês, Dabao cedo destruiu o argumento de muitos os que tentaram afirmar que a contratação do atleta seria apenas uma questão de marketing (algo que naturalmente também influenciou).
O Dabao é um Sub19 com muito boa constituição física, uma capacidade de trabalho e de aprendizagem muito acima da média e dotado das caracteristicas típicas dos orientais: sempre em busca da optimização.
Dentro da área movimenta-se bem, sabe jogar de costas para a baliza..funcionando como uma especie de pivot. No jogo aéreo não só ganha muitos despiques individuais como ainda tem o cuidado de entregar a bola em condições aos seus companheiros.
Mas a sua grande qualidade é a facilidade de rodar e rematar. Tem um remate “fácil”, espontâneo, qualidade essa que rareia cada vez mais em Portugal.
Tem sido amplamente falado pelos golos que tem marcado na pré-temporada encarnada. Na minha opinião e olhando para as soluções que o Benfica tem no ataque, Dabao teria lugar no plantel, mas a possível contratação de um novo avançado retirará o espaço para o jovem chinês se manter na Luz. De qualquer forma penso que poderá ser mais benéfico para ele rodar noutro clube do que enfrentar o receio de Fernando Santos em apostar em jovens.


Sporting

Rui Patrício
O Marrazes, como é conhecido na família leonina, é a par de Ventura uma grande promessa das balizas nacionais (logo agora que Ricardo e Quim caminham para o fim das suas carreiras e Baía ja partiu).
Imponente fisicamente cobre a baliza com relativa facilidade. Chega mesmo a assustar quando sai dos postes em duelos individuais com os avançados, tamanha é a mancha que “produz”.
Dotado de bons reflexos e daquele “6º sentido” que os grandes guarda-redes têm, consegue aliar eficácia e tranquilidade.
Forte no jogo pelo chão e no jogo aéreo, terá um futuro risonho, embora conte agora com a concorrência de Stojkovic, também ele um jovem gigante que denota muita qualidade.

Paulo Renato
O Paulo é um bom exemplo de versatilidade. Central, já actuou no meio campo..uma contribuição positiva para melhorar a sua capacidade técnica.
Joga de cabeça levantada, procura sair em apoio ás transiçoes ofensivas (sempre que tem espaço para tal), tem qualidade de recepção e passe (curto e longo), mas defensivamente está longe de ser um garante.
Ainda verde, perde demasiados lances e provoca faltas desnecessárias (no Mundial de Sub20 foi notório).
Paulo Bento quererá retirar proveita da invulgar relação com bola que este central tem melhorando a vertente defensiva do jogador, mas creio que mais um ano a rodar só lhe faria bem.
Tenho algumas dúvidas que se imponha no plantel verde e branco.

Adrien Silva
É uma, se não a, grande pérola nacional. Ainda muito novo teve a possibilidade de conviver com Zidane no Bordeus.
Já no Sporting teve uma ascensão meteórica e melhora a cada dia que passa. Posicionalmente maduro e inteligente, preenche o meio campo, dobra os companheiros, parte para as vantagens númericas, etc..etc...etc.
Com a bola nos pés tem uma invulgar frieza para a guardar e entregar com quase 100% de eficácia. Fisicamente é dotado muscularmente mas não é um jogador muito imponente, demonstrando agilidade.
Um daqueles atletas que equilibra uma equipa, que a tranquiliza e a faz jogar com inteligencia.
Adrien tem como referência João Moutinho e se é verdade que ambos têm algumas semelhanças, creio que o Adrien tem capacidade e margem para chegar ainda mais longe do que a sua referência.

Yannick Pupo
Confesso que não é um jogador do qual tenha muitas referências, pois vi poucos jogos do mesmo.
Como interior ou mais á frente como número 10, o Pupo tem uma relação com bola típica dos brasileiros ou seja, bom domínio de bola, fino recorte técnico e alguma técnica individual. No passe é algo lento, denotando uma vez mais uma característica dos brasileiros, falta de intensidade e falta de velocidade nos processos.
É inegável que tem qualidades interessantes mas dificilmente se conseguirá impor no Sporting.


Estes são os atletas que tentam convencer Jesualdo, Bento e Santos neste início de temporada.
Uns mais do que outros têm argumentos para surpreender e para se impor, contudo tudo dependerá das necessidades de cada equipa e da “coragem” dos treinadores para os lançar.

De qualquer forma não são apenas os grandes que apostam nas camadas jovens, e jogadores como Ivan (Boavista), Stelvio e Orlando (Braga), Rabiola e Tiago Ronaldo (Guimarães), entre outros..poderão vir a dar que falar.

07/08 está aí e a concretização do sonho dos jovens futebolistas em se tornarem jogadores de “top” entra agora numa fase decisiva.

04 julho 2007

Mundial Sub20


Entrada com o pé direito.
Portugal estreou-se com o pé direito frente a uma selecção Neozelandesa bastante frágil.

Couceiro apostou no onze esperado, e se é verdade que em termos colectivos teremos que esperar por um confronto mais equilibrado para tirar algumas ilações, em relação a alguns atletas que já vinham demonstrando qualidade nas suas equipas e mais recentemente no Torneio de Toulon podemos já fazer breves e simples análises.

Começo por destacar Pelé.
Este jovem atleta do Guimarães que passou pelos escalões de formação do Salgueiros e numa fase mais avançada..Benfica, demonstrou uma dimensão física assinalável.
Acompanhei esta temporada cerca de 5,6 jogos do Guimarães, jogos em que Pele foi utilizado, e tinha ficado com a sensação de estar perante um jogador com boa capacidade de choque, resistência e agressividade qb. Contudo e porque quando falamos de 2ª Liga falamos de um futebol mais fechado e físico, poucas foram as vezes em que o Pelé se conseguiu destacar pelos seus argumentos ténicos, excepção feita á capacidade de passe curto.
Em Toulon e já no Mundial de Sub20 fiquei surpreendido pela capacidade de posse de bola, pela componente psicológica que lhe permite assumir o jogo com tranquilidade e cabeça levantada e ainda com alguns pormenores técnicos no que se refer a recepção orientada que me deixaram agradado.
O Pelé tem características e capacidades que bem exploradas e potenciadas o podem levar a ser um jogador de bom nível para qualquer equipa nacional. O PSV já anda de olho nele...

Gostaria também de falar de Zequinha.
O Zequinha, para quem não conhece, chegou já como junior ao FC Porto numa transferência de valor algo elevado. Depois de uma passagem low profile pelo clube azul e branco tem sido cedido (penso que nesta época actuará no Penafiel) e a verdade é que vem demonstrando boa margem de progressão.
Fisicamente é um jogador interessante (apesar de estar longe de ser imponente), denota uma grande mobilidade e boa capacidade para jogar no risco de fora de jogo. Tem capacidade técnica para partir de um para um e apenas terá que apurar os seus índices de finalização que ainda não são os melhores.

O Fábio Coentrão é um atleta que me é familiar, uma vez que já sigo o seu percurso desde os juvenis, altura em que lhe reconheci amplas capacidades para se tornar profissional de futebol.
De personalidade e feitio complicado (o que dificulta de certa forma a sua margem de progressão), o Fábio é um atleta excentrico que gosta de dar nas vistas.
Possuidor de um rol de atributos técnicos assinalável, perde lucidez e objectividade.. pois procura sempre mais este pormenor ou aquela finta.
Tem velocidade, agilidade, elasticidade e capacidade técnica para se tornar um jogador de qualidade, mas terá forçosamente que ser trabalho em termos físicos e terá que ser trabalho em termos psicológicos.
Terá um belo desafio no Benfica.


Por fim, o “famoso” Bruno Gama.
Aos 15 anos já era uma grande promessa do futebol nacional e já dispontava ao vencer o Campeonato Europeu de Sub17 em Viseu.
A transferência para o FC Porto foi avultada, e o Bruno começou por sentir logo alguma pressão.
Tem recursos técnicos “finos” e “mágicos”, tem velocidade, tem visão quando entende jogar para a equipa, mas falta-lhe um salto em termos físicos.
A sua estatura, a falta de resistência e a dificuldade no choque têm impedido um salto mais rápido e “certo” para outro patamar. De qualquer forma Scolari anda de olho nele.


Os adversários
Nos jogos que tenho a possibilidade de acompanhar vi um Giovani dos Santos ao seu nível, um Carlos Vela mais evoluído e maduro (em relação ao que vi no Mundial de Sub17), um Freddy Adu mais potente e forte fisicamente sem contudo ter perdido toda a sua dinâmica (belo primeiro golo frente á Polonia), um Diego Capel com um pé esquerdo fantástico, um Renato Augusto a demonstrar que tem qualidade e características que mais do que os seus companheiros puderão facilitar a sua integração ao futebol Europeu.

Deixo-vos alguns nomes que fui referenciado ao longo dos tempos, para terem em atenção.
Na Argentina Matias Cahais (grande SulAmericano Sub20), Zarate e Maximiliano Moralez. Quanto a Aguero e Insua não nem precisam de apresentações.
No Brasil Amaral e Willian. Pato, David Luiz e Leandro Lima já são vossos conhecidos, certamente.
No Uruguai o possante avançado Cavani (excelente SulAmericano Sub20 também), jogador com 1 metro e 88 centimetros.
Nos Estados Unidos..Adu não precisa de apresentações.
Na Espanha actuam alguns atletas que disputaram o Euro Sub19, chamo a vossa atenção para Mata, Bueno e Toni Calvo. Barragan e Piqué são dois defensores de qualidade.
Steven Fletcher, avançado escoces.
Na Polonia o avançado e exímio marcador de livres, Janckyk
Na Rep. Checa o guardião Petr Radek.
E por fim na Coreia do Sul o número 14 Lee.

Força Portugal!

03 julho 2007

Euro Sub21 2007



O Euro Sub21 terminou, com a Holanda pela segunda vez consecutiva a conquistar o ceptro, embora desta vez com mais sabor pois actuavam perante o seu público.
Numa breve retrospectiva, Portugal enfrentava no seu grupo Belgica, Holanda e Israel.
Sabendo-se da qualidade individual dos jogadores Holandeses, antevendo-se a mestria e a mecanização do seu jogo colectivo, Portugal tinha a obrigação de assegurar bons resultados contra equipas de um nível mais baixo, Bélgica e Israel.

Portugal - Belgica
Muito se falou na pretensa qualidade Belga por terem 5,6 jogadores a actuarem pela selecção principal, mas muitos esqueceram-se de referir que a selecção Belga não é a mesma de outros tempos e apresenta até níveis qualitativos algo baixos.
Como tal e olhando á qualidade dos atletas Portugueses só poderiamos exigir uma vitória, mas desde cedo se percebeu que o jogo ia ser complicado, pois até o discurso de Couceiro soou a derrotista aliviando ainda antes do jogo... uma lógica responsabilidade que os atletas Portugueses tinham de vencer á congénere Belga.
A verdade é que a equipa de Portugal apareceu sem chama, extremamente desorganizada. O ponto conquistado acabou por parecer um mal menor, uma vez que a Bélgica foi superior durante grande parte da partida.

Portugal – Holanda
Na 2ª partida defrontamos aquela que para mim seria á partida a favorita, pela qualidade dos seus jogadores, pelo facto de serem os detentores do título e pelo factor casa.
Foi mais um jogo em que durante 45 minutos fomos uma selecção perdida em campo, esbarrando em erros tácticos básicos.
Durante os 25 minutos finais, depois de corrigidas o posicionamento dos jogadores Portugueses finalmente conseguimos mostrar algum futebol, mas não chegou...
Culpar o árbitro? Sim, o arbitro errou, mas mais uma vez Portugal caiu porque foi inferior.

Portugal – Israel
Contra Israel e já num figurino táctico mais coerente, Portugal apresentou-se num registo de bom nível, jogando com organização e alma.
Foi uma vitória categórica, mas nunca uma exibição que desculpe todos os erros dos jogos passados, pois quer se queira quer não..Portugal defrontou uma selecção já afastada.


As razões do desaire
São já 2 Europeus em anos consecutivos que acabam em desilusão.
Nas duas competições Portugal ,face ao nível individual dos jogadores que convocou, apresentou-se como candidato. Em ambos saiu vergado.
Eu encontro algumas explicações que podem explicar pelo menos parcialmente estes desaires.
Portugal tem aparecido com claras fragilidades colectivas. Em termos comparativos até com selecções de pior nível individual, a selecção Portuguesa de Sub21 apresenta um vazio colectivo preocupante.
Não obstante os erros claros de José Couceiro que sobretudo não soube tirar proveito do “esqueleto” do Sporting, (algo que Scolari acabou ,depois de muita teimosia, por fazer com o FC Porto, campeão Europeu, de José Mourinho) procurando utilizar uma espécie trivot (Amorim, Veloso e M Fernandes) que castrava a largura do jogo de Veloso e M Fernandes e por outro lado criava enormes dificuldades posicionais aos atletas da selecção e optando ainda por distanciar em demasia Moutinho e Nani provocando falta de ligação entre sectores, o denominador comum nos 2 Europeus de Sub21 foi mesmo a falta de rotinas colectivas que numa Holanda, Italia, Servia, Ucrania..etc não verifiquei.

É necessário portanto um trabalho de base e continuidade, assente num único modelo de jogo com algumas adaptações face aos jogadores disponíveis na altura.
Esta trabalho de continuidade permitirá aliar a boa qualidade dos atletas a uma maior cultura táctica, algo essencial para quem quer vencer competições.
No fundo se este trabalho já existe(e acredito que sim) na prática não aparece..como tal é necessário rever todo o planeamento.

Por outro lado aquilo que se viu nas duas ultimas competições europeias de Sub21 foi um Portugal menos competitivo, mais “preguiçoso”.
Jogadores com menor índice de agressividade, em claras dificuldades físicas e com jogadores em claro subrendimento.
É verdade que alguns destes atletas estiveram expostos a uma época desgastante, recheada de jogos e competições, no entanto relembro que nas outras selecções os jogadores estão expostos á mesma exigência conseguindo chegar a esta fase da temporada mais frescos e determinados.
Nesse sentido também terá que ser pensado numa outra abordagem.

Os mais do Euro (Portugal)
Começo por falar de 3 elementos que para mim são futuros jogadores chave na selecção Nacional (e aqui não me interessa se é daqui a 2,4 ou 5 anos):

Manuel da Costa. Jovem talento que actuou no Nancy antes de rumar ao PSV (com 18 anos esteve a um passo de ingressar no FC Porto), é um central moderno e exprime já em campo uma vertente de treino muito explorada na Holanda..a componente da técnica individual.
Depois de um Torneio de Toulon onde demonstrou muita qualidade e margem de progressão e depois de algumas chamadas á selecção Nacional, neste Europeu Manuel da Costa deixou claro que tem um potencial enorme.
Sentido posicional de bom nível, timing de tackle fora do comum, boa capacidade física, velocidade qb, forte mentalmente e uma capacidade técnica fora do comum para um central..fazem de Manuel da Costa um dos mais promissores centrais Europeus. Talvez lhe fizesse bem mais um ano na Holanda antes de rumar a outras paragens.

Miguel Veloso. É um pivot defensivo moderno. Forte qb fisicamente, tem um sentido posicional e colectivo bastante forte. É forte no desarme mas deslumbra mais na primeira fase de construção e na capcidade de posse de bola. Tem uns pés requintados, a capacidade de passe é de elevado nível e tem uma personalidade que lhe permitirá certamente atingir os píncaros do Futebol Internacional.
Está encontrado o 6 de futuro da selecção nacional.

Manuel Fernandes. Que bem lhe fez a passagem por Inglaterra. O Manélélé do Benfica era um jogador voluntarioso, com pulmão, boa qualidade de passe e um remate de meia distância maravilhoso. Com a sua natural maturação é hoje um jogador com uma dimensão física fora do comum. Capaz de segurar a bola mesmo pressionado por um ou mais atletas, capacidade de choque poderosa, forte a defender e a atacar.
Está um box to box completíssimo e é neste momento um jovem capaz de fazer furor em qualquer equipa.

Estes são os 3 atletas que em termos de características, qualidade e margem de progressão parecem ter um futuro risonho á sua frente.
Jogadores extremamente completos, jogadores de colectivo e que incutem muita segurança defensiva e capacidade de construção de jogo a qualquer equipa onde joguem.
Serão bem vindos na selecção principal.

Obviamente que não me esqueci de Moutinho e Nani.
Moutinho é um excelente jogador mas dá a sensação que a dimensão do seu jogo não pode crescer muito mais, pois tudo aquilo que faz...é conseguido com alma e raça. Tem tudo para se afirmar no futebol nacional mas dificilmente atingirá uma dimensão internacional muito elevada.
Quanto a Nani, um olheiro do Chelsea disse algo com algum sentido. Embora sendo um jogador com atributos físicos fora do comuns (agilidade, elasticidade) e com uma velocidade típica de um extremo, Nani tem registado uma evolução algo lenta no seu jogo. O Nani da temporada passada é o mesmo Nani desta temporada, quando se esperaria uma explosão. A sua transferência para o Manchester poderá ser a oportunidade e o tónico para explodir definitivamente.

Queria também salientar alguns pormenores de Vaz Té que embora limitado mostrou uma mobilidade muito inteligente e eficaz.
Nota ainda para as prestações de Varela e João Pereira, pois embora apresentem lacunas que dificultarão a ascensão a um patamar elevado, demonstraram raça e vontade.


Os mais do Euro
A Holanda voltou mais uma vez a dar a conhecer jogadores com muito boa qualidade.
Vlaar é um central promissor, Maduro uma certeza no meio campo defensivo e Babel confirmou a sua qualidade.
Rigters maravilhou pela velocidade e pela capacidade de finalização que demonstrou, mas foi outro atleta que me encheu as medidas.
Falo-vos de Drenthe. Depois de um Torneio de Toulon (época passada) de grande nível como defesa esquerdo, Drenthe maravilhou o Mundo do Futebol pelo seu jogo rápido, inteligente, eficaz e vistoso.
Com uma raça assombrosa, é extremamente rápido e forte no choque. Tecnicamente é capaz de levantar uma plateia, aplicando posteriormente o seu cruzamento teleguiado de pé esquerdo. Creio que Drenthe acaba por potenciar o seu jogo mais como médio ala esquerdo do que como defesa esquerdo,

Reo Cooker, Nugent e Lita foram 3 jogadores em destaque na Inglaterra.
Reo Cooker é um box to box “electrico”, Nugent um avançado completo mas foi Lita a grande figura.
Lita é um avançado muito veloz e potente, com uma mobilidade e uma capacidade de desmarcação muito acima da média. Terá que melhorar a eficácia em frente á baliza.

Na Italia, para além dos já conhecidos Aquilani e Montolivo (este ultimo pouco exuberante nas suas exibições) destaco Chiellini um defesa bastante polivalente, forte fisicamente e com grande personalidade.
Pazzini, um excelente ponta de lança, esteve vários furos abaixo.

E termino falando de um avançado que me impressionou. Falo-vos de Mirallas da Bélgica. Forte fisicamente (não muito alto), é muito móvel, dá a sensação de estar em todo o lado, é forte na finalização e tem capacidade para desequilibrar de um para um. Belo avançado.

Segue-se o Mundial de Sub20, onde Portugal entrou com o pé direito..mas falarei mais tarde.

08 junho 2007

Debate sobre formação de atletas

Como avaliar a formaçao de atletas


O trabalho desempenhado pela Áreas de formação de um clube, é vulgarmente avaliado pela presença ou não de atletas na equipa profissional.
Contudo pergunto: Será que o trabalho desempenhado, a capacidade e qualidade profissional dos formadores de atletas deve ser avaliada unicamente pela premissa anteriormente citada? É obvio que não.
O objectivo de qualquer Área de formação é apetrechar a equipa profissional com atletas de bom nível, no entanto a subida dos atletas ao escalão sénior depende de imensas variáveis, muitas delas independentes daquilo que se faz na formação.
Obviamente que a promoção dos atletas dependerá muito da existência ou não de qualidade nos escalões de formação, no entanto muitas são as variáveis que não são nem podem ser controlados pelos profissionais da formação.
A política desportiva do clube, a sua situação financeira, a exigência que é feita em termos de resultados a esse mesmo clube, as características do treinador da equipa profissional e sua equipa técnica, a qualidade do plantel da equipa profissional.
Todas estas questões influenciam de forma decisiva na hora de apostar nos atletas oriundos da formação e no caso específico Português todas estas variáveis acabam por ser determinantes na visibilidade das Áreas de formação, sobretudo dos “três grandes”.
Como tal é frequente ouvir-mos e ler-mos que a Área de formação do Sporting é a única competente, que os seus responsáveis são os únicos realmente especializados na formação de jogadores.
Se é óbvio constatar que o Sporting realmente trabalha bem na sua àrea de formação e se tornou uma referência, também me parece que é de inteira justiça realçar que actualmente em Portugal os outros rivais trabalham de forma profissional e eficaz, no entanto ,e pelas questões destacadas anteriormente, nem sempre esse trabalho é “visível” ao adepto comum o que acaba por ser decisivo na forma como posteriormente é avaliado o trabalho que cada àrea de formação desempenha.


Existirá escalões etários mais importantes que outros?

É vulgar, e de certa forma até se entende, ouvir-se dizer que o importante é o trabalho que é feito a partir dos Iniciados, pois os escolas e infantis dificilmente chegarão a juniores ou séniores dos clubes.
Se nos concentrarmos no trabalho que é suposto uma àrea de formação fazer, e se tivermos em conta as formas existentes para se conseguir qualidade e talento no final da etapa de formação, rapidamente percebemos que é uma ideia totalmente errada.
É possível comparar-mos a formação a uma pirâmide ou seja, de um lote alargado de jogadores na fase de pre-escolas e escolas, partimos para um encurtamento em termos de quantidade e para um rigor e exigência cada vez maior á medida que se sobe de escalão em escalão.
Pelo caminho ou por outras palavras, pela “viagem” do futebol de iniciação para o futebol de especialização muitos são os atletas que vão ficando pelo caminho e alguns serão os atletas que vão sendo integrados e contratados, muito por influência do bom ou mau trabalho desempenhado pelos departamentos de prospecção dos clubes, assim como das carências que as equipas de competição vão evidenciando.
Para que a pirâmide possa encurtar ,á medida que as etapas de formação vão sendo ultrapassadas, com base em qualidade, então é necessário criar uma base alargada (daí nos escalões de escolas e infantis existirem equipas b,c e até d), é necessário um trabalho de qualidade e consciente para que a base da pirâmide seja forte e para que á medida que se vai subindo os patamares de rigor e exigência, sejam vários os atletas a denotar qualidade para “aguentarem” a sua posição no clube.
Só assim se chegará aos juniores com equipas competitivas e recheadas de talento, só assim se conseguirá economizar dinheiro em transferências que vão “encarecendo” á medida que a idade dos atletas sobem e só assim se conseguirá ser melhor em termos de comparação com os rivais.

É obvio e indesmentível que ao escalão de juniores chegarão poucos dos atletas que passaram pelas escolas e infantis do clube, mas o objectivo acaba por ser esse.
De uma base com qualidade em quantidade se começa um processo de selecção natural (á medida que os jogadores vão crescendo e evoluindo), selecção essa que é baseada na avaliação contínua á evolução e capacidade dos atletas.
Por outro lado, se tivermos em conta o objectivo primordial dos departamentos de prospecção..este é encontrar talento de forma célere e precoce. Só dessa forma os clubes conseguirão, sem dispender muito dinheiro, ser mais rápidos que os rivais e assegurar os talentos de forma imediata.

O papel da prospecção

Como é natural nunca se deve fechar a porta a possíveis incrementos de qualidade, uma vez que todos os anos aparecem atletas novos, todos anos a prospecção dos clubes identifica possíveis talentos que só no momento se revelaram, só no momento tiveram hipotese de “aparecer”, que só no momento explodiram em termos físicos e técnicos, que vinham sido seguidos e deixaram de ser uma dúvida passando a ser uma certeza em termos qualitativos
Para se formar com qualidade não podemos dissociar o trabalho dito de “formação” e aquele que é desempenhado pelos departamentos de prospecção (no âmbito da àrea de formação) uma vez que ambos contribuem para o objectivo final: colocar á disposição do futebol profissional..jovens com talento e qualidade para serem opção na equipa principal.
Como tal, mais do que se pensar que o talento nos escalões de escolas ou infantis será irrelevante no futuro, deverá pensar-se que a detecção do talento precoce (função onde os dep. de prospecção têm um papel decisivo) permitirá aos clubes garantir os atletas com mais capacidade (superando a concorrência) e por outro lado dará a possibilidade de trabalhar esse talento em bruto de forma mais profissional, mais indicada do que o que seria feito num clube de menor expressão e com menores condições.

Conclusão

Os escalões mais baixos, os escalões ditos de iniciação, têm portanto um papel importantíssimo naquilo que é a formação de atletas.
São a base da pirâmide, a fonte de onde se extrairá qualidade e se adicionará aqui e ali mais alguns elementos de forma a criar equipas de competição com talento e capacidade.E que fique claro: o objectivo de qualquer equipa é detectar precocemente e trabalhar desde os escalões mais baixos da melhor forma possível para que cada vez menos seja necessário acrescentar novos atletas em escalões mais alto, pois isso traduzir-se-á em inúmeras vantagens desportivas, financeiras e até em termos de concorrência com os rivais, pois no futebol a concorrência é feroz.

18 maio 2007

Euro Sub17 2007


A Espanha é a nova Campeã Europeia de Sub17, sucedendo á Russia que havia ganho o ceptro em 2006.

Terminou na Bélgica mais uma fase final do Europeu de Sub17 onde a Espanha confirmou todo o seu favoritismo dominando a prova do princípio ao fim.
Muitas foram as selecções de qualidade que marcaram presença na prova, mas desde o início que a Espanha partia na “pole” para a vitória final.



A Espanha venceu o seu grupo sem dificuldade. No 2º posto a luta entre França e Alemanha foi enorme, mas na recta final os Franceses conseguiram superiorizar-se, de forma algum injusta diga-se.



No grupo B a grande surpresa foi a equipa da casa, a Bélgica. A fazer um magnífico trabalho na formação (esperem para ver os Sub21 no Europeu), os Belgas conseguiram o surpreendente apuramento para as meias finais deixando Holanda e Islândia (como é possível esta última ter eliminado Portugal) de fora. A Inglaterra passeou classe até ás meias finais.



Nas meias finais, a Espanha sentiu inesperadas dificuldades para bater a organizada equipa Belga.
Contudo e a jogar com 10, os espanhois acabaram por vencer nas grandes penalidades.
Na outra meia final, jogo equilibrado entre Inglaterra e França que acabou com a vitória dos Ingleses.
Nota: Pelo caminho ficavam Bélgica e França. Contudo o 3º e 4º lugares valeu-lhes a qualificação para o Mundial da categoria ás quais se juntou naturalmente as duas finalistas e ainda a Alemanha que venceu ,no playoff de 5º e 6º classificados, a Holanda.



Na final pudemos assistir a um jogo dominado a espaços pela Espanha.
No final o herói foi a estrela do momento, Krkic. Depois de se sagrar melhor marcador da prova em 2006 com 5 golos (com 15 anos e a actuar como suplente na maioria dos jogos), o Espano-Sérvio acabou por ser decisivo apontando o único golo da partida, assistido por outra das grandes figuras do Euro, Fran Mérida.





A Espanha venceu assim mais um Europeu da categoria, alargando o seu domínio no futebol de formação Europeu e o seu técnico ,Santisteban, viu o seu número de conquistas de Europeus da categoria passar para 6, notável!!!




Olho Global

Muitos foram os atletas que se deram a conhecer ao Mundo, cativando a atenção de dezenas e dezenas de scouts dos melhores clubes Europeus.
Aqui ficam alguns destaques:

Na Bélgica destacaria o número 10 Hazard Eden. Um criativo muito rápido é ágil, com uma capacidade de um para um invulgar.
Na França uma confirmação – Henri Saivet. Um avançado (extremo direito) muito veloz e capaz de belos serpenteados em frente aos defesas contrários. Também Damien Le Tallec demonstrou dotes de bom ponta de lança.
Na Alemanha Toni Kroos mostrou pelo 2º ano consecutivo toda a sua qualidade, confirmando que terá um futuro risonho pela frente. Sascha Bigalke cotou-se como um ponta de lança com uma tremenda mobilidade e com um remate venenoso.
Na Holanda Daley Blind (filho de Blind ex atleta do Ajax) foi o atleta que mais se destacou numa selecção que desiludiu.
Na Inglaterra Jason Steele mostrou mesmo mãos de ferro ao fazer defesas de grande nível, cotando-se como uma das grandes estrelas da sua selecção. Jordan Spence é um central muito interessante, Victor Moses um box to box de grande nível e que poderá estar a caminho do Chelsea e Rhys Murphy ponta de lança ao bom estilo britânico.
Na Espanha Ignacio Camacho voltou a encantar liderando o meio campo Espanhol. Fran Mérida maravilhou com a qualidade de passe do seu pé esquerdo, Falqué deixou os responsáveis do Real Madrid a pensar se realmente o deveriam ter deixado sair para o Barcelona e por fim De Egea mostrou-se sempre muito seguro na baliza espanhola.

Contudo e quanto a mim, a figura voltou a ser o fantástico KRKIC